31.5.11

De Curitiba para o mundo, em forma de Oração. Assim conheci a "Banda mais bonita da cidade". Eles acertaram na fórmula com gente jovem, um bocado de talento e uma letra alegre e alto astral que começa com:
Meu amor, essa é a última oração prá salvar seu coração...
O que realmente me chamou a atenção é a forma como filmaram o clip, num plano seqüência, que eu considero umas das formas mais difíceis de fazer cinema. Corre-se o risco de botar tudo a perder, de se tornar extremamente monótono, se não for bem feito. Ainda mais nos dias de hoje em que as respostas visuais são muito rápidas.Como se o mundo fosse todo editado para acelerar o tempo, uma vez que ninguém mais tem tempo.E o pessoal da Banda conseguiu um plano seqüência que dá vontade de quero mais.Percebam como a câmera não perde o ritmo e nem o enquadramento. E mesmo que existam cortes, nós não notamos.Eles souberam usar muito bem as janelas e as colunas entre elas.Assim fazem os grandes cineastas!

29.5.11

A noviça voadora

Hoje fui almoçar na minha mãe e por algum motivo que não sei identificar, algo naquele almoço me lembrou quando morávamos ainda na capital.Da vida feliz e confortável que levávamos lá, mas que por motivos profissionais tivemos de abandonar.Acho que sempre foi assim.Moramos em muitos lugares e o trabalho do meu pai é que conduzia esse bailado.Isso sem contar os lugares aonde ele morou temporariamente enquanto aguardávamos em outra cidade.
Um pouco antes de levarmos uma vida feliz e principalmente confortável em São Paulo, aonde nasci, moramos no Guarujá e em Campinas.Mas desde que me entendia por gente, lá pelos meus 4 ou 5 anos, era lá que eu nasci, morava e era feliz.Como minha mãe sempre faz questão de contar foi da janela do quarto desse apartamento que eu quase pulei.Ela me pegou a um segundo do vôo que eu desejava realizar, assim como a Irmã Bertrille.(Isso foi entre os meus 4 ou 5 anos)



Foi lá que morei até os 16 anos, uma idade tecnicamente difícil para mudanças.Me lembro do quanto chorei por deixar a cidade aonde eu tinha amigos, amores e toda a sorte de felicidade.
É claro que a minha adaptação numa cidade do interior demorou.Nem tanto pelos outros, como por mim.Eu era sociável, esteticamente agradável, boa de conversa e em pouco tempo fiz vários conhecidos. Mas amigos mesmo eu tinha deixado em São Paulo e era prá lá que ia quase todo final de semana.
Aos 17 anos, de teimosa, entrei na faculdade em São Paulo, é claro, e meus pais não tiveram outra opção senão me emancipar para que eu pudesse morar sozinha.Resisti sozinha e bravamente, sem pedir uma única ajuda, por oito meses.Eu dormia num espaçoso colchão no chão, coberto de almofadas.Naquela idade, quem precisava de cama? Eu achava supérfluo. O chuveiro era quente e a antena da televisão pegava quase que todos os canais. Na época não havia internet, celulares e nem TV à cabo.Muito menos computador. Se tudo isso já existisse talvez minha vida tivesse tomado um outro rumo.
Mas só sei que, nas minhas primeiras férias de janeiro da faculdade, peguei o ônibus para o interior e nunca mais voltei a morar em São Paulo.Foi com lágrimas nos olhos, outra vez, que resolvi voltar para a casa dos meus pais, para construir novamente uma vida feliz e confortável.Mas esse já é um outro capítulo da minha história e fica prá depois.
Agora quero só as recordações que a foto do prédio aonde cresci e resisti me trazem.Eram três blocos de apartamentos ligados por um grande playground interno e também pelas garagens, que cortavam distâncias para que chegássemos à outra rua.Era uma forma também de confundirmos os porteiros.Eu morei lá, no sétimo andar, aquela varanda bem à direita. Me lembro como se fosse ontem!

Desde que assisti "As Pontes de Madison" minha visão sobre Clint Eastwood mudou. Até então eu pensava como Sergio Leone, em 1988, numa referência ao filme "Por um Punhado de Dólares" : "Eu gosto do Clint Eastwood porque ele tem somente duas expressões faciais. Uma com o chapéu e outra sem ele."
Não só mudou como ultrapassou a lógica permeando o mundo dos sentidos. Acho que começou, na verdade, um pouco antes de "As Pontes de Madison", com "Bird":



Mas talvez "Bird" não tenha sido suficiente para eu tornar-me fã de Eastwood na direção.
Também me diverti com a "química" de "Space Cowboys", uma idéia original e sem grandes pretensões, principalmente voltado para o público americano:



"Mystic River" deixou uma sensação pesada, resultado de um bom trabalho. Achei-o um pouco exagerado em "Million Dollar Baby", mas enfim a crítica o havia consagrado como diretor.
Eu me rendi em "Cartas de Iwo Jima", o que é surpreendente para alguém que não aprecia tanto assim os filmes de guerra. Mas Clint realizou um excelente trabalho de direção nesse filme, percebido em gestos, falas e também em grandes tomadas.Eu não desgrudei os olhos da tela um só instante:



Outro trabalho que eu gosto bastante é "Changeling ", com Angelina Jolie. Gosto do ritmo que ele deu ao filme:



E saindo do ritmo, ainda não senti vontade de arriscar "Gran Torino".Talvez porque me lembre um pouco "Dirty Harry" e não ando inclinada à esse tipo de filme.
Pulei também "Invictus", mas esse eu quero ver.É que assisti no ano passado muitos filmes sobre Mandela.Estou dando um tempo para apreciá-lo devidamente.
E hoje aproveitei a manhã tranqüila para me envolver com "Além da Vida":



É um filme sem muitas respostas.Mas na verdade isso não faz falta.É um período da vida de algumas pessoas que você está assistindo e é gostosa a forma como elas vão se desenvolvendo. São umas boas horas de distração e o resultado final é leve. Como a vida, no geral, deveria ser!

27.5.11

Estava aqui pensando em escrever sobre as dores do mundo, ou então de toda a dor que sinto pelo mundo.E de toda a dor alheia que tenho carregado comigo. Da tensão, dos conflitos, dos limites.E quando percebi estava pensando nos sonhos.Sim, são sonhos que tenho de carregar e não dores.
Enquanto isso, aproveitando a tarde de folga, passeava pelo You Tube escutando umas músicas do Chico Buarque. Na verdade eu procurava a gravação de Pelas Tabelas que está no disco Palavras, que traz um arranjo fantástico.E já que não achei continuei fuçando e de Chico fui para Roberta Sá e quando percebi estava a escutar um fado.Como ele é lindo! E que voz tem essa moça.Aí parei e aí fiquei:

Sobre as traduções:



Este video traz a livre adaptação de um poema de Elizabeth Barrett Browning, o Soneto 43 da coletânea Sonnets from de Portuguese, que foi também traduzido para o português por Manuel Bandeira:

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
minh'alma alcança quando, transportada,
sente, alongando os olhos deste mundo,
os fins do Ser, a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
à luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;
com sorrisos, com lágrimas de prece
e a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida! E, assim Deus o quisesse,
ainda mais te amarei depois da morte.

É muito amor, né? Mas é bom para uma sexta feira!!!

26.5.11

Porque eu acredito nos anjos e eles se manifestam de todas as maneiras é que preciso de música para a alma.

23.5.11

Desafio Literário


Antes de partir para a batalha diária ainda deu tempo de responder à esse agradável desafio proposto pela minha querida Joana:

1. Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?

Não. Costumo reler poesias, muitas e muitas vezes. Ficção somente se é necessário como foi o caso de Alice no País das Maravilhas, que li e reli algumas vezes por conta de um trabalho. Mesmo a Bíblia, que muitos apontaram anteriormente, lembro-me de ter lido na infância, um grosso volume muito bem ilustrado com capa preta e dourada.É possível que eu volte à ela.Talvez eu voltasse a ler Don Quixote, pois quando o li não tinha mais que doze anos e fui pulando os pedaços pois estava atrasada para entregar o resumo para a professora. E isso porque já era uma edição reduzida.

2. Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?

Alguns poucos porque sou teimosa.Um deles foi O Enigma do Quatro, de Ian Caldwell & Dustin Thomason, que ganhei de presente de aniversário.Tentei ir adiante com ele diversas vezes, mas até agora não passei da metade e já se passaram bem uns 4 anos. Outro que não dei conta de terminar foi 1984, do George Orwell. Sobre Histórias de Fadas, do Tolkien, tenho lido devagar, mas pretendo terminá-lo para depois pegar o Silmarillion.

3. Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?

Eu não acredito em um único livro para uma vida inteira, da mesma forma que não acredito em verdades absolutas. Pode ser que a Bíblia seja um, mas não tenho competência e nem conhecimento para fazer tal afirmação.

4. Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?

Livro(s) mesmo, acho que A Divina Comédia, de Dante. Já autores, gostaria de ler mais, ou então pela primeira vez, Simone de Beauvoir, Borges, Amos Oz, Ariano Suassuna, Calvino , Alberto Vázquez-Figueroa, John Le Carré e Nelson Rodrigues.Devem haver outros, mas que me lembre agora só estes.O que eu não sabia é que através do blog "É tudo gente morta", muito provavelmente inspirada pelo António e pelo ”Herói”, eu despertaria para o desejo de ler livros sobre a África, que eu nem sabia que existiam. Até então eu só conhecia Mia Couto. Me faltaram também além dos clássicos, alguns títulos de Mario Vargas Llosa e Gabriel Garcia Marquez.

5. Que livro leste cuja ‘cena final’ jamais conseguiste esquecer?

Nenhum tão impactante que me lembre.Desde criança tenho por hábito parar umas páginas antes do final do livro e tentar desvendar os possíveis finais para ele.Sim, eu era aquela criança chata que ao final de uma leitura em sala de aula, levantava e mão e perguntava logo: - E se...

6. Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?

Penso que li muito mais em criança e quando adolescente do que agora. O tempo parece que corria de uma forma diferente.Lia de tudo. Mas comecei mesmo com os quadrinhos da Turma da Mônica, o suplemento infantil "Folhinha" publicado pela Folha de S. Paulo e livros infantis.Depois passei para as coletâneas de contos, principalmente os russos, que faziam par com os livros que eu tinha de ler para a escola, como os de Dickens, sendo que o que mais me marcou naquela época foi David Copperfield.Foi na escola também que tive de ler praticamente toda a obra de Francisco Marins, autor de uma série que se passava no sítio de Taquara-Póca (um tipo de minifúndio paulista da primeira metade do Séc.XX) aonde três meninos viviam suas aventuras na mata.Nessa mesma época desenvolvi o gosto pela obra de José Mauro de Vasconcelos, li diversos livros dele, de uma só vez, um após o outro, numas férias de Julho. Ou seja, minha iniciação literária foi um drama só. O que fugia um pouco disso eram os contos orientais.Enquanto em casa eu lia contos, na escola líamos Crônicas de uma série intitulada Para Gostar de Ler, que trazia o trabalho de gente competente como Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade e Graciliano Ramos entre outros.

7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?

Não me lembro especificamente de nenhum. Alguns são mais cansativos, letras menores, com uma escrita mais difícil ou então muito detalhistas, como alguns títulos do José de Alencar. Lembro–me que tivermos de ler na escola praticamente toda a sua obra e uns eram bem melhores do que outros, mas aí acho que entra a questão da ocasião em que cada qual foi lido. Livros técnicos leio até hoje por necessidade, embora detesto-os. Não gosto nem de Manuais, imaginem só um livro inteiro.Os muito, mas muito chatos mesmo ficaram pela metade e da maioria deles não me lembro nem o título.

8. Indica alguns dos teus livros preferidos.

Todo bom livro que li de certa forma tornou-se meu favorito pelo período de tempo que antecedia o final da leitura de um outro tão bom quanto.Me lembro de ter começado com O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Bronte.Não me lembro muito bem, mas acredito que seu substituto tenha sido A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende.Nas férias, enquanto meus primos preferiam as leituras policiais, eu, com forte tendência aos romances, preferia as sagas do tipo Pássaros Feridos, de Collen McCullough. Já bem mais que adolescente, bem antes de Tolkien, devorei tudo o que Marion Zimmer Bradley escreveu, começando pelas Brumas de Avalon, passando por toda Darkover, Tróia e alguns menos importantes. Como também a obra de Nagib Mahfuz. Foi nessa fase também que devorei quase tudo que Érico Veríssimo colocou no papel para depois entrar no universo de Jorge Amado e inclusive no de Zélia Gattai. Na minha lista constam também Machado de Assis, José de Alencar, José Lins do Rego, Aluísio Azevedo e o Eça de Queiroz. Gosto muito das biografias escritas por Fernando Morais.Nos últimos tempos me encantei com a escrita de Amos Oz, que conheci através da fábula, De repente nas profundezas do bosque. Arrisquei um do Neil Gaiman, Lugar Nenhum, e gostei.

9. Que livro estás a ler neste momento?

Como muitos já sabem, pois não me canso de anunciar, estou terminando de ler o Ervamoira, de Suzanne Chantal, e por ser uma saga, estou gostando deveras. Como tenho por hábito ler diversos livros ao mesmo tempo, estão na minha cabeceira também outros títulos, já começados, em diferentes estágios de leitura: Os Vivos e a Morte, de Jean Ziegler; A Mulher vai ao Cinema, de Inês Assunção de Castro Teixeira e José de Sousa Miguel Lopes , além do Guia Terapêutico de Cinema, do Pedro Marta Santos.Na estante tenho outros começados, aguardando a minha vontade de terminá-los como é o caso do Sobre Histórias de Fadas , do Tolkien.Mas eles vão aguardar mais um pouco porque na seqüencia lerei o Mau Tempo no Canal, do Vitorino Nemésio e o Romance Ilegal do Sr. Rodolfo, do António Eça de Queiroz.

10. Indique 10 amigos para o meme literário.

Sintam-se à vontade :o)

21.5.11

O Carlos, do Crônicas do Rochedo, trouxe uma canção infantil para esse final de semana.E eu fui buscar na memória uma música que me lembrasse a infância, naquela fase em que eu já podia cantar acompanhando a letra.Lembrei-me justamente de uma música que aprendi na escola de inglês que minha mãe me matriculou quando não tinha nem seis anos de idade.
Da professora não me recordo, mas lembro bem da música que cantávamos em grupo:


Minha infância foi, definitivamente, bem colorida.Claro que tivemos problemas, como todas as pessoas, mas minha mãe não nos dava muito tempo para pensar neles. Ela sempre dizia que o importante era seguir em frente.De alguma forma acho que isso influenciou o meu modo de ver a vida hoje.

20.5.11

Voltando à boa e velha Espanha, embora agora tenha certeza que prefiro Portugal, eu bem que gostaria de falar-lhes do Alhambra e de toda a sua beleza e poesia. Mas infelizmente só se for através de livros ou fotografias. Ou ainda videos:



Quem sabe volte para lá um dia, embora eu ache difícil, afinal há tanto nesse planeta ainda para conhecer. Cheguei em Granada quase no meio da tarde. Levei um tempo para chegar ao local aonde nos hospedaríamos porque peguei uma manifestação e alguns consertos de ruas e avenidas pelo caminho.Depois de deixar as malas no quarto corri para a varanda, top of the roof, para olhar o Alhambra.


Naquele instante, do alto do edifício que chegava a me dar vertigem, lembrei-me de tudo o que já me disseram sobre ele.


Olhei para o relógio e já havia passado das 17:00h.
Achei que era tarde para começar um passeio que eu gostaria de realizar com tempo para contemplação.E só quando voltei é que descobri que existem passeios noturnos disponíveis. Acabei deixando o passeio para a manhã seguinte, se desse tempo, e é claro que não deu.Senti por não ter me sentado alguns intantes entre as sombras do Generalife.



Mas acho que posso viver sem (ou com) isso.
Sei que sexta feira treze já passou, mas acho que preciso de um banhozinho de sal grosso!
Peguei uma gripe medonha e ainda por cima com suspeita de dengue.O que é mais kafkaniano é que só podemos fazer o exame depois de sete dias de sintomas, que no meu caso é hoje.E o exame leva mais sete dias para ficar pronto.Até lá a pessoa já está curada ou morta.
Só aceito que estou mal mesmo quando não consigo sair de casa.E logo hoje que eu ia encontrar uma Professora Doutora de Curitiba que atua em defesa dos portadores de Down. Há anos tentamos um encontro de nossas agendas. Ela tem um projeto bem bonito que ficaria muito bom se traduzido em video. E eu tenho vontade de mostrar o portador da Síndrome, já tão estigmatizado socialmente, de uma forma mais natural e próxima de nós.E ainda por cima, ela é uma pessoa que divulga muito o trabalho que eu realizei com portadores do HIV.
E aqui estou eu, hoje, derrubada, enquanto o mundo tá me chamando lá fora.
Humpf!
Enquanto isso o que posso fazer é divulgar o pedido dos que cuidam daquelas queridas crianças do Centro Corsini de Campinas, na Campanha Amor Solidário.

18.5.11

Que grata surpresa o trabalho de Denise Emmer, que coincidentemente é filha de um casal fantástico de escritores/dramaturgos brasileiros, com o grupo Tarancón.
Conheci o grupo no final dos anos 70, quando ainda no colegial e naquela idade em que as meninas já podem freqüentar algumas festas do pessoal da faculdade, em meio à muitas drogas, rock'n roll e grupos como Tarancón e Língua de Trapo.
Quando me mudei para o interior passei a conviver mais no meio universitário e em muitas "repúblicas" o som corrente eram as músicas latinas, principalmente as do Tarancón, Violeta Parra, Mercedes Sosa e Raíces de América.E daí adquiri o gosto pelo som da quina, flauta típica andina, que eu prefiro definir como aquela flauta de pan.






E fazia muito tempo que eu não escutava essas músicas...obrigada pela lembrança, Luciana!

17.5.11

Hoje, às 8:10h começou o plenilúnio anual de Maio.
A manhã estava já alta e não consegui visualizar a grandeza de tão encantador satélite.
Mas no final da tarde, quando saí para fazer umas compras para a casa, levantei meus olhos para o horizonte e lá estava ela, enorme, redonda e apaixonante.
Minha vontade foi a de parar no meio da rua e cantar para a Lua:

So make us all laugh
Make us all cry
Make us all give
Make us all try
Give us a secret
Show us a light


Na verdade somente reduzi a velocidade e fui descendo a ladeira bem devagar enquanto ela sumia da minha vista.Como a natureza é perfeita!
Ao entrar na avenida, observando todos aqueles carros indo e vindo apressados, aquelas pessoas tão solitárias, pensei na estupidez que é viver dessa forma tão imediatista. Essa nossa urgência diária nos priva de momentos de contemplação, principalmente da natureza que nos cerca.
Fui observando-a e notando as pequenas mudanças que o outono nos traz. Algumas árvores perdendo suas folhas enquanto que outras apresentam um tom de verde mais forte.Ela já se prepara para o inverno.
Enquanto nós continuamos correndo para cumprirmos prazos e metas.Aí penso que minha principal meta hoje deveria ser terminar de ler uns livros que comecei, além de assistir a uns filmes que já estão tempo demais numa lista que nunca termina.
Falo tanto, mas eu mesma não priorizo o que é realmente importante para mim.
Eu bem que deveria ter parado a carro e namorado um pouco mais aquela lua cheia que só acontece, assim, uma vez por ano.
Até amanhã, que vou ver se consigo alcançá-la pela janela do quarto!

15.5.11

Sim, estou aqui, sempre.
Tem dias em que venho somente ver quem me visita.Talvez na doce ilusão de que todos os que me visitam diariamente vão deixar umas palavrinhas aqui registradas.
Tem dias em que venho a procura de videos ou textos antigos.
Tem dias que desabafo e em outros dou asas à imaginação.Eu reclamo, eu resisto, eu sonho, eu elogio, eu penso que sei e principalmente compartilho, estando nem tão certa ou nem tão errada.
Venho também ler os blogs alheios e assim aprendo.Tem dias em que começo de baixo para cima e outros de cima prá baixo, nunca mantendo uma constância.
Então, mesmo que seja por uns poucos minutos, estou aqui, sempre.

13.5.11

Esta semana bem que minha vida podia ter sido dirigida por Mike Newell com o título:
4 Situações de Confronto e 1 Funeral (E nenhum casamento)
Num mundo intrinsicamente machista como o empresarial algumas vezes é preciso confrontar algumas pessoas para se ouvida. A voz suave e toda aquela compreensão de nada me adiantam em certas situações. É preciso falar firme e forte.Honestamente não fui talhada para tanto, talvez para um pouco menos.
Eu falo, eu faço, eu bato firme na mesa quando é preciso mas depois fico acabada, toda dolorida, como se tivesse levado uma surra.Nessas horas as sessões de Pilates e o acolhimento do lar são imprescindíveis.E nada como uma noite após outra.Tenho até sonhado e são sonhos bons. Pena que quando acordo me lembro muito pouco deles.Mas acho que aqui também dá para improvisarmos.
Depois de muitos confrontos, mas que afinal valeram a pena porque todas as arestas foram acertadas, termino a semana com um funeral.
Quando meu primo me abraçou e chorou, eu desabei.Foi um choro sentido e bem chorado. Acho que na verdade ele não entendeu muito bem a minha reação.Imagino a cena num plano americano num estilo bem almodovariano.
Afinal essa minha tia estava bem doente, sofrendo muito e todos estavam de certa forma conformados.A morte, na verdade, foi um alívio para ela.E eu, honestamente, estava chorando por ela, por ele, por mim e por tudo aquilo que andou me aborrecendo nos últimos tempos.
Consigo até ver na tela todas aquelas cenas em flahsback.
Peraí, pára a fita, encontrei umas coisas boas aí. Sim, aqueles versos eram mesmo lindos.Acho que vou começar por eles.

"Meu amor quando se cala
Fala mais que um pensador.
Me ensinou que a vida vai
Onde a saudade ficou
E enquanto a vida não pára,
Não pára nunca esse motor."
(...)
Fausto Nilo

P.S. Agradeço ao Ruy por ter me mostrado o caminho das pedras, principalmente aquelas que cantam.

11.5.11

Quando certos dias parecem noites, o melhor é começar por aí:

9.5.11

Tem dias em que é melhor nem assistir aos telejornais.Ontem à noite o programa Fantástico denunciou a situação das merendas servidas em escolas públicas pelo país.É revoltante! É nojento!
Segundo a reportagem, nem numa escola com 17 alunos eles conseguem oferecer uma alimentação saudável produzida num ambiente limpo.A falta de higiene mostrada é uma vergonha.Cadê a equipe da Higiene Sanitária desses lugares?Quem fiscaliza essas escolas?
E é possível reverter esse quadro. Aqui ao lado mesmo, numa escola aonde trabalha minha cunhada, a merenda é muito bem feita, os alimentos são frescos e de qualidade, a cozinha é limpa e pelo menos essa parte funciona como deveria.É uma escola aonde faltam recursos para que os professores ampliem um pouco mais o seu trabalho.Mas o direito à merenda de qualidade é, de uma forma prioritária, assegurado. Porque nenhuma criança consegue aprender e reter informação de estômago vazio ou mal alimentada.E sabemos que, infelizmente, muitas crianças só vão para escola por causa da merenda.E se a merenda é oferecida e as crianças não estão comendo é porque alguma coisa está errada e não é com as crianças.

8.5.11

Esse foi meu primeiro dia das Mães completo desde que me tornei mãe, ou seja, desde 1995.Todos os anos anteriores eu trabalhei nesta data, no princípio o dia todo e nos últimos anos, pelo menos de manhã até a hora do almoço, com o detalhe de que acabava sempre me atrasando para o almoço em família.Mas enfim, era melhor do que nada.
Hoje foi tudo diferente.Acordei com uma bela cesta de café da manhã.Depois do café pude voltar para cama. Consegui chegar mais cedo na minha mãe e ainda dar uma mãozinha.E o melhor de tudo, pude ficar de bate papo com meu pai, meus primos, afinal toda a família, sem a obrigação de sair mais cedo para trabalhar. Ganhei flores e uma foto linda do meu afilhado.Como é bom levar uma vida normal!

7.5.11

Berrogüeto é um grupo de folk music da Galiza, na Espanha. Lá no Norte, prá cima de Portugal.
Seus integrantes fazem um tipo de música que eu gosto muito.



Ecos

Gosto de me expressar aonde minha voz ecoa. Lembro-me de poucos lugares neste mundo aonde eu pude falar e esperar o eco da minha voz retornar, uma, duas, três vezes.
Numa dessas ocasiões, lá pelos caminhos perdidos de Minas Gerais, acho que no final dos anos 80, uma amiga que me acompanhava comentou que não gostava dessa sensação.Ela achava que tinha algo de amedrontador naquilo e estava visivelmente ansiosa para saírmos logo de lá. E eu doida prá continuar. Não era uma caverna mas sim um vale.
É uma pena que não fotografamos o local, somente o final da volta dele, aonde já me encontrava visivelmente cansada.Era naquela época em que eu só me cansava depois de alguns bons quilômetros de caminhada.Já essa minha amiga não, nunca se cansava, afinal ela era triatleta e eu pessoa das letras.
Sempre gostei do contato com a natureza e quanto mais longe da civilização melhor.Mas nada que não desse para voltar e dormir numa cama limpa e confortável.

Hoje já não me aventuro assim por locais tão longe, minhas limitações nem me permitem mais tantas extravagâncias, mas continuo mantendo meu gosto, minha paixão, pela natureza.E gosto dela bem viva.
Uma das coisa que me incomodou na Sierra Nevada foi justamente a falta dela.Eram muitas pedras, muita neve, quase que nada de árvores e nem um pio de passarinho.O silêncio, principalmente à noite, era um tanto opressor.Eu não conseguiria viver num lugar assim.
É lindo, mas não dá.
Falta vida, falta a natureza ecoando.


5.5.11

Existem poucas coisas que me relaxam depois de um dia puxado como o de hoje. Nada de massagens que em dias assim acabam me deixando é irritada.
Preciso de coisas mais sutis, como a leitura de um bom livro como aquele que a Joana me presenteou: Ervamoira, escrito pela Suzanne Chantal. Penso que a Fernanda fala muito bem sobre o livro aqui!

Lá vou eu continuar a minha leitura.
Até amanhã :o)

3.5.11

Quando em situações de conflito, pelo menos naquelas das quais não participo diretamente , sou aquela que fica quieta, só observando. Analiso bem os dois lados e calculo todas as possibilidades.Sou o tipo que dá um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair.
Sou impulsiva e tempestiva, mas em certas situações tenho uma paciência de monge tibetano.Sei esperar até o final.Ele sempre vem, o que muda é a forma.Pode ser numa obra do destino ou então até num gesto de perdão..


Porque essa pessoa doce que aqui escreve atrai alguns seres das trevas.Acho que são atraídos pela luz.Mesmo quieta no meu canto sei que por aí afora tem quem se incomode comigo.Ai, ai, tô podendo, viu?
Dizem que é reflexo de toda a minha franqueza e da forma transparente com que me relaciono com os outros.Também não faz meu gênero sair ofendendo gente por aí.Na verdade não perco meu tempo com essas bobagens.Algumas pessoas possuem a capacidade de se ofenderem sozinhas.
Eu acho que é principalmente gente que não se dá o respeito.Aí também entra aquela dose mortal de insegurança.Aí, minha filha,não tem remédio.Enfia a cabeça num buraco e deixa aquela birra por mim passar.Ceder a provocações, mesmo aquelas mais sutis, não é o meu forte.
Assim sigo adiante rindo do papel ridículo que algumas pessoas se prestam a representar.Porque afinal de contas, mesmo com uma coisinha aqui e outra alí, a minha vida é muito boa, principalmente porque vivo sem me preocupar com a vida dos outros.
Isso sim é liberdade!
Boa noite e espero que todos tenham uma excelente noite de sono :o)
P.S. Queridas leitoras e leitores queridos, perdoem este post tão indigesto, tenho certeza que compreenderão que não diz respeito à nenhum de vocês .

2.5.11

No dia 23 eu escrevi sobre uma matéria que falava de consumo sustentável da Revista SUPERINTERESSANTE e na verdade foi a matéria da capa que ficou martelando na minha cabeça.
Ela trazia um panorama do que andamos comendo por aí. E agora quando eu olho para o que vou comer acabo automaticamente pensando no assunto. O frango, lotado de hormônios, é mito. Já um nugget é mesmo um amontoado de coisas, principalmente milho, assim como outros produtos industrializados. Mas o veneno mesmo está na feira.Leia a matéria na íntegra aqui.
Eu tenho uma certa birra com os industrializados, mas no corre corre diário, precisamos lançar mão deles algumas vezes. O negócio é ficar atenta ao rótulo.
Eu fiz o teste com o requeijão.Comparem a composição dos disponíveis no mercado.Tem coisa lá que é tudo menos requeijão.A prendada aqui aprendeu a fazer queijo e requeijão caseiros, mas quem disse que eu tenho tempo? Eu até tento fazer algumas coisas em casa como o molho de tomate, mas para expandir essa minha atividade caseira eu precisava de um dia com pelo menos 30 horas.
O sal (sódio) também é presença constante nos rótulos.Percebi que em Portugal usa-se bem menos sal do que aqui.Aqui até refrigerante tem altas doses, para um produto teoricamente doce, de sódio na composição. Isso sem falar nas bolachas recheadas que as crianças tanto gostam.
E quanto ao que compramos na feira, copio as dicas da Revista:

1. Prefira produtos locais
Frutas importadas, por exemplo, terão mais químicos para suportar a viagem e chegar em bom estado ao Brasil.

2. Lave as frutas com esponja
Só água pode não ser o bastante para tirar os resíduos de pesticida.

3. Compre produtos da época
As frutas que não são da estação recebem mais agrotóxicos para durar além da conta.

4. Evite a beleza exagerada
Desconfie da fruta que parece obra de arte. Ela pode ter recebido mais agrotóxicos.
Essa coisa de voltar no tempo, de lembrar do passado acaba de alguma maneira mexendo lá dentro da cabeça da gente.Eu bem que queria entender as conexões, muitas vezes totalmente sem sentido, que nosso cérebro faz.Acordei já com uma música martelando na cabeça e nem era das minhas favoritas. Vai entender!



Na verdade eu tive uma fase Lô Borges, 14 Bis, Flávio Venturini, Milton Nascimento, Beto Guedes e etc.



E tenho do Lô uma favorita:

1.5.11

Os anos passam, décadas passam e algumas coisas continuam presentes em nossa memória como se o tempo não tivesse passado.São, por exemplo, músicas que me fazem lembrar dos já tão distantes anos 80, lá no comecinho deles.
Entre um período de provas e outro, aliás essa era a nossa única preocupação, as mães marcavam as festas de aniversário. Numa época em que não tínhamos acesso à computadores, celulares e mp3, o anúncio de uma festa, e com bailinho, causava frisson no colégio.
Os tais bailinhos aconteciam quase sempre na sala de casa ou então no salão de festas do prédio, ou ainda na garagem, no caso daquelas mães não tão corajosas.
Ao escutar Dianne Warwick, fecho os olhos e me lembro nitidamente de como eram.



No teto ficavam luzes coloridas, algumas vezes uma luz negra e sempre o inevitável globo espelhado.Esse acho que só percebíamos nas músicas lentas.Era o momento em que a pista ia esvaziando aos poucos para dar lugar aos casais mais animados.
Era nessa hora que víamos os pequenos reflexos do globo ocuparem a sala toda.Era também o instante da dúvida.Se aquele garoto, normalmente bem mais velho, que parecia estar de olho em você a festa toda, ia se aproximar ou não.E quando você caía em si estava no meio da pista dançando de rosto colado com aquele por quem suspirava minutos atrás.
Nessa hora o tempo parava, andava devagar, ou talvez nem andasse.Quando vocês menos esperavam, afinal o tempo não existia, entrava logo em seguida uma música rápida.Era como acordar de um sonho. Mas era também uma deixa para que o sujeito oferecesse beberem alguma coisa, que na verdade era sempre refrigerante.Esta era a chance dele pegar na sua mão e saírem de mãos dadas pela festa.
E quase sempre, instantes antes de ir embora, o garoto criava coragem e lhe roubava um beijo e lá ia você prá casa suspirando. Alguns desses encontros nunca mais voltariam a acontecer, enquanto outros acabariam por escrever lindas histórias de amor.