27.4.20

Sai cedo hoje para verificar o trabalho de campo. Chegando no escritório descobri que estávamos sem internet e telefone.Fiz o que deu e vim embora.
Em casa, também sem internet, telefone e televisão.
Estava agitada, pois dormi muito bem a noite que passou e acordei cheia de energia.
Vim prá cozinha!
Pré preparei o jantar e fiz brownie.
Não é por nada não, mas ficou divino.


Vai aí a receita simples e com poucos ingredientes:
3 colheres de sopa de manteiga derretida
1 xícara rasa de chocolate em pó
2 ovos inteiros bem batidos
1 xícara cheia de açúcar demerara
1 xícara rasa de farinha de trigo
1 colher de sobremesa rasa de fermento em pó.
Derreta a manteiga e misture o chocolate em pó à ela.
Numa vasilha bata bem os ovos, eu usei o Mixer.
Acrescente o açúcar, a mistura de chocolate e as farinhas aos poucos.
No final usei a colhe de pau para misturar.
Por último adicionei o fermento.Tem quem não use, mas eu gosto quando o brownie sobe e desce no forno, formando uma casquinha crocante.
Coloque numa forma pequena e baixa e leve ao forno pre aquecido, 180 graus, por aproximadamente 25 minutos.

23.4.20

No começo eu iria trabalhar, presencialmente, somente duas vezes por semana, agora já são três.
Assim que começou a quarentena me programei para escrever, pintar, cantar, experimentar novas receitas e fazer muito crochê. Putz, não passei de um tapete de quarto e um suporte de panela.Tenho ainda na fila, uma colcha, uma blusa azul linda, um cachecol para minha afilhada e um gorro muito legal!
Eu amo o frio e tudo relacionado a ele.
Uma caneca de chocolate quente aquece as mãos, o corpo, a alma e o coração.
Algo bem particular meu é que só tomo leite se for com chocolate e no inverno.E o tempo tem que estar bem frio, ou seja, no máximo uns 10 dias por ano.
Quando leio que ontem, em plena primavera européia, nevou na Serra da estrela, em Portugal, meu coração até bateu mais forte.
Vendo uma notícia aqui e alí me dou conta que ainda não fui para Bom Jardim da Serra/SC, acessível através da Serra do Rio do Rastro. Acabando essa pandemia preciso corrigir essa falha.
Isso sem falar no Chile.
Se nós estamos presos, nossos sonhos não estão.

21.4.20

Coisa boa ter chegado cedo em casa.
No trabalho, hoje, atendemos uma moça cujo pai se matou na noite de ontem.
Se ele tivesse idéia de como ela ficaria, ele nunca teria feito isso.
O suicídio, na vida real, é bem mais assustador.
Mais tarde, no aconchego da minha cozinha, fiquei feliz por poder contar com a companhia do meu filho e da namorada. Eles queriam cachorro quente, com direito a molho, milho, ervilha e batata palha, mais politicamente incorreto impossível.
Mas quantas vezes na vida poderemos fazer isso?
O dia foi pesado, eu merecia me dar uma pausa, não pensar em nada, não me preocupar com coisa alguma, simplesmente viver o instante, curtir, rir e amar os outros como a mim mesma.
Na bagunça quebramos um copo, e daí?
Depois de comer, ainda plena de felicidade, assisti a "live" do Oswaldo Montenegro, no YouTube.
Ele cantou essa música, que não é das minhas favoritas dele, mas hoje veio traduzir tudo o que precisa ser dito vez ou outra:

19.4.20

Já disse aqui que acho que essa moça canta bem e que tem uma voz que eu gosto muito!

Amanhã e terça vou trabalhar.
Nem dá prá reclamar afinal são tantos dias em casa.
Ainda penso que sair de casa é flertar com o perigo.
Infelizmente esta semana não terei como deixar passar.Com tanta tecnologia, algumas coisas pedem a sua presença física: é a segurança na fala, o olhar algumas vezes firme e outras mais compreensivo e etc.
O que mata um pouco a nossa racionalidade é que estamos numa eterna espera por algo que não sabemos quando virá, ou mesmo se já chegou.
A onda ainda é uma marolinha.
Sinto que estamos naquele período de silêncio que antecede a tempestade. Nos filmes de terror é nessa hora que as pessoas se dão mal.
Sei que vou ter que repetir a mesma conversa que tenho repetido semanalmente desde antes da quarentena começar: melhor pecar por mais do que por menos. E se não formos tão atingidos, melhor!
Mas as pessoas querem suas vidas de volta!
Humor, segurança, paciência, bom senso, criatividade, vontade...parece que estão todos passeando de montanha russa.
Mas vamos tentar sorrir, né?
O tempo está passando...

15.4.20

Outro dia disse que Bocelli cantando em frente à Catedral de Milão me causou certa angústia, mais por conta das circunstâncias e das imagens, porque, afinal, ele cantou lindamente.
Depois de um bombardeio de notícias disso e daquilo em relação à pandemia, resolvi abstrair um pouco escutando música.
Fuça daqui e dali encontrei um show ao vivo do Bocelli aonde ele interpreta sucessos do cinema.
E me fez um bem danado!


13.4.20

Ontem assisti à live do Andrea Bocelli em Milão.
Não tive condições de comentar, sua versão de Amazing Grace, naquele enorme espaço vazio, com a Catedral de Milão com as portas fechadas ao fundo, me levou às lágrimas.
Costumo reclamar que algumas capitais ficam lotadas de turistas o ano todo, que alguns pontos turísticos se tornaram impraticáveis de visitar. Mas vê-las assim, tão desertas, me causou uma angústia tremenda: nem tanto o Céu, nem tanto a Terra.
São lugares por onde passei, aonde interagi com pessoas que eu nunca havia visto antes.Eu tenho essa facilidade.O cara metade diz que não pode me deixar sozinha um minuto que seja, que logo me vê conversando com alguém. Ele diz que eu tenho um imã de atrair pessoas (e animais).
Quando vou dormir, já cansada, penso em todos que conheço, que estejam seguros e penso também naqueles que estão enfrentando a doença, uma luta entre a vida e a morte. Peço por eles!
Ao acordar tento repassar, mentalmente, tudo o que este processo pode nos trazer de bom. Porque tudo que existe neste mundo tem o lado ruim e o bom, o pior e melhor!
Não podemos perder a capacidade de nos encantarmos.


Precisamos de leveza!


10.4.20

Essa versão, com orquestra, é para escutar com fone de ouvido e esquecer do mundo lá fora:


Pelas minhas poucas andanças por aí, vejo que o medo toma conta de alguns enquanto que outros ignoram a realidade.
A vida e a morte seguem em frente, numa lógica meio desconexa.
Quem fica e quem vai?
Penso que devemos ter cuidado, nos proteger, respeitar o distanciamento, mas como esse vírus realmente funciona? Como nosso sistema imunológico se comporta diante dele?
Tento não pensar muito.
Me sinto nadando de braçada sem olhar para trás e nem para os lados.
Sigo olhando para frente!
Claro que tenho medo, sou humana e tenho uma doença de causa auto imune.
Só não vou deixar que o medo me transforme em presa fácil.
Vamos sair dessa sim e que lá para frente possamos entender melhor o que aconteceu.
E eu venho aqui é para desabafar e conversar melhor com meus silêncios.

9.4.20

Tem dias em que precisamos sair um pouco da caixinha...questão de sobrevivência.
Amanhã eu trabalho, em Araras.
Levo minha dose semanal de lucidez, bom senso e paciência porque as pessoas estão surtando com essa coisa toda.


Acho que principalmente pelo desencontro de informações.
Se o senso comum pode ser resumido, como li por aí, como a idéia de conectar dois ou mais pedaços de informação de uma forma que isso proporcione uma utilização ou significado concreto, então está difícil chegar a ele.
É por isso que temos que abstrair um bocado.

7.4.20

Ontem, depois de três anos da morte do meu pai, um dos seus melhores amigos partiu.
Eles tinham a mesma idade e um pensava muito próximo do que o outro pensava, apesar de um ser advogado e outro dentista.Suas vidas foram pautadas pelo amor que dedicavam aos outros.
Os dois morreram praticamente do mesmo modo: foram internados, passaram por uma cirurgia de hérnia, fizeram uma bronco aspiração e acabaram tendo falência múltipla de orgãos por infecção generalizada.
Meu pai nos deixou no dia 06 de abril de 2017, sendo sepultado no dia 07, assim como o seu, o nosso, querido amigo.
Ontem foi um dia de introspecção.

5.4.20

Por mais humor na quarentena!!!
Não é o fim do mundo, posto que pareça.

4.4.20

Outro dia mesmo eu estava passeando, de férias, sem hora para comer, sem compromissos, sem obrigações.Foi bom enquanto durou e eu nunca poderia imaginar que vivenciaríamos o que está acontecendo hoje.
E olha que dos sete dias da semana só fico cinco em casa.Aí é o trabalho remoto que te consome, o celular não pára de apitar quando entra mensagem ou e-mail.
Meus fornecedores de serviços acho que surtaram.
Fechei o mês e enviei a planilha para o escritório de contabilidade. Eles me enviaram a folha de pagamento com três erros absurdos, sendo que é um programa que faz o trabalho e utilizamos os serviços deste escritório há mais de quinze anos.
A resposta do escritório de contabilidade aos três erros, por e-mail, foi: Mas você tem que entender que estamos passando por uma situação análoga.
Peraí, mas a folha de pagamento é feita todo mês, há anos.O problema não é o Covid 19, mas sim o medo que as pessoas tem.
O fornecedor de produtos de limpeza, ao invés de nos enviar seis embalagens de sabonete líquido, nos mandou 6 pacotes de pastilhas para vaso sanitário.
Aí temos que trocar, refazer, corrigir e etc.
Os produtos de EPI (equipamentos de proteção individual) desapareceram do mercado.
O bom, ou ruim, ainda não sei, é que a importância, a relevância das coisas, pessoas e lugares mudou.
Sinto uma falta de tremenda de sair para trabalhar todo dia, mas isso não sou só eu...acredito que milhares, ou até milhões de pessoas, se sintam assim.
Afinal, não estamos de férias, relaxados, sem preocupações.
Uma das meninas do plantão me perguntou hoje por whats: - Até quando isso vai durar?
Como ela tem um filho pequeno e o marido trabalha numa empresa que atualmente está produzindo álcool gel, ela só tem trabalhado nos finais de semana porque durante a semana não tem com quem deixar o filho.
Minha resposta foi: - Acredito que aproximadamente até 15 de maio.
Na verdade eu não tenho certeza, foi puro chute, foi para que ela não ficasse sem resposta.
Ou seja, esse cenário deve perdurar ainda por um bom tempo.
E não tenho nem idéia de como tudo vai ficar quando isto acabar.