31.8.09

Ai...ai...ai...acordei com sintomas de sei lá o quê, um aperto no peito, e um tanto carente de atenção e carinho...não, não, isto não existe...
Não que alguma coisa esteja me faltando.Mas é que eu tenho essas coisas de querer colo e cafuné assim sem motivo. Talvez seja saudades de mim mesma, do que já fiz e do que ainda quero fazer.Mas logo vai passar :o)

30.8.09

Tango - Carlos Saura

Um pouco de arte...esse é o meu favorito de Saura :o)
Os diálogos, as cores, a dança, a música...é tudo forte, marcante. Simplesmente divino!!!
E nesse clima desejo um excelente início de semana para todos.

Fado Tropical - Chico Buarque e Carlos do Carmo

Não conheço profundamente a história de Portugal, mas quando menina passamos ao lado dela. Não foi em abril de 74 , mas sim em fevereiro de 76, às vésperas das eleições de 25 de abril do mesmo ano. Percebemos que o clima não era de tranquilidade em Lisboa, quando um amigo do meu pai de sobrenome Soares parou ao lado de um cartaz de Soares, o Mario, para uma fotografia.Na foto ele fazia um gesto de positivo com a mão esquerda, mas foi o suficiente para quase quebrarem a câmera.Foi um diz que disse e um deixa disso só amenizado quando meu pai mostrou o passaporte e explicou que éramos brasileiros. Logo fomos liberados mas aconselhados à não mais repetir aquele gesto.Eu tinha 9 anos na época e não entendi direito o que aconteceu, só me lembro de minha mãe pedindo que eu ficasse quieta, Afinal, curiosa que só eu, nem preciso dizer que logo já fui perguntando o que estava acontecendo.No dia seguinte saímos em direção à Paris. Na mala levávamos café para um amigo jornalista do meu pai, que nunca se envolveu com política, mas seus colegas sim.Acho que ele era suficientemente político demais para isso.Mas aí já é uma outra história :o)

Uns chamam de sensibilidade, outros de intuição. Mas eu sou a expressão do sentir. Muitas vezes sinto na voz , no olhar e até mesmo no que não é palpável aquilo que não é dito.E eu não vou dizer que eu goste.Talvez seja esse o motivo de eu me ausentar do convívio social algumas vezes, no que eu chamo de período "ostra". Eu preciso desse tempo para não cair na tentação de me envolver com os problemas alheios, uma vez que eles são tão claros para mim. Talvez eu não seja intuitiva e somente um tanto analítica demais.Mas desde pequena que tenho a percepção ampliada.Acho que consigo escrever com tranquilidade um roteiro porque minha mente é um verdadeiro scanner da realidade. Quando entro num ambiente, em poucos segundos já faço uma leitura geral e com riqueza de detalhes. É como se eu fosse uma câmera constantemente ligada. Em contrapartida, em momentos de prazer eu ligo a tecla off. É como se tudo ao meu redor desaparecesse. Nos meus raros momentos de meditação mergulho em um universo sem formas.E uma das poucas coisas que me relaxa é a água...e hoje sinto falta desse contato.

29.8.09

Ainda bem que não sou dada à radicalismos, rompantes, sim, radicalismos alimentares, não.
Logo cedo fui acordada com um sanduíche de queijo fresco quente direto da padaria.O cara metade levou o filho à escola, por causa da H1N1 estão repondo aulas aos sábados, e me trouxe de café da manhã essa iguaria que eu gosto muito.
Na hora do almoço, na correria para o aniversário da tarde, apelamos para o Burger King, que tem um sanduíche um pouquinho mais "saudável" que o concorrente.É o que dizem, fecho os olhos e corro prô abraço. Nessas horas minhas células tão bem tratadas com grãos integrais, saladas e frutas entram em colapso.Se fosse só isso tava bom, mas a maratona junkie food não parou por aí.
Fomos para a festinha infantil e a minha noite terminou com um saldo de pelo menos uma dúzia de mini salgadinhos fritos na hora. Do tipo bolinha de queijo, risoles de milho com catupiry e coxinha de galinha.Mas resisti bem ao bolo e aos docinhos, provei somente um beijinho.
Beijo, beijinho, beijão, à isso eu não resisto.E beijo e abraço dos pequenos, então? Foi uma tarde muito gostosa, um tipo pic nic, num lugar bem verde e cercado de lagos. Eu moro em contato direto com a natureza, mas um contato diferente é sempre muito agradável.
Ah...a todos os pequenos prazeres que a natureza me concede, eu sou grata!

28.8.09

E quando OSHO falou sobre o amor ele disse:
* Tudo o que está errado com o homem, está de alguma forma associado ao amor. Ele não tem sido capaz de amar ou ele não tem sido capaz de receber amor. Ele não tem sido capaz de compartilhar o seu ser.

* No amor, se você dá alguma coisa, no fundo você fica esperando aquilo que deve vir em troca. Se aquilo não vem, você percebe uma reclamação interna. Você pode não dizer, mas de mil e uma maneiras você pode insinuar que você não está satisfeito, que você está se sentindo traído. O amor parece ser uma barganha sutil.

Eu diria que você só ama realmente quando consegue se desvencilhar das armadilhas da barganha. É tentador você reclamar com o outro por estar se sentindo preterido. Eu mesma já caí nessa diversas vezes. Porque entendemos que compartilhar significa tornar-se uma parte do outro. Aí está o erro. Cada ser, que é único, deve individualizar-se para poder compartilhar sem a necessidade de pertencer ou ser parte de alguém. Quando eu digo que eu te amo e vc está em mim isto não significa que vc influencia o meu comportamento ou minhas decisões.E eu sou uma pessoas extremamente reativa. Mas negar a dependência está longe de negar o sentimento. E é esse tal de sentimento que muitas vezes nos leva à dizer algumas bobagens. Alguém pode até se perguntar pq amar então? Aí eu digo que o amor de verdade não se escolhe, se sente e pronto. E ele é prá te fazer feliz :o)
(imagem: Priscila Floriano)

27.8.09

Sinto que meu texto anda um pouco seco e um tanto óbvio, ainda reflexo dos anos de jornalismo. Nas reportagens eu evitava perder qualquer detalhe e tentava colocar o máximo de informações por frase e de forma coesa. Até que me adaptar à produção de roteiros não foi tão dificíl assim porque é uma linguagem bem técnica, cheia de formas e precisa de um texto bem detalhado.
Por exemplo:

EXT. NOITE – RUA - PRAÇA

PLANO AMERICANO – ALICE pára em frente à ANDARILHO que se encontra sentado debaixo de uma árvore em uma praça.A praça é longa e ANDARILHO está logo no começo dela, folheando um livro surrado de Willian Shakespeare, sem tirar os olhos da leitura.

ALICE
Ei, você aí. Por que está tudo tão silencioso?
Aonde está todo mundo?

ANDARILHO (com os olhos na leitura)
Hoje é feriado.Tá tudo fechado.

ALICE
Feriado? Mas que dia é hoje? Eu não me lembro.

ANDARILHO
Ah! Isso eu não sei! Também não me importo.
Eu nunca sei que dia é hoje.
Hoje é todo dia.

ALICE
Mas deve ser um dia importante!

ALICE sai caminhando para o interior da praça, olhando para trás, na direção de ANDARILHO.

ANDARILHO
Ei, aonde você vai?

ALICE (feliz)
Descobrir que dia é hoje!
Só que escrever uma ficção, romance, crônica ou conto é outra coisa. São outros 500...mas um dia eu chego lá!!! Sei que tenho tido ótimas referências :o)

Chico Buarque - Quem te viu, quem te vê

Algumas letras dispensam comentários :o)

Quando jovem e até pouco tempo atrás, eu fugia das festas, principalmente as de família. Nunca fui de ter muita paciência em rodinhas de comadre. Aliás ainda não tenho.Acho que é porque vejo o mundo de outra forma.Era marcar uma festa que eu dava um jeito de viajar para algum canto. Mas aí o tempo foi passando, as crianças foram nascendo e eu fui ficando.No próximo sábado tenho o aniversário de 3 anos do meu afilhado. Eu juro que pensei em não ir, afinal o aniversário mesmo foi na semana passada e eu já dei beijos, parabéns e inclusive o presente. Aí ontem à noite falando com a mulher do meu primo, a filhinha fofa dela, com 3 anos também, me pergunta se eu ia à festa no sábado.
- Tia Carlinha, vc vai na festa sábado? Pq eu vou!
- Acho que vou, querida.
- Vai sim , Tia Carlinha.
- Tá bom, então eu vou.
- Vc vai de fantasia?
- Não dá , Pi. Eu sou gente grande.
- Dá sim, Tia. Eu vou de borboleta. E vc?
Vendo que ela não ia ceder respondi:
- Ah... se der então vou de Fiona.
- Mãe!!!, ela gritou, A Tia Carlinha disse que vai de Fiona então vc pode ir de Branca de Neve.
- Mas Pi, eu não sei se a minha roupa de Fiona tá aqui.Eu preciso procurar.
- Então vai de plincesa mesmo!
- Mas eu não tenho fantasia de princesa.
- Tia Carlinha, vc já é um plincesa.
Depois dessa como é que eu posso não ir.

26.8.09

Nesta manhã, no caminho para o escritório, fiquei a pensar nas afinidades entre as pessoas e tentando entender como elas acontecem. Conheço muita gente, de todos os cantos e de todos os tipos. A casa dos meus pais sempre foi frequentada por todo tipo de gente. Se era amigo do amigo era benvindo. Ainda menina não conseguia aquilatar a extensão dessa receptividade. Numa sociedade hipócrita e cheia de moralismos meus pais tinham um amigo que matou a esposa por pegá-la no flagra com outro.Aliás ele era um poço de cultura.Num rompante, numa crise de ciúmes, num momento de insensatez, ele matou a esposa.Mas como ensinaram meus pais, a nós não cabia julgá-lo, esse era um problema dele com sua própria consciência. E assim ele frequentou nossa casa até morrer, sempre numa relação de amizade e respeito invejáveis.
E assim sendo aprendi a ter um olhar diferente sobre o culpado e o inocente.Descobri que muitas vezes as pessoas são condenadas socialmente sem direito algum de defesa.Isso acontece muito com os que eu chamo de "invisíveis". São aquelas pessoas que vivem pelas ruas e pelos semáforos. As pessoas, no geral, fingem que elas não existem ou então nem olham para o lado com medo. Eu, ao contrário, conheço uma monte delas. Algumas até pelo nome. Tem a Brida, um travesti ruivo de mais de metro e oitenta que fica no semáforo próximo ao escritório.Todo dia a gente bate um papinho. Na semana passada ela sumiu, ontem descobri que é pq estava em tratamento, ela tem Aids, mas passa bem. E aos poucos, sempre que o sinal fecha, ela me conta um pouco da sua vida.Ela não quer dinheiro, nem nada, só um pouco de atenção já lhe basta. E eu sou grata pela forma carinhosa como ela me trata. Tem também o Douglas, um rapaz dependente, ele vive na rua desde que se conhece por gente.No Natal passado ele me pediu um presente, podia ser qualquer coisa desde que viesse num pacote de presente.Esse era seu maior desejo.Eu comprei uma camiseta, fiz um embrulho lindo e entreguei-lhe no dia 24. Esse menino chorou de emoção. Foi o presente que me deu mais prazer de embrulhar. Outro dia mesmo, drogado que só vendo, ele me falava da vontade de estudar para entrar no exército.E como essas, tenho muitas e muitas histórias de gente que vive de forma alternativa. Tem gente que fala que eu sou doida de falar assim com essas pessoas.Mas elas são gente como a gente. Mais do que isso, tenho uma relação de afinidade com elas e fico feliz se sei que estão bem. A diferença está somente no fato de eu ter tido uma vida com muito mais oportunidades.
Ou talvez seja uma questão de ação e reação :o)

Cérebro Masculino e Cérebro Feminino

É claro que existem homens diferentes e mulheres tb :o)
O video é longo e as risadas da platéia são um pouco exageradas para o meu gosto. Mas é divertida a forma como ele tenta exemplificar que devemos respeitar a diferença existente entre as duas formas de pensar.

25.8.09

Hoje foi dia de pegar estrada até a filial. Nos dias que vou prá lá opto por ir bem cedinho, que pego menos trânsito e depois venho direto prá casa. Já em casa eu ia abrindo o chuveiro quando meu pai ligou me pedindo para levá-lo no empório para comprar frios, queijos e pão. Como ele sempre me levou à todos os lugares, nunca tenho preguiça quando ele solicita a minha companhia para ir à qualquer lugar. Quando pequena ele me levava à todos os lugares mesmo e em grandes e pequenas viagens também. Ainda bebê minha mãe conta que eu só dormia depois de uma voltinha, e nos anos em que moramos na praia, tinha que ser à beira mar. Ô garota exigente!!!Com ele aprendi à andar de avião, hidroavião, navio, barco, trem, metro, ônibus, carro, bicicleta e patins. E depois foi dificíl me segurar, ele costumava dizer que eu tinha rodinhas nos pés. Até hoje eu AMO pegar uma estrada. É, mas com o passar dos anos fui ficando mais presa ao lugar que moro, talvez esse seja o significado de fincar raízes e eu não sei se gosto dessa coisa, não. E hoje meu filho está numa idade na qual não posso simplesmente sair viajando por aí com ele. Ele precisa ir à escola, embora eu questione, e muito, a qualidade do ensino atual. Talvez ele aprendesse muito mais viajando por aí. Mas meu lado mais racional me segura firme.Muitas vezes me pergunto se não vamos ficando um tanto covardes conforme envelhecemos. Espero que não, pois ainda quero viajar muito :o)
A foto acima foi tirada por minha mãe, a co-piloto. Apelidada na última viagem que fizemos eu, ela e meu pai de Rodo-girl. Sempre que os meninos aqui viajam para um lado eu não perco a oportunidade de fechar a casa e sair para outro. E meus pais têm sido adoráveis companhias.E não viajamos para lugares turísticos e termas como fazem as pessoas da terceira idade, vamos um pouco além. Numa das últimas fomos parar no Paraguai, mas isto é história para outro post.

Fragmentos da infância

Ah...a Geni. Desligo o telefone com uma pontada de saudade da infância. Geni foi babá dos meus primos e como eu vivia por lá acabei pegando um pouco dos seus mimos.Minha tia, casada com advogado tinha babá e morava na Rua Rio de Janeiro, endereço elegante da capital paulista. Minha mãe, casada com jornalista morava prá lá das bandas da Av. Angélica e não tinha babá. Não foram tempos ruins, nunca nos faltou comida à mesa, uma boa escola, cadernos,viagens, livros, discos, roupas e calçados. O que fazia a diferença entre a nossa casa e a da minha tia eram aqueles pequenos luxos, como a Geni. Ela praticamente me viu nascer e acompanhou meu crescimento até meus 18 anos. Quando morei sozinha na capital, dos 17 aos 18, era lá que eu pedia abrigo quando sentia saudade da comida de mãe. E assim Geni sabia de tudo, da faculdade aos namorados. Aí mudei-me para o interior, meus tios faleceram, um primo casou, outro se mudou e a Geni sumiu. Há 3 anos quando a mulher do meu primo caçula ficou grávida , eles reencontraram a Geni e ela voltou à trabalhar para eles. De lá prá cá sempre nos falamos e hoje ela estava comentando exatamente como eu "cresci". Ah...a Geni...

24.8.09


Eu adoro orquídeas, talvez porque não seja uma flor tão efêmera. Gosto de orquídeas desde pequena.Lembro de namorá-las na vitrine da floricultura da avenida aonde morávamos e da minha mãe dizer que era flor de gente grande. E eu cresci namorando-as até que finalmente ganhei de um namorado minha primeira orquídea. Era uma catléia branca, mas fiquei um pouco decepcionada pois a flor vinha cortada do galho numa caixinha transparente.Minha mãe me explicou que era assim mesmo que eram comercializadas e que na haste que nascia uma flor não voltava à nascer outra.E que as flores eram caras justamente por causa dessa peculiaridade. Ganhei poucas orquídeas enquanto me tornava gente grande. Já adulta tive uma floricultura por uns dois anos e um novo mundo se abriu diante dos meus olhos: o dos produtores.Conheci de perto as estufas de phalaenopsis, cymbidiuns e catléias. Além das estufas de rosas, crisântemos, violetas e etc. Nesta época adquiri algumas, mas não era a mesma coisa de ganhá-las. De uns anos prá cá, talvez por acaso, ou não, as pessoas passaram à me presentear com orquídeas no meu aniversário. E desta vez, plantadas.E assim tenho criado um jardim especial :o)
P.S. A foto é de uma Catléia toda branca.
Brrrr...final de tarde congelante.Tomando um chocolate quente e lendo os e-mails, blogs, orkuts e twitters, nossa... essa tecnologia me ocupa mesmo...
Hoje é aniversário do Paulo Coelho e de presente para os fãs, disponibilizou na internet alguns livros. Confiram no blog
dele.
O dia por aqui não trouxe nada de novo, além de muita chuva e frio. O que também não acho ruim, nos leva à introspecção :o)
Tem dias em que acordo com a cabeça às avessas...aí nem eu me aguento!!! O que direi do restante do mundo??? Não é mau humor, não...é um fervilhar de idéias. Tenho de me segurar para não desembestar à falar, diz a sabedoria. Aí me meto à escrever até o último minuto de sossego.Pois bem ele chegou e tenho de ir trabalhar :o)
Uma excelente segunda feira para todos!!!

One day I'll fly away

...

23.8.09

Já perceberam como existem situações em que quase somos, que quase vamos, que quase encontramos...ah, mas se não fosse o quase...uma palavra pequena e aparentemente sem muita importância. Mas é esse quase que muda a minha vida, a sua vida, afinal, o vida de todos nós. Assim sendo, eu quase fico triste, eu quase sinto falta e quase não me conformo.Pior ainda quando quase lê-se, quase vê-se, quase escuta-se e quase faz-se.Mas não sei ser mulher de quases, preciso acreditar em certezas, embora saiba que elas não são verdades absolutas, nem tão certas assim.Mas não sejam quase, não sejam metades, sejam inteiros!

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
(Ricardo Reis)

Bocelli

Vamos lá:
Alguém poderia me esclarecer baseado em quais argumentos o jornalista ................, considerou na edição de 12 de agosto/09, da Revista Veja, o tenor italiano Andrea Bocelli, cafoníssimo??? Assim mesmo, no superlativo. No meio do texto que tecia elogios ao maestro Zubin Mehta, ele disparou:
"Menos perdoáveis do que esses lapsos são algumas escolhas discográficas: em 1990, Mehta foi um dos artífices do projeto Os Três Tenores, que reuniu Plácido Domingo, Luciano Pavarotti e José Carreras na interpretação de árias de ópera e canções populares.Também já gravou com o cafoníssimo tenor italiano Andrea Bocelli."
Como assim? O que seria cafona em Bocelli, o nome? As roupas? O eclético repertório? A voz? A cegueira? O sucesso?
Eu mesma, que não sou fã de óperas, crescida aos sons de Chico Buarque, dos Beatles e dos Rolling Stones, acompanhando minha mãe ao show de Bocelli no Rio de Janeiro, tive de me render à tamanha elegância.Confesso que me emocionei ao ponto de derrubar lágrimas.
Então, o que vc vê de cafona em Bocelli?

Seven Pounds

Will Smith se superou neste último trabalho.Gostei muito do roteiro Teve momentos em que até parecia que o filme iria descambar para o clichê, mas se recuperou bem...Achei o filme lindooooooooooooo!!!

Ando literalmente encantada por uma nova paixão!!!
Não é tão nova assim...é mais ou menos....
Me dei de presente no aniversário do ano passado dois novos decks de Tarôt : o Zen do OSHO e o Tarô da Criança Interior (Inner Child Cards), de Isha e Mark Lerner. O do Osho eu já estudei e é o tipo de carta que leva o indivíduo ao estado Zen, algo que eu só recorro mesmo quando meu nível de stress foge do controle.
Mas o Inner Child ficou na prateleira dos baralhos até a semana passada, que foi quando senti o impulso de estudá-lo. E que grata surpresa!
O subtítulo diz: uma viagem da psique humana pelos contos de fadas, pelos mitos e pela natureza.E é isto mesmo que ele faz! São estórias que conhecemos desde criança e que estão lá aconchegadas em algum lugar do nosso subconsciente. É um prazer este reencontro.
Carta V - O Mago
O Papa ou Hierofante aqui é chamado de O MAGO, um mestre amável, sensível e compassível. Quando esta carta aparece numa disposição indica um mestre espiritual. Podemos aqui visualizar, Merlin e até mesmo Gandalf. Quem está inspirando você nesse momento? Considere as áreas da música, arte, literatura, filosofia, da história e da natureza como o caminho para o conhecimento superior.Sobretudo, com suas habilidades de visualização , veja sua vida ligada à uma infinidade de pessoas de mentalidade semelhante.
A maior surpresa no estudo deste Tarot não são os arcanos maiores e sim os menores, verdadeiras preciosidades, portas de entrada para a alma. Levarei algum tempo até estudar todas as 78 cartas, mas tem sido um trabalho mais que prazeroso.
Tira dúvidas:
O sufixo -oso (“pleno, cheio de”) liga-se diretamente ao radical, prazer, nada justificando o aparecimento do -i-: Atividades prazerosas. A pronúncia prazeiroso se deve a analogia indevida com palavras como cheiroso, na qual o i já aparecia na palavra primitiva. O mesmo vale para o advérbio: prazerosamente. (Fonte: Colégio Objetivo)

22.8.09

Aqui está gelado, apesar da temperatura não estar tão baixa assim .É a sensação térmica causada pelo frio dos ventos uivantes.Antes do almoço saí para comprar umas frutas e uns pães.Na verdade era pretexto para aquecer-me no calorzinho bom do sol forte. Agora à tarde aproveitei para assar os últimos pães de queijo que tinha no freezer.Tem gente que não vive sem microondas, já no meu caso a dupla freezer e forno elétrico é imprescindível. Pão de queijo assado no forno elétrico é outra "cousa". Minha tia Silvia, quando queria dizer que algo estava muito bom, costumava dizer que estava "cousa" de louco.Gosto de lembra-me dela assim.

Mas vamos ao filme que assisti hoje: O Orfanato


Não é meu gênero favorito, o suspense sobrenatural, mas fiquei curiosa à respeito do trabalho de produção de Benício del Toro.Gosto da estética dele, pero no mucho.Como em O Labirinto de Fauno, fica sempre uma névoa sombria, que eu não gosto, na película. Mas enfim, é um bom trabalho. A tensão psicológica é bárbara e pelo menos para mim, aborda temas bem familiares.Os planos, closes e enquadramentos são excelentes. E o trabalho do ator mirim Roger Príncip é impecável. O filme também manda bem a sua mensagem.
Desde que meu filho era pequeno, nós (eu e ele) sempre conversamos muito claramente sobre a adoção.Eu tive horas em que precisei encontrar forças no fundo do coração para não desabar.Mas passados os primeiros e piores impactos tenho a mesma certeza de antes, a de que fiz a escolha certa.

21.8.09

O que esperar de uma mulher que tem em sua composição 25% de sangue russo, 25% de sangue italiano e 50% de sangue português. É no mínimo uma combinação explosiva. Assim sendo me considero resistente, persistente, passional e um tanto geniosa. Isso sem contar o lado extremamente doce e maternal.
Na minha família o matriarcado permaneceu no lado italiano até hoje. Do lado russo, as mulheres representavam a estrutura da família e sempre foram determinantes nas tomadas de decisão. Um tipo de parlamentarismo aonde a esposa era o primeiro ministro. Já na parte portuguesa as mulheres nunca tiveram muita voz e mantiveram-se sempre na retaguarda.Eu diria até que foram um tanto submissas.Sei muito pouco dos meus ancestrais portugueses.
Os italianos moravam na região de Trento e perderam contato entre si faz muito tempo. Já meu lado russo é uma festa, meu avô nasceu em São Petersburgo, mas seus antepassados vieram também da Romênia e da Bessarábia, que foi fundamentalmente colonizada por alemães.E na verdade foram as histórias deles que eu mais escutei. Histórias de mulheres fortes.

Está na minha lista de filmes que ainda quero assistir, o documentário Sharkwater, do biólogo e mergulhador Rob Stewart, que tem como objetivo desmistificar a qualidade de “assassino” erroneamente atribuída a estes animais, essenciais à manutenção da vida no mar e na terra. O filme também tem caráter investigativo, pois o próprio Rob Stewart entra com uma câmara escondida dentro de um dos maiores entrepostos de pesca de tubarões na América Latina, desbaratando um esquema ilegal milionário e mundial que já é mais lucrativo que o tráfico de drogas. Percebendo que tentar conscientizar o público através de fotos e panfletos não trazia resultados efetivos, resolveu produzir o tocante filme que acabou ganhando mais de 21 prêmios internacionais de melhor documentário. (Fonte e texto: Sea Shepherd Conservation Society)
Isso daria um filme...
Lula, Collor, Sarney e Renan: "Os 4 Cavaleiros do Apocalipse" ou então " Os 3 Reis Magos e o Cavaleiro Errante".É só uma questão de ótica, ou ética, ou falta de.
Ah....eu já disse que não entendo nada de política, né? Então...
Tenham todos uma excelente sexta feira!!!

20.8.09

A Vitrine - Carla L.

Quem visse Catarina naquela manhã, estática diante da loja de calçados, diria que a menina havia congelado no meio da noite. Somente podíamos perceber o brilho de seus olhos fixos na vitrine. Do restante, não movia um músculo sequer. De longe, parecia nem respirar.Dois passos adiante, sua vida miserável voltava à dura e crua realidade de quem sempre viveu com muito pouco, sabendo esperar e muito para algum desejo realizar-se. Pensava nos preparativos para o casamento da irmã mais velha.
Toda a atenção da casa estava voltada para Camila agora. Fechava os olhos e lembrava-se das mulheres da família, todas reunidas na costura, discutindo o recheio do bolo, a lista de convidados e uma forma de baratear o almoço que seria servido após a cerimônia.Tia Angélica sugeriu:
-Vamos servir galinha à cabidela! Eu conseguiria um bom desconto lá na avícola.
Camila que experimentava o corpete do vestido gritou:
-Tia...galinha, não! Que coisa mais vulgar, além do quê isso é coisa de festa junina. Depois a cidade toda vai dizer que não passamos de uns caipiras mesmo. Pobre sim, caipira não.
- Filhinha, mas não vamos convidar toda a cidade, somente os vizinhos, retrucou a mãe.
- Mãe, mas você não sabe como a cidade fala, não é? Eu estava pensando em algo mais chique, tipo estrogonofe de filé mignon.
-Filé mignon, Camila? Perdeste o senso? Quando é que seu pai vai conseguir comprar quilos e quilos de filé mignon? Você tem noção de quanto custa também o champignon e creme de leite? Temos todas as outras despesas do casamento. Estamos endividados até o Natal.
Endividados até o Natal, endividados até o Natal, endividados até o Natal. As palavras ecoavam na cabeça de Catarina, ali estática diante da sandália mais bonita que já vira na vida. Aos quatorze anos já se achava merecedora de um calçado assim. Mas ao baixar seus olhos para os pés, deu de cara com um par encardido de havaianas.
Novamente voltava aos preparativos do casamento. Se Camila resolveu casar-se o problema era dela. O noivo é que pague a festa.Metade dos convidados são dele mesmo.Por que é que papai e mamãe teriam de gastar todas as economias com ela? E eu? Quem vai me comprar uma sandália? E não é qualquer sandália, é a sandália mais linda do mundo.
Quem vai me perguntar se estou cansada de andar de havaianas desde que me conheço por gente? Quem vai perceber a vergonha que sinto de andar calçada por aí assim?
Já a Camila, andava sempre bem vestida, não era nada chique, mas Catarina fazia força para lembra-se de ter visto a irmã calçando um par de havaianas. Afinal mamãe sempre dizia que ela estava em idade de casar e que não deveria andar desleixada pela rua. E por ocasião do noivado com Frederico, Catarina lembrou-se que, por conta das despesas do jantar, sua mãe deixou de comprar um livro que a professora pediu que lessem nas férias.E nem adiantou reclamar:
-Mas mãe, é importante. A professora vai pedir um resumo no início do semestre.
-Ah, Catarina, se vire. Peça emprestado para uma coleguinha que dará tudo certo. Agora não tenho condições de gastar nem mais um centavo.
Neste instante passou pela rua um veículo em alta velocidade, que ao desviar de um buraco, acertou em cheio uma gigantesca poça de água que acabou por encharcar todo o vestido de Catarina. Mas a menina permaneceu imóvel. Era o própria criança diante de uma vitrine de doces. Neste caso o doce era dourado, reluzente, com tiras fininhas recobertas de strass. Conforme o sol da manhã entrava pela vitrine, os detalhes da sandália faíscavam em raios multicoloridos.
Em meio à este estado quase hipnótico lembrou-se ainda do primeiro dia que entrara nessa loja.Era um sábado daqueles em que as ruas estão agitadas, um verdadeiro burburinho.Mamãe abriu a pesada porta de vidro e ela e Camila a seguiram em silêncio.Tamanho luxo as deixou totalmente emudecidas.Lá não havia cadeiras e sim poltronas recobertas de veludo vermelho. Catarina passou os dedos pelo tecido para atestar se ele era realmente tão macio quanto parecia ser. E era sim. No centro da loja pendia um lustre de cristal como aqueles das estórias infantis. A atendente era linda e loira e ao se aproximar perguntou à mamãe:
- Pois não, senhora, em que posso ajudá-la?
- Estamos aqui para comprar o sapato de casamento da minha filha. Ela se casa em um mês com um moço muito bom. O Sr.Frederico, filho do Sr. Assis da venda lá da Rua Treze. Rapaz bonito e muito educado.
- Mamãe, por favor, disse Camila. Viemos aqui escolher o sapato.
Enquanto isto Catarina estava imóvel diante da tal sandália dourada. A atendente trouxe pelo menos uns 10 pares para Camila experimentar. Todos brancos. A mãe olhava os preços nas caixas e arregalava os olhos . Foi quando a mãe perguntou à atendente se eles possuíam crediário é que o sonho de Catarina, de ter a sandália dourada, foi por água abaixo.Mas mesmo assim ela tomou coragem e tentou:
- Mãe, posso comprar essa sandália para o casamento?
- Você ficou louca menina? Sua irmã está cheia de sandálias lá em casa. Com certeza alguma servirá para você.
- Mas mãe, ela calça 37 e eu 35.
- Ah, Catarina, larga de bobagem, menina! E faça silêncio que sua irmã precisa decidir-se. E além disso não tenho dinheiro e esta loja não aceita crediário. E pare logo com isso. Deixe de frescura. Parece até que está com inveja da sua irmã.
Inveja? Inveja? Como explicar para sua mãe que ela também tinha desejos. Afinal ela já tinha 14 anos e parecia que ninguém percebia.
Alguns pingos de chuva começaram a cair do céu. Ao longe uns trovões anunciavam a tempestade. Foi nesse exato momento que Catarina voltou à realidade e prometeu a si mesma que teria aquela sandália custasse o que fosse preciso.
Um mês passou rápido e logo veio o casamento de Camila. Catarina passou ao largo de todos os acontecimentos, sempre com a sandália dourada em mente. E assim o tempo foi passando até que numa tarde ensolarada a atendente linda e loira viu estacionar em frente à loja um carrão daqueles importados, último tipo.
Dava prá ver que lá dentro encontrava-se o dono do cartório, influente político da cidade e a menina Catarina.Eles pareciam bem íntimos. Intimidade esta atestada quando ele tirou do bolso um bolo de notas verdes e entregou à Catarina, mas não sem antes receber um escandaloso beijo, aonde não se identificava mais quem era a presa e quem era a caça.E falando em caça, coitada da Dna. Marisa, a esposa do deputado. Essa coisa dela viver visitando os parentes doentes em outras cidades só podia dar nisso. Enquanto ela praticava o bem, Catarina desfilava pelas ruas da cidade um belo par de sandálias douradas.
Ufa...cansei de pensar!!!
Alguém poderia me providenciar uma banheira de espumas, à luz de velas, com uma taça de um bom vinho e um bom livro, please?
Eu agradeço :o)
Words
(Anne Sexton)

Be careful of words,
even the miraculous ones.
For the miraculous we do our best,
sometimes they swarm like insects
and leave not a sting but a kiss.
They can be as good as fingers.
They can be as trusty as the rock
you stick your bottom on.
But they can be both daisies and bruises.

Yet I am in love with words.
They are doves falling out of the ceiling.
They are six holy oranges sitting in my lap.
They are the trees, the legs of summer,
and the sun, its passionate face.
Yet often they fail me.

I have so much I want to say,
so many stories, images, proverbs, etc.
But the words aren't good enough,
the wrong ones kiss me.
Sometimes I fly like an eagle
but with the wings of a wren.

But I try to take care
and be gentle to them.
Words and eggs must be handled with care.
Once broken they are impossible
things to repair.
Essa política toda de pânico sobre a gripe H1N1 começa a me incomodar.Enquanto as secretárias de saúde se mobilizam para enfrentar um vírus de gripe, leio por aí, assim meio que nos rodapés das páginas dos jornais que ainda hoje o número de parturientes que vão à óbito, no Brasil, vai muito além do "recomendado" pela OMS (Organização Mundial de Saúde). São 55,1 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos. Perdi uma grande amiga assim.
A principal causa das mortes vem da variação da pressão arterial. As outras causas são as hemorragias, as infecções pós-parto, as doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto e pós-parto e os abortos.
O governo pretende reduzir a taxa de mortalidade materna em 5% este ano e outros 5% em 2010, com prioridade para o semiárido nordestino e os estados que compreendem a Amazônia Legal. Isso inclui um programa de incentivo à realização do pré-natal. (Fonte: Jornal do Senado)
Eu tenho a questão da maternidade como algo sagrado, talvez seja até porque eu não tenha tido a oportunidade de gerar um novo ser. Acredito que certas deficiências acabem amplificando nossos sentidos.
Mas voltando à H1N1, não tiro a importância das campanhas de esclarecimento e não duvido de seu grau de transmissão e nem de sua capacidade de levar ao óbito.Só desconfio de atitudes um tanto paternalistas demais, que muito me parecem uma manobra mais política do que humanitária.
Além das parturientes perdemos também um número indecente de crianças e as principais causas de morte são: Doenças infecciosas intestinais, Tuberculose, Meningites, Tétano, Desnutrição, Pneumonias e Malformações congênitas.

Coração de todo o mundo - Oswaldo Montenegro

Existem lugares que ainda quero conhecer como Ushuaia e Barcelona e uns para aonde quero voltar como Portugal, ir de Lisboa ao Porto, numa viagem sem pressa.Se possível tomar um vinho contemplando a baía e as paisagens de Cascais.
Uma excelente quinta feira para todos!!!

Oswaldo Montenegro - Agonia

Eu sei que esta não é o tipo de música indicada para a manhã de uma quinta feira chuvosa...mas é que de repente me lembrei dela...eu tinha uns 15 anos qdo a escutei pela primeira vez e na época achei-a tristíssima, sem mesmo ainda saber o que significava morrer um pouco à cada dia. Também foi muito mais tarde que compreendi a frase que imortalizou John Donne:
" Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; A morte de qualquer homem me diminui porque estou envolvido com a humanidade. Por isso nunca me pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."

19.8.09

Não posso ficar em casa que cozinho e escrevo pelos cotovelos...quase que compulsivamente... Os comentários sobre o post anterior (o do Marley, não o da lasanha) me fizeram pensar sobre qual foi a última vez em que chorei dolorosamente.Não foi pela perda de alguém, foi algo um tanto mais complexo.
No início do ano passado enquanto eu filmava o documentário sobre a Aids, passei diversas manhãs entrevistando pacientes no ambulatório de uma clínica de atendimento especializado. Foram inúmeras histórias de vida e eu confesso que saía derrubada de lá, por melhor que eles encarem conviver com o vírus. São pessoas de todas as idades, raças, credos e condições econômicas. Alí vemos escancaradas todas as facetas do ser humano. O que de mais imperdoável vi, foram mulheres infectadas por parceiros que sabiam que eram portadores e mesmo assim não protegeram as parceiras.Mas isso é assunto prá outro post.
E foi num desses dias que eu começei a conversar com um rapaz de 19 anos na sala de espera.Ele não quis gravar uma entrevista, mas no bate papo informal, me contou como era ser homossexual, a família que teimava em negar sua opção, o preconceito, os amigos e tal. Contou que fazia o exame periodicamente, mas que estava tranquilo pq se cuidava. Ele falava animado de todos os seus projetos de vida. Dava gosto de ver tanta jovialidade e um rosto tão cheio de esperanças.
Entrei para uma entrevista e ele para a sua consulta. Eu estava saindo da entrevista, ainda no corredor, carregando numa mão a câmera e na outra uns papéis, quando encontrei-o novamente. Ele vinha de cabeça baixa e e num rompante me abraçou forte e começou à chorar. Fiquei totalmente sem ação, nem o abraço eu podia retribuir porque estava com as duas mãos carregadas.Eu fiquei lá parada, em silêncio, naquele enorme e frio corredor cinza claro.Não sei quanto tempo se passou, mas seu choro era tão dolorido que aqueles segundos, ou minutos, pareceram uma vida inteira.Num dado momento a médica abriu a porta do consultório e o chamou de volta. Ele tirou os braços que me envolviam fortemente e me agradeceu.Ele se afastou, mas o peso ficou ainda em meus ombros.
Me despedi das pessoas da clínica e fui para o carro. Sentei-me em frente à direção, virei a chave, liguei o motor e lá fiquei. Ao invés de dar marcha à ré e sair, eu chorei, chorei, chorei até me acabar.Chorei por ele, por mim, por todos os outros, pelas esposas, pelas crianças e pelas famílias inteiras que lá conheci. Chorei por cada história que me contaram. Chorei por todo o preconceito e por tantas vidas interrompidas.Chorei de revolta, de raiva e de amor.Aquilo não era um filme, era vida real.
Meu querido melhorou e amanhã ele deve continuar em repouso e eu volto ao trabalho. Assim encerra-se o festival gastronômico que teve início na manhã de ontem. Hoje fiz mais molho de tomates, salada de frutas, bolo de maça (a receita está em algum post aí abaixo) e a minha inesquecível (Santa modéstia, Batman!) lasanha. E eu digo inesquecível com propriedade, uma vez que a minha bateu a da sogra. Certa vez, lá nos anos 90, estando todos reunidos na chácara dos sogros, alguém sugeriu que fizéssemos uma lasanha. Eu me habilitei. Comprados todos os ingredientes pus as mãos à obra.O resultado é que até hoje falam da famosa lasanha. E hoje, meu pai sabendo que eu estava preparando-a, já me convidou para prepará-la na casa dele no feriado de 7 de setembro. Mas lá é diferente, fazemos até a massa, esticada no cilindro. Aí aproveito o embalo e já faço em quantidade para congelar.Para quem interessar aí vai a receita da lasanha, com a massa já pronta:
Aproximadamente 500 gr de massa pré cozida (ou 300 gr daquela que vai crua direto ao forno)
500gr de carne moída temperada e refogada
molho branco feito com um litro de leite
1 litro de molho de tomate natural (daquele que faço em casa)
250gr de presunto cozido
250gr de muzzarella
um pouco de parmesão para gratinar
Misturo o molho de tomate à carne refogada e passo para a montagem alternando camadas de molho com carne, massa, molho branco, presunto, muzzarella,molho de carne e tudo outra vez, finalizando com massa, molho branco e queijo parmesão. Na verdade, massa vai pouco e acho que é o recheio que faz a diferença.
Eu ainda faço uma versão com camadas de beringela fatiada bem fininha só com sal, que eu coloco entre a muzzarella e o molho de carne.Mas essa meu filho não gosta muito :o)
Molho de tomate natural:
Coloco 2 quilos de tomates limpos e cortados em 4 partes para ferver. Não precisa de água, que o tomate faz. Daí, quando o tomate estiver bem mole, já quase desmanchando apago o fogo e deixo esfriar um pouco. Aí então bato no liquidificador, passo na peneira e depois volto para panela. Deixo cozinhar em fogo baixo, com uma colher de chá de sal, até encorpar. Aqui os tomates não costumam ser muito ácidos, então nem preciso adicionar açucar para corrigir a acidez. Eu até prefiro não usar açucar.
O poder da mídia é mesmo algo surpreendente: Marley e eu, primeiro eu li e depois assisti, assim como em Amor nos tempos do Cólera, Ensaio sobre a cegueira, Anjos e Demônios, Pássaros Feridos, Shogum, A insustentável leveza do ser, Lolita, O senhor dos Anéis, Harry Potter, Eragon, As Brumas de Avalon (série para TV), O caçador de Pipas, Ponte para Terabítia, O Nome da Rosa , Papillon , A Casa dos Espíritos, O iluminado, Janela Indiscreta (é um conto de Cornell Woolrich), E o vento levou, O morro dos ventos uivantes e tantos outros.
Mas vamos voltar ao Marley, que muitos disseram que se acabaram em lágrimas ao ler o livro ou assistir o filme.A mídia elevou o livro/filme à categoria daquelas tragédias aonde o mocinho morre no final e assim sendo me parece que muitos choraram e se emocionaram acompanhando o coletivo. Realmente o final é bonitinho e exploraram muito bem no filme a emotividade das crianças, e isso sempre afeta o público. Mas já perceberam como existe a necessidade cada vez maior de humanizar os animais.Não pensem que eu não goste deles, pelo contrário, tenho aqui em casa 3 cachorros e 2 gatas.Inclusive um labrador chocolate do naipe do Marley (na foto acima). Amo-os de paixão, mas bicho é bicho e gente é gente. Já perdi vários cachorros, todos morreram de idade avançada. Talvez não tenha me acabado de tristeza com a história de Marley porque aqui em casa, desde cedo convivemos com animais, e aprendemos que a partida deles faz parte da ordem natural das coisas. Eu derramo lágrimas mesmo, em filmes como O jardineiro Fiel, Nascidos em Bordéis, Diamantes de Sangue, Amor sem fronteiras, porque aí sim fico triste de ver seres humanos sendo tratados como animais.

Chico Buarque de Hollanda - Essa Moça Tá Diferente

Só prá constar: eu não acredito que os americanos tenham descido na Lua, assim como eu não acredito em tantas outras coisas.Tá certo, às vezes eu faço que acredito :o)

18.8.09

Estou de ótimo humor e acho que é de cansaço, ou então, de passar o dia num programa dona de casa. Normalmente, como trabalho fora o dia todo só cozinho bem aos finais de semana. Só que hoje, por ficar em casa, resolvi colocar a mão na massa e agradar o carnívoro do meu filho. Logo cedo tirei uma peça de filé do freezer.
O café da manhã foi básico, com pão integral , requeijão e suco de laranja.No almoço fiz umas tirinhas de filé ao molho madeira com cenourinhas adocicadas.No lanche da tarde assei pães de queijo e servi com uma porção reforçada de melão bem docinho, que ele comeu inteirinha. Agora à noite fiz bifinhos na chapa de ferro com salada de milho e cenoura ralada. E para acompanhar suco de caju. Aproveitei o tempo extra e preparei mais 2 quilos de molho de tomate natural. Na verdade, não tem comparação entre o molho de caixinha e o feito em casa.
E perguntem se ele melhorou? Comendo desse jeito só podia ter melhorado, afinal comida de mãe é um santo remédio. Mas somente agora no final da tarde é que a febre baixou. Tanto que amanhã também não vou trabalhar e já tratei de providenciar as frutas para fazer uma bela de uma salada :o)

Nikka Costa - Pebble To A Pearl

Nikka Costa...aquela menininha cresceu e agora anda lá pelas bandas da soul music!!!

Ah...os sinais...acho que estão me dizendo para ficar em casa....talvez ser uma mulher à moda antiga. Cozinhar, bordar, cuidar dos pequenos detalhes, mimar mais o filho e nas horas vagas escrever e editar videos. Bem, filmar, tem que ser nas outras horas vagas :o)
Isso porque cheguei ontem no finalzinho da tarde, já estava escurecendo, super cansada e fiz um jantarzinho muito meia boca. Os gentis cavalheiros aqui de casa nem reclamaram, o que já é ótimo.Só consegui pegar no sono por volta da meia noite e à uma da manhã meu filho me chamou.Estava febril, morrendo de dor de cabeça e um tanto resfriado.Dei-lhe um analgésico e fiquei na cabeceira da sua cama até ter a certeza de que dormia tranquilamente, aí já eram mais de 3 horas. Hoje cedo, na hora de ir prá escola, ele acordou com todos os sintomas outra vez. Agora ele está dormindo um pouco. Já liguei no escritório avisando que não vou trabalhar. Já liguei na escola avisando que ele não vai. Já liguei no pediatra (um anjo que nos acompanha desde que meu filho chegou), porque afinal eu é que não vou arriscar com essa gripe que anda por aí. O médico me tranquilizou porque ele não tem febre alta, nem tosse.Acha que é somente um resfriado comum. Em todo caso me disse para ficar em observação e cá estou, velando o sono do meu pequeno, que hoje aos 13 anos, já é muito mais alto do que eu e olha que eu tenho 1:65m.

17.8.09

Cadê o post que estava aqui de manhã? Retirei pq o video não estava rodando direito. E eu sou meio que perfeccionista...
E falando em video, passei boa parte do dia, além de trabalhando, pensando na vida. Quando concordei em aceitar mais responsabilidades no trabalho, fiz mais por orgulho próprio do que por recompensa financeira. Eu queria provar prá mim mesma que eu era capaz e que não ficava atrás de nenhum colega do sexo masculino na empresa. E assim cheguei à um cargo de direção. Que no voraz universo capitalista significa algo muito diferente da direção de cinema, que faço por prazer e sem compromisso algum.
Voltando ao meu trabalho burocrático, me pergunto para quê todo esse empenho??? Prá comemorar o aumento de alguns índices e a diminuição na porcentagem de inadimplência. Se eu não tivesse esse emprego teria mais tempo para me dedicar ao que realmente gosto...nessas horas dá sim vontade de viver de forma alternativa.Mas aí vc faz planos para o futuro, se vê novamente escrava do poder monetário e esquece todo aquele seu lado mais criativo.
Se eu for mudar o rumo da minha vida, tem que ser agora.Alguns projetos começaram à surgir, mas ainda são esboços.Vou tentar ficar mais atenta aos sinais...

16.8.09


Aproveitei a insônia da noite passada para assistir O Leitor.
Mas foi aí que perdi o sono...o filme me deixou entre o certo e o errado, a culpa e a redenção, o amor e a moralidade, a culpa e a vontade, a lembrança e o esquecimento, o desejo e a responsabilidade, o crime e o castigo e entre o menino e o homem. As reflexões eram tantas que aí que demorei para pegar no sono mesmo. Cresci escutando os horrores do holocausto, que eu acredito que tenha sido o que de pior aconteceu ao mundo "civilizado", até os dias de hoje. Mas o filme aborda um outro aspecto, a profundidade da alma humana e traduz maravilhosamente bem aquele segredo carregado de sentimento que não deixa o ser viver direito. Isso cabe à todos os personagens envolvidos na estória.
Na maioria das vezes o que vemos é uma mulher sendo atormentada por segredos ou sentimentos. Neste caso não, é um homem, um menino. O filme mostra que em situações adversas assim, todos carregam um segredo como marca.O livro que deu origem ao filme deve ser sensacional. Acabou de entrar na minha lista de futuras leituras.

Infelizmente seus produtores, Anthony Minghella e Sydney Pollack, não puderam ver o filme pronto pq morreram no decorrer das filmagens (2008). Pollack deixou uma lista de obras que gosto muito como: Entre Dois Amores, Sabrina , A Intérprete e o Paciente Inglês, que ele dirigiu em parceria com Minghella.Aliás trabalharam juntos também em O Talentoso Ripley e Cold Mountain.
Voltando Ao Leitor, Nicole Kidman era a primeira escolha de Minguella para interpretar Hanna, cuja interpretação, no final, ficou à cargo de Kate Winslet (segunda foto).Ela fez um bom trabalho, mas não melhor do que em Foi apenas um sonho (Revolutionary Road, 2008).É mais um filme (primeira foto) baseado em livro, escrito por Richard Yates em 1961.Ela dá um show à parte!
Bem, o que eu queria dizer mesmo é que eu gostei muito de O Leitor e que ainda não consegui ter uma opinião definitiva sobre o tema desenvolvido pelo autor. Acho que basicamente o que dá para concluir é que o amor, querendo ou não, está muito acima do certo ou errado :o)

15.8.09

Summer place

Este é um lugar em que poderíamos estar agora...eu lendo mais um dos meus tantos livros e você fumando seu cigarro tranquilamente e sem todas aquelas proibições e me fitando.Me surpreendo que até hoje você ache graça no meu jeito meio esquisito de ser. Lá fora faz calor mas isso não importa porque provavelmente eu deva estar sonhando mesmo.Você viu como o mar está azul hoje? É um presente, não? Não ria, estou falando sério.Lá vem você me tirar do sério outra vez. Está certo, eu vou, eu vou....

14.8.09

No começo da semana as noites estavam bem frias e eu ataquei de sopa e dessa vez acertei em cheio.Tanto que ontem fiz minha primeira incursão ao Sam's Club e já tratei de comprar ingredientes para as futuras experiências. Aliás, quem tiver uma loja da rede aí perto, eu recomendo. A dica é estar antenada aos preços do produtos.Alguns são iguais aos do varejo tradicional, já outros, são muito mais baratos.Eu , por exemplo, moro longe do centro da cidade e muitas vezes tenho que recorrer às padarias do bairro. Aí os preços não podem nem ser comparados, é uma disparidade tremenda.
Mas voltando à minha sopa de terça feira. Era para ser um caldo verde básico, mas como tudo na minha cozinha, sofreu modificações.
Os ingredientes:
5 batatas médias cruas descascadas e picadas
1 litro de caldo de carne natural e ou caldo pronto (eu costumo ter o caldo congelado)
Na primeira fase eu coloquei na panela de pressão as batatas, o caldo, cobri tudo com mais um pouco de água e levei para cozinhar.Enquanto isso preparava os demais ingredientes:
1 linguiça calabresa picada em rodelas
150 gr de costelinha de porco defumada (previamente fervida para diminuir a gordura)
6 tirinhas de bacon já frito e picado.
1 maço de espinafre lavado e já em folhas (o tradicional é a couve, mas como não encontrei, fui de espinafre e deu certo)
Alho e cebola
Modo de fazer:
Depois de cozidas as batatas, abri a panela e dentro dela mesma, com o auxílio do espremedor, espremi dois terços das batatas. Adicionei aí as costelinhas. Numa panelinha à parte fiz um desfrito de alho, cebola e as rodelas de calabresa, que adicionei às batatas.
Voltei ao fogo e dei mais 10 minutos de pressão.Depois acrescentei o ingrediente especial:
1 lata de grão de bico cozido (ou uma xícara )
Coloquei o grão de bico e o espinafre e deixei ferver por mais 10 minutos, panela destampada.Por último, na hora de servir, adicionei o bacon.
Aqui em casa não precisei adicionar sal em nenhum momento do preparo, mas aí vai de cada um.
A imagem acima é do Blog da Victória .O meu caldo ficou um pouquinho menos amarelinho e com as bolinhas do grão de bico. Imperdível!!!

12.8.09



Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
.
Às vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
.
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
W.S.
“Shakespeare tornou-se o grande mestre da sondagem do abismo existente entre o ser humano e seus ideais.” Harold Bloom ( Shakespeare – invenção do humano)
Muitas vezes me pego entre o "ser" e o "estar". Adoro as tragédias shakesperianas, que nem acho tão trágicas assim quando avalio a natureza humana. Considero-as um simples caso de reação causal, muito bem inserido no contexto, por exímio escritor.
De cara, em Hamlet já encontramos a famosa frase: Ser ou não ser, eis a questão.Nesta caso o personagem não era, estava sendo.E sendo atormentado por uma dúvida.
"Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais."
Sua única certeza é que não poderia mais dormir, pelo menos tranquilamente.
E quantas vezes nos pegamos atormentados por uma dúvida de sermos isso ou aquilo, quando na verdade podemos só estar experimentando um momento transitório da vida. Pensando assim nunca somos e somente estamos.
Na língua inglesa por exemplo expressamos da mesma forma essas duas condições com o verbo To Be. Então porque estaria eu aqui dizendo que muitas vezes fico entre o ser e o estar? Porque acredito que exista mesmo um abismo entre o ser humano e seus ideais.E na minha visão otimista ele é totalmente transponível. Eu sinto que sou quando estou imóvel e estou quando em movimento. Do modo como vivo ando constantemente "sendo" e "estando" 24 h por dia, todos os dias.E o dia que eu deixar de ficar entre o "ser" e o "estar", eu morri. Ou dormi profundamente como Julieta.
"Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel."
Veremos também o abismo, desta vez fatalmente instransponível em Otelo.O que me faz pensar o quão observador Shakespeare era. Acredito que o que me falte para não mais ficar entre o "ser" e o "estar" seja um pouco mais de observação, maturidade e idade.E desconfio que irei descobrir que o melhor da vida é poder ser e estar ao mesmo tempo :o)

10.8.09

A vida é uma caixinha de surpresas...eu não poderia nunca prever minha vida hoje...
Eu cheguei ao planeta de forma meio que tempestuosa, o médico chegou a achar que eu não ia sobreviver.Mas sou teimosa e resisti bravamente.Tive uma infância cercada de cuidados por conta de tanta fragilidade.Fui uma adolescente mimada pelo pai e sempre em conflito com o jeito rígido de ser da minha mãe.Depois me libertei deste rótulo para me tornar uma jovem que brigava por tudo o que achava certo. Eu desfraldei muitas e muitas bandeiras. Tive a liberdade de ir e vir diversas vezes e assim fiz. Conheci mundos e pessoas maravilhosas. A comunicação e o jornalismo expandiram mais ainda meu horizonte. Vivi praticamente 50 anos em 5.
No meio de tanta vida prá viver tive um problema de saúde e quase que me deixer derrotar.Fiquei revoltada, fiquei depressiva, mas mais uma vez reagi. Meu corpo mudou muito e minha cabeça também. De uma adolescente mimada surgiu uma mulher com uma enorme vontade de viver. O pior do excesso de peso adquirido não foi a estética e sim as limitações. Limitações estas que estavam muito mais na minha cabeça e nos outros do que realmente no meu corpo.Tive de aprender à viver o mundo de outra forma. Hoje já não tenho mais limitações, faço tudo que os outros fazem, aliás acho que até mais, só que no meu tempo.Só fiquei um pouco mais devagar.E no sábado, durante as filmagens, pensei justamente nisso.No período em que estava me achando um nada no mundo não poderia nunca me imaginar naquela situação. Percebi que mais uma vez eu venci e que hoje com minhas próprias pernas posso ir aonde desejar. Voltei ao tempo daquela jovem determinada (ou teimosa). Sou grata à essa nova fase da minha vida, tão cheia de mim em outras fases. E sou extremamente grata à todas as pessoas que fazem parte disso, as novas, as antigas, as que ainda não conheço e as que reapareceram :o)

8.8.09

O dia hoje foi repleto de atividades!!!
Começando com as filmagens de um novo curta: Ciclos.


A equipe estava bem afinada e apesar do sol escaldante o tempo passou de uma forma tão sutil que nem percebemos. A Gabi, que faz a protagonista, é uma fofa!!! E tem uma paciência admirável...repete a cena quantas vezes for necessário e sempre bem disposta.Deixei as filmagens às 17:30h porque ainda tinha de preparar o jantar de Dia dos Pais, uma vez que amanhã vou trabalhar. Adivinhem o cardápio??? Pizza...que meu pai adora.Mas tem de ser feita em casa. Deixo aqui a prova do crime:



Estava divino!!! Bem, agora vou tomar aquele banho reconfortador e dormir um sono bem gostoso que amanhã tem mais :o)

7.8.09

Pausa para o café

A minha preferência pelo café andou por anos adormecida...até meio que esquecida...mas de uns anos para cá ela voltou. Hoje já não vivo mais sem ele. Mas nem precisa de muito, uma simples dose diária e de preferência de manhã. Hoje compreendo melhor essa paixão, pois seu sabor e aroma são inigualáveis.
O restaurante sírio-libanês Arabesco serve o Mocha, um drink de café com leite condensado e calda quente à escolha do cliente: chocolate, caramelo ou nutella.
O café na cultura árabe - até o final do século XVII, a bebida vinha da Arábia e era conhecida como “Moca”, o nome da sua cidade de origem. Os habitantes desta região foram os primeiros a beber o café, ao invés de comer ou mascar a fruta, como era feito no início, por outros povos. A palavra café vem do árabe Qahwa, que significa vinho, desta forma ficou conhecido como “Vinho das Arábias” quando chegou à Europa.
(Fonte: Arabesco, Rua Doutor Homem de Mello, 494 – Perdizes – S.P. , funciona das 10h às 23h – de segunda a sábado e domingos das 10h30 às 17h. Estacionamento gratuito. Tel: (11) 3872-8164 - www.arabesco.com.br ) Tenho até pensado em ir à São Paulo só para tomar um cafézinho :o)

A Rede Globo hoje à noite apresenta um programa especial sobre o café.
Existe mais alguém aí que não sabe aonde colocou o celular? Pois é, cheguei de viagem e o trouxe comigo pq inclusive eu o utilizei na estrada. Desliguei-o pq a bateria acabou.Me lembro de tê-lo levado para o escritório, juntamente com o cabo Usb, para carregá-lo.Isso foi na segunda feira.Daí prá frente já não consigo me lembrar. O cabo eu achei, já o telefone não.A idade é uma coisa, viu?
UPDATE: Achei!!!!!!!!!!!!! Estava no bolso do casaco pendurado na minha cadeira do escritório. Com o calor que anda fazendo por aqui, nunca que eu ia encontrar mesmo.
Bom dia!!!!
Sonhar é poder estar em qualquer lugar :o)
É bom fugir um pouco da realidade...aqui a epidemia está um pouco complicada.Os dois maiores hospitais municipais estão lotados.Não oficialmente, estão todos em estado de alerta.Ainda não oficialmente, o serviço funerário confirma que são muito mais mortes por dia do que é veiculado pela imprensa.O vírus já começou à infectar pessoas do meu círculo de amizades.E todos passam bem. As crianças só devem retornar às aulas no dia 17 e os orgãos de saúde pedem para que evitemos lugares lotados.O que não é problema pq eu já evito naturalmente.E meu filho está adorando essa coisa de ter de ficar em casa.
Oficialmente não se fuma mais em lugar fechado. Pelos fumantes que conheço, vai ter gente batendo na mãe. Devia ser permitido fumar fechado no banheiro, mas pensando bem, as filas seriam um problema.Mas mesmo assim seria a melhor solução para o pessoal do escritório.Hoje, quem quer fumar lá no prédio tem de pegar o elevador, passar por uma catraca, descer uma escada rolante e atravessar um shopping center para chegar à rua. São no mínimo, na melhor das hipóteses 15 minutos para ir e mais 15 para voltar. E não é assim que as pessoas vão deixar de fumar , isso só vai aumentar a revolta dos fumantes, que em tese, são viciados. Eu não fumo e também concordo que não quero respirar fumaça alheia, mas defendo que os fumantes devam ter um lugar específico para fumar que não seja a rua. Mas enfim, não sou eu que faço as leis nesse país.
Hummm...ainda tenho tempo para uma meia horinha de sono.Quem sabe ainda dê prá sonhar...
Uma excelente sexta feira para todos, que eu vou lá aproveitar esse soninho!!!

6.8.09

Ah...o eterno universo das possibilidades que habita meus pensamentos...
Eu poderia descrever aqui, com uma precisão cirúrgica, tudo o que me motiva.Já andei refletindo se vivo mais no mundo imaginário ou no real.Com certeza é no real.Quem sabe se eu vivesse mais no imaginário eu seria mais intrépida como a criança que pulo do galho da árvore, pendurada numa simples corda corroída pelo tempo, só prá sentir aquela sensação do vento soprando no rosto. Sensação de liberdade.Hoje talvez a minha sensação de liberdade se resuma à tomar um expresso sozinha no silêncio do escritório depois do expediente. Ou então quando pego uma estrada e vou cantarolando pelo caminho.Acho que fui tornando meu mundo mais real e com certeza mais duro por ser muito sensível. Uma sensabilidade exacerbada que me faz perceber o mundo todo ao meu redor, o dito e o não dito.O que me faz feliz e também o que me faz sofrer.E saber equilibrar estas equações não é o meu forte.Estou tentando fazer o caminho de volta e quem sabe um dia desses eu pule do galho da árvore só para sentir o vento soprando :o)

5.8.09

Genesis - That's All (2004 Digital Remaster)

Just as I thought it was going alright
I find out I'm wrong, when I thought I was right
s'always the same, it's just a shame, that's all
I could say day, and you'd say night
tell me it's black when I know that it's white
always the same, it's just a shame, that's all

I could leave but I won't go
though my heart might tell me so
I can't feel a thing from my head down to my toes
but why does it always seem to be
me looking at you, you looking at me
it's always the same, it's just a shame, that's all

Turning me on, turning me off,
making me feel like I want too much
living with you's just putting me through it all of the time
running around, staying out all night
taking it all instead of taking one bite
living with you's just putting me through it all of the time

I could leave but I won't go
well it'd be easier I know
I can't feel a thing from my head down to my toes
why does it always seem to be
me looking at you, you looking at me
it's always the same, it's just a shame, that's all

Truth is I love you
more than I wanted to
there's no point in trying to pretend
there's been no-one who
makes me feel like you do
say we'll be together till the end

I could leave but I won't go
though my heart might tell me so
I can't feel a thing from my head down to my toes
so why does it always seem to be
me looking at you, you looking at me
it's always the same, it's just a shame, that's all

But I love you
more than I wanted to
there's no point in trying to pretend
there's been no-one who
makes me feel like you do
say we'll be together till the end

But just as I thought it was going alright
I find out I'm wrong when I thought I was right
it's always the same, it's just a shame, that's all
Well I could say day, and you'd say night
tell me it's black when I know that it's white
it's always the same, it's just a shame, that's all

Eu tô rindo aqui com o comentário que a Claudia deixou em um outro post: Não deixe para a próxima encarnação o que pode fazer nesta... olha, se eu sair fazendo por aí tudo o que quero fazer, das duas uma, ou me internam, ou arrumarei problemas. Até que eu faço bastante do que desejo. E é claro que este bastante não é suficiente. Sou tão diferente da grande maioria que com certeza arrumaria encrenca. Minhas idéias são tão malucas que nem mesmo compartilhá-las direito eu posso, com receio de ser mal interpretada. Comigo sou super bem resolvida, já com os outros, nem tanto.Minha transparente sinceridade já me deixou em saias justas diversas vezes.E eu também tenho um defeito terrível, não gosto de deixar as coisas prá depois.Vivo o aqui e o agora com muita intensidade.Talvez por ter tido uma vida repleta de pequenas perdas eu tenha essa necessidade intrínsica de dizer, fazer, sentir e viver tudo assim meio que de uma vez.Não é impulsividade, é vontade de viver.As pessoas impulsivas costumam se arrepender do que fazem, eu não, eu sei exatamente o que estou fazendo.É claro que eu erro também, mas assumo o erro de forma tranquila.Voltando ao comentário da Claudia: então, compra as passagens e vamos embora :o)
Aliás, sou uma ótima companheira de viagem...

4.8.09

Diana King - I say a little prayer

Este filme é uma lição para aqueles que não sabem falar com o coração :o)

Eu tenho um caderninho mental aonde anoto tudo o que ainda quero fazer.Andei meio de mal com ele, irritada e reclamando demais da falta de tempo. Oras, mas uma coisa não tem nada à ver com a outra.Decidi então priorizar meus desejos.Na verdade estou ainda um tanto perdida em meio à tantas opções. Sabe aquela ida à Barcelona? Já decidi: se não der nessa encarnação fica para a próxima.Ter uma vida mais saudável e me exercitar? Bem, isso vou ter que dar um jeito. Quanto ao meu processo criativo, apesar de amar escrever e não gostar muito de dirigir filmes, resolvi insistir. Ultimamente andava muito preguiçosa, ou talvez, desmotivada.O que é isso? Coragem, mulher! Tanto que nesse sábado vamos filmar as primeiras cenas de um filme que será exibido por partes durante o Festival de Dança "Ciclos", agora no segundo semestre, na Unicamp. O roteiro está fechado e enxuto.Os atores estão bem interados com o texto.Então, é só apertar o play e ver no que vai dar.Porque uma coisa é escrevermos um roteiro aonde o filme que está na nossa imaginação é transformado em palavras. Outra coisa é vermos as cenas depois de filmadas.Sempre é diferente pois existem limitações em traduzir o pensamento em formas concretas.Confesso que prefiro ficar no mundo abstrato.É nele também que habita o meu caderninho mental.Quanto mais o tempo passa, mais completas tornam-se suas páginas.Meus desejos hoje possuem forma, cheiro, cor, tamanho, sabor e sentimento. E a realização deles, deixo ao acaso :o)

3.8.09

Eu não sou de acreditar nessas coisas porque sou uma pessoa de fé...mas que o meu joelho foi vítima de inveja, isso foi.Na verdade meu joelho esquerdo é meu ponto fraco, mas não é tão fraco assim.E tudo aconteceu depois de um domingo muito feliz lá em Minas.Fui para o lago pescar com as crianças e os intrépidos pescadores. Na verdade eu mais coloquei isca no anzol do que outra coisa, mas eu adoro a interatividade com as crianças.Almoçamos num local próximo ao lago, montado justamente para esse fim. Como aqueles acampamentos dos safáris na África. Tão bucólico, mas é claro que toda essa natureza traz consigo aqueles bichinhos pequenos que nos mordem.São os pernilongos, os miruins, os borrachudos, as formigas, as porvinhas ou seja lá que nome tenham. Dificíl dizer qual bicho me mordeu, era uma picada pequenininha, mas fez um grande estrago. E assim mesmo partimos para as outras cidades. Era até engraçado, eu mancava pq não podia dobrar o joelho, mas ia à todos os lugares. Hoje, depois de alguns antiinflamatórios, estou bem melhor e já pensando em viajar outra vez. Mas voltando ao início do post, fico me perguntando pq alguém me invejaria.Na verdade talvez seja meu modo determinado de viver a vida.Uma amiga minha muito espiritualizada diz que é pq eu tenho brilho próprio.Sei lá, eu não vejo as coisas assim. Mas de qualquer forma amanhã cedo vou tomar um banho de sal grosso :o)
Hoje, escutando a televisão enquanto lia meus e-mails, ouvi trechos de uma discussão sobre adoção no programa da Ana Maria.Como estava escutando de longe não sei quem disse o quê, mas concordei com muito do que ouvi.Principalmente no que diz respeito à forma como a sociedade encara a adoção. É com muito preconceito, sim. Este preconceito só diminui um pouco quando a criança adotada é recém nascida, branca e do sexo feminino.
Tento entender o que representa o ato de adotar no consciente coletivo. Já ouvi barbaridades que vão do medo à indiferença, passando sempre pelo egoísmo. Se eu pudesse eu abraçaria todas as crianças abandonadas do mundo. Meu filho foi abandonado na maternidade e demonstra até hoje reflexos desta brutalidade.Os quatorze dias que ficou sozinho no berçario deixou um vazio afetivo na sua história. É como se ficasse faltando uma parte da pessoa, uma parte que deveria ser boa. O amor e o tempo curam tudo, ou quase tudo, mas nunca apagam a marca deixada.
Comigo ele é super bem resolvido mas ele tem uma postura radical quanto à mãe biológica.Pode ser que ele mude, mas aos 13 anos ele não perdoa qualquer mãe que abandone um filho.Ele se revolta com a falta de amor alheia mesmo em casos de filhos biológicos. Sim, porque para um certo número de crianças abandonadas em orfanatos, existem um número igual ou maior de crianças abandonadas dentro de seus próprios lares.
Nesta minha última passagem por Minas, conheci um casal com dois filhos, um menino de 7 e uma menina de 5. A tal mãe não suporta a menina e nem disfarça.Eu me aproximei muito dela com esse meu jeito mãezona e minha real vontade era de trazê-la para casa comigo.Mas é claro que não posso mudar o mundo. Mas o importante mesmo é que depois que adotei meu filho muitas pessoas me seguiram e estão felizes com isso. Não é fácil, porque a sociedade ainda tem muito o que aprender sobre amor e relações familiares, mas já é alguma coisa.
A minha adoção foi inter racial e as que me seguiram também.Isso considero uma vitória porque o amor não tem mesmo cor, raça, idade ou condição social.E o melhor deste mundo é amar e ser amada por um filho, é sem dúvida alguma a expressão maior de amor. Meu filho é o maior presente que já recebi. Que todas as pessoas possam experimentar essa felicidade pelo menos uma vez na vida :o)

2.8.09

Eu tenho muito mais em comum com o roteirista David Benioff do que eu imaginava. O que me chamou a atenção quando li a resenha sobre o seu livro foi o tema : uma ficção autobiográfica (na verdade ele conta a história do avô) que se passa durante o cerco à Leningrado, na Segunda Guerra Mundial. Até aí tudo bem, eu também sou descendente de russos. Mais tarde descobri que Benioff é também o roteirista de filmes como O caçador de pipas, Tróia e Wolverine.
E assim, sabendo de antemão que leria um livro muito bem escrito, me entreguei à leitura de "Cidade de Ladrões" de corpo e alma.Quatro dias foram mais que suficientes para que eu devorasse suas 290 páginas. É uma escrita intensa e poética, com alguns trechos bem fortes.
É impressionante como o que diz respeito à nossa descendência fica de alguma forma gravado em nosso subconsciente.E em determinadas horas isso vem à tona. Diversas vezes, durante a leitura, tive flashes de diálogos do tempo em que meu avô ainda era vivo. Lembro de passagens e pequenos detalhes que minha mãe contava, o que tornava o livro cada vez mais real. Embora na época em que se passa o cerco à Leningrado, meu avô já morava no Brasil. Ele veio ainda pequeno, com dois anos de idade, mas foi registrado como nascido aqui e desta forma chegou até mesmo a servir o Exército Brasileiro, como tenente da cavalaria. Depois foi vendedor de livros e enciclopédias. Talvez eu tenha gostado muito do livro por causa da minha história ou mesmo da minha genética.De qualquer forma eu recomendo a leitura. Leiam um trecho do livro aqui!