28.1.13

Mudei de escritório, não de empresa, na semana passada.Foi uma mudança física que me agradou deveras, pois é muito mais perto de casa do que o endereço anterior.Coisa de 5 ou 7 minutos.
Embora a transportadora embale e desembale tudo, tive de encaixotar minhas coisas.Só nos filmes americanos é que o sujeito consegue sair levando somente uma caixinha e uma samambaia.
Depois de tantas tragédias, desmoronamentos e incêndios fico feliz em sair do arranha céu em que trabalhava.
E é claro que a jeitosinha aqui já tomou um tropeção e torceu o joelho logo na primeira semana. Mas tudo bem que HOJE já estou andando, depois de quase três dias sem poder me movimentar.Apesar da alegria da mudança ainda temos alguns probleminhas. Somente esta manhã é que ligaram uma das três linhas de telefone. Internet só na quarta feira, se tudo der certo.
Estamos indo bem sem o apoio tecnológico e confesso que até gostei de não ter internet hoje, pois já me cansei das matérias apelativas sobre a tragédia de Santa Maria/RS. Foi realmente um acontecimento muito sério e principalmente doloroso.Quem tem filhos na idade dos jovens que morreram sentiram um pouco da dor de cada pai e mãe.Isto sem contar a dor dos maridos, namoradas e etc.
E como escreveu um amigo:
"(...) não pude deixar de observar a avidez da mídia em achar culpados e distorcer depoimentos dados por pessoas que estavam presentes naquele local, acho revoltante esse tipo de postura que só colabora para levantar julgamentos precipitados e inconclusivos. Tão ou até mais importante do que encontrar os culpados é definir as causas do fato e evitar que algo do gênero venha a ocorrer novamente.(...)"
É isso aí!

27.1.13

Acordei disposta para falar sobre a volta às aulas.Quando criança eu gostava do primeiro dia de aula, ao contrário da maioria das crianças de hoje em dia.Afinal há tanta interação, tanta vida, mesmo que cibernética, fora da sala de aula que nem dá vontade de ir à escola.
Aí caiu uma bomba sobre o meu tema.O efeito devastador dela foi ouvido por quarteirões, bairros distantes, cidades inteiras e até mesmo países longínquos. Saiu em todos os jornais o incêndio que matou mais de 200 jovens numa boate em Santa Maria/RS.
O fato por si só, isolado, já é uma tragédia sem fim.Mas penso nos próximos dias.Indo um pouco mais além penso no primeiro dia de aula dos cursos aonde estes jovens iam começar a vida acadêmica.Pior ainda, penso nos seus pais. Nós educamos, criamos, orientamos e amamos nossos filhos para um dia vê-los vencendo por méritos próprios.Para grande parte dos filhos, esta vitória começa com a entrada na faculdade. Não há pai, mãe, avô, avó, tio, tia, padrinho, madrinha e agregado que não se orgulhe de ver o nome do seu objeto de afeto estampado lá na lista dos aprovados, nem que seja naquela desconhecida faculdade de Tombuctu, a Universidade de Sankore.
Se eu pensar que Deus opera diretamente em nossas vidas, não consigo compreender a lógica destas mortes.Prefiro pensar que ele opera no global e que, como no caso de hoje, alguém já o tenha avisado de tal tragédia.E que consciente do acontecido comece sim a operar seus milagres, principalmente sobre a dor e o vazio que dilaceram os corações dos familiares destas mais de 200 vítimas.
Enquanto Deus opera por lá, tentemos operar por aqui.



+ Hemocentro de Santa Maria R. Alameda Santiago do Chile, 35, bairro Nossa Sra. De Lourdes.
Fones: (55) 3221.5262/ 3221.5192

23.1.13

Ainda sobre o diálogo de Jesus e Maria de Magdala, do Saramago:

Como no livro, existem inúmeros casais assim.Pessoas tão diferentes que se amam muito, mas que nunca dariam certo juntos.Também não consigo entender a insistência. Para que eu possa escrever preciso escutar as pessoas e suas histórias pessoais.Acho impressionante a mania de transformar amor em sofrimento.
Não poderia ser tudo mais simples? Eu te amo, você me ama, somos irrediavelmente diferentes e devemos cada qual seguir o seu caminho.Nem é preciso matar o sentimento.
Acredito sim no grande amor mas não na necessidade de viver com ele a vida inteira, porque a convivência diária, convenhamos, não é nada fácil.Claro que tem gente que tem sorte, ou faz que tem.
Acredito que apesar de romântica já nasci lúcida.Sempre desconfiei do príncipe encantado.O que não quer dizer que eu não ache lindo um grande amor! Pelo contrário, suspiro quando penso na intensidade do seu arrebatamento. Principalmente porque "Amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente (F. Pessoa)". E sem ressentimentos, por favor!

20.1.13

Essa coisa de arrependimento é ao mesmo tempo simples e complicada.Não me arrependo do que fiz, mas talvez até tenha me arrependido de não ter dito isso ou aquilo.Mas nada que me pese como a palavra remorso.Considero que perdi uma ou mais oportunidades, só isto..
Estudando e pesquisando a vida da médica que retratarei no documentário, em nenhum momento ela fala em arrependimento, de nenhum tipo.Resolvi perguntar-lhe e agora tenho medo da resposta, pois ela pode mudar substancialmente a essência do meu texto. Paciência...
E assim vamos seguindo adiante.
Falando em não arrepender-se, amo um trecho do livro" O evangelho segundo Jesus Cristo" do Saramago:

" Jesus tomou-lhe as mãos e disse, Nazaré não é longe de Magdala, um destes dias virei visitar-te. Se me procurares, aqui me encontrarás. O meu desejo será encontrar-te sempre. Encontrar-me-ias mesmo depois de morreres. Queres dizer que vou morrer antes de ti. Sou mais velha, de certeza morrerei primeiro, mas, se acontecesse morreres tu antes de mim, eu continuaria a viver, só para que me pudesses encontrar. E se fores tu a primeira a morrer, Bendito seja quem te trouxe a este mundo quando eu ainda estava nele".


12.1.13

O tempo passou e hoje gosto das letras do Cartola:

Sim, eu fui uma adolescente romântica.
Não era fã fervorosa do Roupa Nova, mas adorava a música Sapato Velho.
Romântica, mas sempre analítica.Estrelas nos olhos era exatamente o que eu queria ver quando um namorado me olhava nos olhos. Eu já sabia que todos nos tornariamos mais ou menos como um sapato velho, mas sonhava com este amor cúmplice que só o passar dos anos traz.



Até hoje as flores azuis estão entre as minhas favoritas.
 São algumas hortências, violetas , íris, agapantos, delfínios e tumbérgias, entre outras. Na falta das azuis fico com as de cor lilás também, sem problema algum. A flor azul é conhecida por representar o infinito, aonde sentimentos como gratidão, admiração, desejo e amor fazem parte do seu objeto. Existem dúvidas em torno da rosa azul, pois sabe-se que naturalmente ela não existe. Rosas azuis que encontramos sendo comercializadas são tingidas artificialmente.Destas não sou muito fã.


Mas a empresa japonesa Suntory desenvolveu em 2009 a Suntory Blue Rose Applause, a flor recebeu o gene azul da violeta, tendo levado 20 anos até ser desenvolvida por completo. Quando em botão ela ainda é lilás, mas depois de alguns dias de aberta vai tornando-se azulada.


11.1.13

Tudo o que eu posso dizer é que dormir com uma temperatura em torno de 16 graus é simplesmente delicioso.Mas que tem algo errado aí, tem! Moramos em um país tropical e estamos no verão. A chuva tudo bem, mas o frio é estranho.Até as gatas e os cachorros aqui de casa estranharam, passaram a noite encolhidinhos.


De qualquer forma passei só para tirar a poeira do blog, uma vez que continuo sem tempo.Na verdade, estou tão focada na construção do documentário que só penso nele.Estou tentando terminar a primeira versão, a bruta, até o final de semana.
E como a vida continua, vamos trabalhar!!!
Férias, só depois do carnaval.
(Foto: Como Cães e Gatos)