31.1.12

Sem tempo para escrever por aqui aproveito para compartilhar umas novas descobertas musicais que tenho feito por aí. Hoje, em especial, foi uma dia chato. Morreu uma conhecida com quem trabalhei.Eu gostava dela e fico triste porque ela acabou morrendo por conta da vaidade ou, mais que isso, da pressão social.O fato de ser gorda a incomodava muito.Vivia procurando maneiras para emagrecer, contrariando sua natureza avantajada e morreu por conta de uma hemorragia causada pela perfuração do estômago durante uma manobra cirúrgica que visava a diminuição do orgão, no intuito de favorecer o rápido emagrecimento.A família  dela estava em estado de choque. E não é prá menos, porque se não fosse seu desejo de ser magra talvez ainda estivesse viva.
Vamos à música. Quem canta é a francesa Isabelle, conhecida por Zaz. Ela costuma dividir a opinião dos críticos, mas eu gostei :

 

29.1.12

Essa menina tem só 16 anos...nascida Jasmine, utiliza o nome artístico Birdy. Por um momento ela me lembrou o conto do Rouxinol :
 "O rouxinol cantou tão bem que o imperador ficou com os olhos cheios de lágrimas, que lhe escorreram pelas faces; e o rouxinol continuou a cantar ainda melhor, de modo que cada nota foi direitinha ao coração do imperador."


Tenho 44 anos e já estou cansada dos noticiários.Pensei que isso fosse acontecer comigo depois dos 60.
Mas já percebo que, em alguns casos, nada muda,e em outros, aquilo que vemos não é nada do que parece.Quando jornalista eu me irritava com a censura, que nos anos 80, teoricamente não existia.A censura política era muito sutil, já a econômica era um escândalo.Desde aquele tempo eu pensava que a cobrança sobre a censura e também sobre o que estava errado devia partir da sociedade.Hoje temos as redes sociais, aonde, há todo momento, tem alguém criticando essas coisas.Mas o problema continua, as críticas não chegam aos responsáveis.
Em outubro deste ano teremos eleições municipais e honestamente não tenho candidato.Aliás, numa cidade que teve três prefeitos nos últimos oito meses, dois deles afastados por envolvimento em corrupção, é complicado falar em eleger um representante.A cidade nunca esteve tão abandonada.O mato cresce por todos os lados, invadindo as calçadas.Isso sem falar na quantidade absurda de buracos nas vias públicas.Outro dia, ao sair para trabalhar, encontrei um grupo de detentos (que não são nem funcionários municipais, mas essa já é outra questão) tapando os buracos da minha rua e adjacências.Eles enchiam os buracos com terra, a pilavam e partiam para o próximo buraco.É óbvio, não preciso ser uma expert na área, que na primeira chuva forte aquela terra toda ia embora.E não deu outra. Estamos em plena época de chuvas e os buracos agora parecem piscinas.Não dá nem prá falar em surto de dengue.A região aonde moro registra altos índices da doença. As unidades de saúde municipais estão em estado de calamidade.Faltam médicos, funcionários, equipamentos e remédios. As aulas na rede pública ainda não começaram.Não quero nem ver o estado das escolas.
Mas mesmo assim a população está feliz.Tem muita gente empregada, a inflação está tecnicamente controlada, o poder de compra está em alta.Mas os impostos nunca estiveram tão altos, nossos políticos nunca nos roubaram tanto, os brasileiros nunca trabalharam tanto, nunca estivemos tanto na mãos dos bandidos e a repressão está outra vez muito bem camuflada e ativa.O dinheiro está circulando entre as classes C, D, E  e F, isto é fato. Mas o que não se noticia é que a classe G continua miserável e morrendo de fome.
Um salário mínimo de R$622,00 é uma vergonha, ainda mais se comparado ao de um deputado federal, que é de R$ 26.723,13.Isso sem falar no salário de outros funcionários públicos como professores, médicos, policiais, bombeiros e etc.



Então, nas próximas eleições votamos em quem? Nos corruptos, que apesar de nos roubarem, nos permitem estarmos empregados e gastando? Como já disse a Rita Lee, em outro contexto mas que cabe muito bem neste, não quero luxo nem lixo.

27.1.12

Continuo de molho, depois de muito trabalho e alguma chuva durante a semana, vou ter de ficar mais uns dias de repouso, porque a tosse portenha voltou.Antes que a coisa complique é bom eu não teimar e desacelerar.Já estou pelas tampas com essa gripe.Verdade mesmo, o que eu queria agora era um colinho, uma mantinha, uma xícara de chá e só escutar coisas agradáveis.
Mas vamos deixar tudo isso prá lá.Pelo menos consegui retomar a escrita.Eu tinha de colocar umas falas no roteiro de um curta sobre uma mulher paranóica, com dupla personalidade, que vê motivos para desconfiar do marido em todas as coisas.Ela tem até mesmo alucinações, fala sozinha, argumenta, contra argumenta e coisa e tal. Eu me diverti muito fazendo isso! Na verdade é quase um trabalho de exorcismo, a gente coloca muito dos demônios prá fora.
Ficando em casa hoje tive tempo também de bater papo com as amigas.Ao falar com uma amiga sobre um determinado conhecido em comum, me lembrei do mico que paguei quando fui apresentada a ele.No exato momento em que me apresentavam àquele homem de quase dois metros de altura, sim, eu tive que olhar para cima, e que esbanjava charme até pelo branco dos olhos, ao invés de - Muito prazer! eu disse:
- Nossa...você é tão..tão..tão...alto!
Até hoje fico me perguntando o que ele deve ter pensado.Quando me dei conta do que havia dito, isso levou alguns segundos, eu queria me esconder debaixo da mesa.Tem ocasiões em que perco a oportunidade de ficar calada.E o mais impressionante é que me considero uma pessoa bem articulada.Mas acho mesmo que aquele sorriso me descompensou.Passado quase um ano, agora acho graça.


Ultimamente não tenho achado graça mesmo é naquelas pessoas que somem, que não dão notícias, que não aparecem, que nunca ligam para marcar um cafézinho.Sei que é uma via de duas mãos, mas cansei de ir sempre na mesma direção.Outro dia eu prestava atenção no caminho e percebi que o chão de ida já está até marcado.Acho que ao invés de me aborrecer com isto, devo mesmo é apagá-las da minha vida ou então deixá-las lá na caixa do esquecimento para que se apaguem sozinhas.
Afinal, eu sou tão...tão...tão...resolvida!

26.1.12

Existem algumas tragédias que me tocam mais do que outras.Quando ocorrem alguns terremotos, por exemplo, algumas vezes sinto o chão tremer.Certa noite foi dormir e logo em seguida acordei com a sensação da cama estar tremendo e na verdade ela não tremeu.Na manhã seguinte os telejornais noticiavam um terremoto no México. Foi mais ou menos assim com a tsunami na Indonésia, os deslizamentos em Angra dos Reis e outros.Algumas vezes a sensação vem muito antes do acidente e em outras ocorre no mesmo momento.Normalmente não a identifico, só vou compreendê-la mais tarde. Ou seja, ela é totalmente sem sentido.Em certas ocasiões não sinto nada como no 11 de setembro ou no terremoto do Haiti.Não existe uma lógica porque não é sempre que sinto esse mal estar, aliás ele é bem raro.Não entendo a conexão que ocorre. Não acredito em avisos sobrenaturais, porque na verdade nem é um aviso.É uma sensação, é muito mais uma questão de percepção.Ontem no final da tarde, enquanto ainda estava no escritório, caiu uma chuva bem forte, com muito vento e muita água.Num determinado momento senti um mal estar e disse para uma colega que estava indo embora:
- Não é melhor esperar um pouco?
- Mas por quê?
- Sei lá, vai que o elevador sofra influência desse vento todo.
Um outro colega riu e me olhou como se eu tivesse acabado de dizer a maior bobagem do ano:
- Sei lá, a chuva está tão forte, vai que o prédio treme.
- Como é que um prédio desses vai tremer com uma chuva? Isso é impossível.
- Eu não sei, mas por mim ele pode até cair.
- Imagina, prédio não cai assim.
- Tá bom, tá bom.Deixa prá lá.
Continuei com aquela sensação estranha e só fui compreendê-la muitas horas depois com a notícia dos prédios que desabaram no Rio de Janeiro.

Update - conversa com o mesmo colega de ontem, no final da tarde de hoje, antes da chuva:
- Viu só, prédios caem!
- Isso foi fatalidade.

24.1.12

Já sei... ando um tanto repetitiva, não é? Mas, me desculpem, eu preciso. Estou envelhecendo e estou deixando de acreditar. Será que isto faz parte do processo de amadurecimento ou estou retrocedendo?  Emocionalmente, hoje, sou daquelas que precisa de inúmeras provas de que algo é mentira.Quando adolescente não acreditava em nada nem ninguém, depois fui trabalhando o espírito para acreditar no afeto alheio.8 ou 80, passei a acreditar cegamente em toda manifestação de afeto que recebia.E não que não acredite mais, ainda tenho uma excelente relação de afeto com algumas pessoas.Mas é que comecei a questionar umas coisinhas aqui e alí...
Já profissionalmente, sou um terror, o avesso da minha vida pessoal,  mato a cobra e faço questão de mostrar o pau.E para quê? Quem está realmente preocupado com a verdade ou a mentira dos fatos? Acho que foram anos de treinamento no que os jornalistas chamam de "apurar os fatos".
Acho que deu prá perceber que não estou conseguindo digerir bem algumas questões, não é? Enquanto isso vou ficando um tanto repetitiva...mas deve ser por pouco tempo.

 

23.1.12

Toda vez que pego uma gripe dessas eu penso na possibilidade da morte. Acho que muito tempo de repouso faz mal ao ser pensante que sou, e olha que só fiquei de cama sexta, sábado e domingo. Aí eu fico carente, quero viver tudo o que não tenho tempo para viver, quero falar as verdades, repenso a questão do perdão.Meu silêncio torna-se inversamente proporcional à minha atividade cerebral.Aí quero tudo e ao mesmo tempo nada.E antes de morrer, eu quero que quem diz que me ama, demonstre mais do que fala.Que quem me tem como amiga, me abrace quando eu preciso.Que minha mãe não seja a única pessoa no planeta a me trazer um caldo para eu melhorar rapidinho.Quero que meus colegas cineastas compreendam que a gripe me tira a inspiração.Quero resolver questões mal resolvidas, que são muito poucas.Quero criar novas questões que me levem aonde quero chegar.Quero ter mais tolerância com as bobagens que escuto.Quero não me revoltar com as atitudes egoístas.Mais que carente, acho que fico mesmo é querente!!!

22.1.12

Os filmes brasileiros possuem vermelhos, sensualidade e Wagner Moura.
Quando se trata de Guel Arraes temos também Marco Nanini e música de Caetano, que assina a direção musical do filme enquanto a produção fica por conta de Paula Lavigne.



"Não se pode querer que o amor traga só felicidade" (Ana)


Everlasting Love traduz a dor de amor.
E Pedro, personagem baseado em Tristão (de Tristão e Isolda), completa: “A palavra paixão quer dizer sofrimento: paixão de Cristo, por exemplo. Quem diz que está apaixonado diz que está sofrendo por amor e, o que é mais incrível, está gostando de sofrer. Nas histórias românticas, amar significa sofrer.”

21.1.12

Sempre escutei as músicas da Rita, ela fez parte da minha adolescência. E nesta ela foi especialmente feliz:

  

Como ela, eu sou uma paulista branquela, não tenho samba no pé e sou apaixonada por muitas cidades, especialmente aquelas que beiram o mar. Durmam bem!!!
Bom dia!!! Acho que estou melhorando da gripe, resfriado ou sei lá o que que eu peguei.Depois de um dia inteirinho de repouso, o que prá mim sempre é demais, a garganta parou de doer e a voz está menos rouca.Aliás, eu andava falando tal qual o D.Corleone de Marlon Brando.Falar ao telefone era praticamente impossível, depois de 2 ou 3 palavras começava o acesso de tosse.Santo xarope fitoterápico Melagrião, ele me ajudou muito nesses dias.Tenho tendências a receitas caseiras e naturais.Até peguei na net uma de xarope que ia açucar mascavo, agrião e etc.Mas dava tanto trabalho, e eu não tinha todos os ingredientes em casa, que acabei apelando para a farmácia mais próxima.
Minha cabeça é uma coisa que não pára e fico pensando nas pessoas de idade que eventualmente possam pegar uma gripe assim.Em alguns momentos cheguei a pensar, que se eu tivesse problemas cardíacos, numa dessas crises de tosse, eu morria. Nessas horas agradeço imensamente que um dia tenha existido um tal de Alexander Fleming, que pesquisando, chegou à penicilina.E seguindo essa linha de raciocínio, penso que ainda há muito para ser descoberto.Outro dia um amigo do meu filho disse que gostaria de fazer medicina e se dedicar a  pesquisas.Eu quase o aplaudi.Em seguida ele me diz que o problema é que é necessária muita dedicação.Mentalmente retirei os aplausos que nem cheguei a fazer.
Vou lá preparar um café e depois volto.Alguém me acompanha?

20.1.12

A vida é breve, mas nos traz tantas coisas boas, principalmente quando nos permitimos viver. É bem verdade que nos traz também um saco de coisas ruins, mas estas aprendi a largar pelo caminho.Hoje, fazendo uma retrospectiva, vejo o que se perdeu pelo caminho, daquela parte das coisas boas. Foram frases, abraços, beijos e prazeres não ou então pouco experimentados, não confessados, não expressos. E por quê? Porque não tínhamos tempo, porque nos faltou vontade ou simplesmente porque esquecemos de viver.Sempre tem um jeito, porque o meu dia, assim como o seu e o de qualquer pessoa pode acabar amanhã.
Já dizia John Donne que "ninguém é uma ilha em si mesmo". E por mais ostras que desejemos ser nossa felicidade depende da forma como nos relacionamos com o outro.Só estou escutando essa música agora porque em algum momento alguém a compôs, alguém a executou, alguém a gravou e alguém a colocou no youtube.Esse post é só para lembrar de não me esquecer de quem me faz feliz e do quanto que preciso de felicidade para viver, ou do quanto preciso viver para ser feliz!!!

     

Tem coisas que eu quero, mas não posso. 
Tem coisas que eu posso, mas não devo. 
Tem coisas que eu devo, mas não quero. 
Cortella complementa "Quando temos paz de espírito? 
Temos paz de espírito quando aquilo que queremos
é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009).

Não sei dizer o que gosto mais nas fotos do Walter Firmo, considerado o "mestre da cor".Admiro a forma como ele compõe suas fotografias.Além do respeito que tem pelas cores.Ou admiro então os ângulos escolhidos, o alcance do seu olhar ou simplesmente o fato de não usar luz artificial em seus trabalhos.


Isso sem falar das suas fotos P&B.


Posso dizer que algumas notícias me deixaram um tanto aborrecida nos últimos dias e inclusive a forma como as pessoas reagiram a elas.A primeira foi o acidente com o navio da Costa.Muita gente conhecida fez desdém por se tratar de um "cruzeiro de luxo".Como se dissessem: que se danem os ricos e milionários que tomam champagne no mediterrâneo.
Helloooooo...de qualquer forma é uma tragédia!!! Nas tragédias e na dor das famílias que perderam um parente não existe rico ou pobre, é só lembrarmos do que aconteceu na região serrana do Rio de Janeiro no ano passado, o terremoto no Haiti e a tsunami na Sumatra.E assim por diante.
Fora que fazer um cruzeiro atualmente não é tão inacessível como na época do Titanic.É mais barato do que ir prá Miami.E se forem cruzeiros curtos pela costa brasileira fica bem acessível.Hoje a nossa economia está relativamente estável, ainda mais se comparada às economias de alguns países europeus.A realidade da nossa classe média mudou e eu ficou irritada quando escuto macaco falando do outro, sentado no próprio rabo.
Outro caso que eu nem deveria perder tempo citando foi o episódio do suposto "estupro" no BBB.Assim que me contaram eu disse que aquilo era estratégia de marketing e nem dei atenção.Juro que fiquei impressionada com a repercussão que o negócio teve nas redes sociais.Todo mundo twittando e comentando no Facebook.Uns acusando e outros defendendo o rapaz.E logo logo começaram movimentos para tirar o programa do ar.Honestamente, para mim, tanto faz já que eu não o assisto.Não sei nem o nome dos personagens..Me parece que as pessoas andam mesmo sem motivos significantes para se importarem.Ou vou além, estão sendo muito bem manipuladinhos.Isso é o fim.
Em tempo, acabei de ler um texto sobre essa questão que nos leva a uma saudável reflexão: O NOSSO MAL ESTAR E A FELICIDADE EM FREUD, em tempos de BBB.

19.1.12

Da série rir para não chorar...ou do preço que pagamos pelo prazer.Passei dias maravilhosos e no domingo comecei com uma tosse chatinha.O troço tomou proporções absurdas, não durmo faz duas noites, meu corpo todo dói de tanto tossir e precisei tomar antibiótico.Fora o xarope de 4 em 4 horas.Mas, como sempre, faria tudo outra vez.Aliás estou doidinha para repetir a dose e na verdade até aceito trazer na bagagem uma robusta gripe portenha.Tá certo que ela dá trabalho, mas não é invencível.

18.1.12


O mar é lindamente azul e descobri que meu coração também, embora muitos possam jurar que ele é cor de rosa.Me deixo levar pelo balanço das ondas, num embalo nem sempre suave, mas sempre acolhedor. É sobre o mar que sinto a segurança que muitas vezes não encontro em terra firme.E em noites claras o oceano se releva ainda mais surpreendente.Se eu pudesse levaria a vida navegando!
Peço aos mares que, antes que seja tarde, navegando eu chegue na Argentina e de lá, através de seus lagos, alcance El Calafate, assim como fez um dia Francisco Pascasio Moreno.
E deixa eu voltar para a realidade que o dia hoje já começou quente e deve terminar fervendo...

17.1.12

Voltei de umas curtas férias e logo de cara meu computador fez greve.Tô aqui tentando fazer milagres num portátil, porque afinal eu detesto teclas pequenas.Nunca me peçam para enviar mensagens por celular.
Sou da época da máquina de escrever, ainda manual e pesada.As elétricas vieram um pouco depois.No primeiro ano de faculdade arrisquei o curso de datilografia, imprescindível para os futuros jornalistas dos anos 80.As máquinas eram tão antigas que ao final de cada aula me doíam todos os dedos das mãos.Mas sobrevivi e acabei desenvolvendo uma resistência enorme aos micro teclados.
I Pad por enquanto, nem pensar.Vai ser difícil me acostumar com um teclado virtual e uma tela que muda de lugar  sempre que eu rodo o aparelho nas mãos.Sou uma pessoa que muda lentamente.
Falando em mudar, já me adaptei à rotina diária e estou, novamente, sonhando com umas férias.Não que eu esteja precisando, mas essas últimas foram lindas.Com mais tempo e com meu computador reestabelecido trarei umas fotos do azul profundo do mar que encontrei pela frente na minha semana de descanso.
O Amor, Meu AmorNosso amor é impuro 
como impura é a luz e a água 
e tudo quanto nasce 
e vive além do tempo. 

Minhas pernas são água, 
as tuas são luz 
e dão a volta ao universo 
quando se enlaçam 
até se tornarem deserto e escuro. 
E eu sofro de te abraçar 
depois de te abraçar para não sofrer. 

E toco-te 
para deixares de ter corpo 
e o meu corpo nasce 
quando se extingue no teu. 

E respiro em ti 
para me sufocar 
e espreito em tua claridade 
para me cegar, 
meu Sol vertido em Lua, 
minha noite alvorecida. 

Tu me bebes 
e eu me converto na tua sede. 
Meus lábios mordem, 
meus dentes beijam, 
minha pele te veste 
e ficas ainda mais despida. 

Pudesse eu ser tu 
E em tua saudade ser a minha própria espera. 

Mas eu deito-me em teu leito 
Quando apenas queria dormir em ti. 

E sonho-te 
Quando ansiava ser um sonho teu. 

E levito, voo de semente, 
para em mim mesmo te plantar 
menos que flor: simples perfume, 
lembrança de pétala sem chão onde tombar. 

Teus olhos inundando os meus 
e a minha vida, já sem leito, 
vai galgando margens 
até tudo ser mar. 
Esse mar que só há depois do mar. 

Mia Couto, in "idades cidades divindades"


9.1.12


Volto logo.....@&!$¨#%*#!@#*^*!%#* (sinais de fumaça enviados da última ilha, mais ao sul do país)

5.1.12




Outro dia postei aqui esta poesia do Drummond, mas escutá-la na voz do querido Paulo Autran é outra coisa. Foi algo que me fez voltar no tempo. Ainda na faculdade de comunicação eu arranjei trabalho numa rádio.Menina aplicada, rapidamente me dei bem e sempre me enviavam para as melhores entrevistas.
E foi assim com Paulo Autran, que encontrei na sala de conferência do melhor hotel da cidade.Cheguei cedo e o peguei lendo, sozinho, na sala.Ao invés de ficar um tanto desconcertada, afinal eu era ainda uma "foca" (repórter inexperiente), fiquei radiante e abri um enorme sorriso que me foi retribuído na mesma intensidade. Eu havia escutado boatos sobre o ator, que ele não gostava disso, que não se podia perguntar aquilo, que não etcetera e tudo. Mas aquele sorriso e seu olhar doce e amoroso me desmontaram.
Quando dei por mim estava sentada ao seu lado falando amenidades.E ele sorria! Talvez achasse graça na minha pouca idade ou então naquela visível falta de experiência, que não deixei que me intimidasse.
Penso ainda que tudo é somente uma questão de ação e reação.Já dizia São Francisco de Assis que é dando que se recebe.
Alguns minutos depois chegaram os repórteres, assessores de imprensa, diretor, produtor, gerente e mais uma dezena de curiosos.A coletiva correu bem, mas em nenhum momento o ator revelou-se tão amoroso como quando o encontrei.Nunca mais o vi, mas ao escutar essas palavras lembro-me nitidamente daquele sorriso e me sinto uma pessoa privilegiada por este breve instante de tempo.
E ainda falando em tempo, como diz Oswaldo Montenegro na música "A vida quis assim" do seu novo disco 'De Passagem' : comece o dia amando mais você!!! Escuta lá no site.
Li hoje cedo e achei tão bonito, e nem tenho certeza da autoria:

Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, 
de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram. 
Machado de Assis

Muitas vezes sinto falta de tudo isso!


E nada como Ryuichi Sakamoto , na trilha de "Cerejeiras em flor" (Hanami), para acompanhar as palavras de Machado:



Yuntá é a denominação dada a um tipo de canção de trabalhadores em Okinawa e, outrora, era cantada entre moças e rapazes durante o trabalho na lavoura. Enquanto alguns cantam, outros respondem em coro, formando esta combinação uma bela harmonia. Assadoyá Yuntá é uma das músicas populares mais representativas de Okinawa, sendo considerada a pioneira na divulgação da música popular okinawana para o resto do Japão e, após a gravação de Ryuchi Sakamoto, para o resto do mundo. A letra da música fala de dois jovens que cantam alegremente enquanto trabalham no arrozal. Os refrões cantados em coro “...Sá yui, yui...” e “...mata hari nu tindara kanu shamayô...” não são traduzíveis. A última estrofe que diz “ venha conhecer a boa terra Okinawa...”, parece ter sido composta especialmente para enaltecer aquela ilha. Paulo Yamashiro

Abaixo uma adaptação de outra versão com tradução livre dos versos por Tetsuo Shinzato:

Você é a flor do campo de Ibará Sá yui-yui...
Quando escurece e tentas voltar, Eu te impeço.
Mata hari nu tindara kanu shama yo...
Entre vergonha e alegria, o flerte Sá yui-yui...
Ele é o lírio branco Não tenho liberdade.
Mata hari nu tindara kanu shama yo...
Capinar a chácara (de arroz), é na lua cheia Sá yui-yui...
Sentimentos a dois Vai muito bem Mata hari nu tindara kanu shama yo...
Vou te conquistar Sá yui-yui...
Declare-me O seu amor Mata hari nu tindara kanu shama yo...
Okinawa é um bom lugar, venha uma vez Sá yui-yui...
Primavera, verão, outono e inverno é a ilha do verde
 Mata hari nu tindara kanu shama yo...

4.1.12

Rasura: ato de tirar letras ou palavras de um texto raspando-as ou riscando-as, emenda, alteração, correção, reforma, cura, modificação, regeneração, remendo, retoque...

 
Hoje eu escutei uma música do Chico que já nem lembrava mais que existia.Aprecio a forma crescente e funda como ele a escreveu, apesar da voz macia e dos acordes tropicais:



Como foi boa sua fase Marieta:



E como gosto também desse you tube. Não é que eu não sabia que essa moça, excelente atriz, que canta na peça "Um violinista no telhado" também gravou cd:

 

1.1.12

O primeiro dia do ano termina de forma fresca e mais que agradável.A chuva caiu o dia todo e suavemente.Oxum e Oxumaré fizeram uma bela festa no céu e, pelo menos por aqui, as águas não fizeram estrago. Gastronomicamente estava tão comportada até o almoço na minha mãe.Comida de mãe tem o poder de me tirar do eixo. Acho que é a tal da memória afetiva.Meu pai também me desvia do caminho, comprou milho verde para fazer na brasa, porque sabe que eu adoro! Depois foi só preguiça e um dolce far niente.
Termino este final de semana ainda com a lembrança dos fogos de ontem.Não era Copacabana, não consegui carregar os videos mais longos, mas dá prá se ter uma idéia.Foram quase 30 minutos de fogos pipocando em diversas partes do horizonte.E que com todo este barulho não sobre muito espaço para as energias negativas:


Para completar, um video divino compartilhado pela Luciana:

Tem dias em que penso que moro numa ilha...uma ilha verde no meio de tanta urbanidade.Principalmente quando estes amigos nos visitam:




Perdão se não pude vir antes...mas andava Drummondiando por aí, colocando em prática a sua receita de Ano Novo antes que o ano acabasse. Ele escreveu que devemos começar pelo direito augusto de viver e era o que eu estava fazendo. Estava também tratando de merecer o novo ano, desejando-o com fervor.Confesso que nesta última semana pensei basicamente em mim.Acho importante no processo de autoconhecimento.Fiz uma faxina geral. Eu bem que tinha ainda umas arestas para aparar, umas questões para trabalhar e outras para esquecer.Coloquei tudo numa caixa bonita e despachei para longe, para a Terra do Nunca.Estou me sentindo bem mais leve e sobretudo feliz!!! E falando em feliz, desejo para todos um 2012 no mínimo surpreendente.