30.4.12

Tem gente que detesta chuva e frio.Não chamaria 16 graus de frio e nem garoa grossa de chuva.Mais cedo estava bem pior. Agora sim estou no meu elemento e isso faz um bem danado para o meu espírito. Eu ia arrumar meus livros hoje, mas me deu a louca e fui dar um jeito na cozinha.Gosto das panelas e formas brilhando, mas não peço isto para moça que me ajuda aqui em casa, porque ela já tem muito serviço. Então hoje resolvi dar uma geral nelas.Em seguida engatei no almoço e quando dei por mim era quase hora do meu Pilates.Fui quente e voltei fervendo, sempre embalada por música de qualidade.Era uma chuva pesada que despencava do céu que eu mal enxergava um palmo na frente do nariz.Para manter o astral, um pouco de Jim Morrison e John Lee Hooker, que acabei de escutar no FB do meu amigo Antônio Eça:

29.4.12

Gosto das letras do Luiz Tatit e principalmente em parceria com Ná Ozetti:

 
Assisti diversos videos no YouTube e voltei prá cama.
Levantei algumas horas depois com uma leve sensação de fome.Foi aí que lembrei que esqueci de tomar café.Na cozinha abri e fechei a geladeira umas três vezes.Olhei para o pé de alface, para os tomates, para as cenouras, para a pia e nada.Meio friozinho, com aquela preguiça mãe, olhei para a despensa e zás, estava resolvido.Eu iria almoçar macarrão instantâneo tipo lamen.Sim, pessoas queridas, logo eu que defendo tanto a boa alimentação, que faço meu filho comer durante a semana, pelo menos uma vez por dia, arroz, feijão, verduras, legumes e frutas.Carne eu nem insisto, mas isso ele lembra de comer sozinho.Mesmo assim dei uma variadinha. Coloquei junto com o macarrão, depois de cozido ( 3 min ), somente metade do tempero pronto, uma pitada de curry em pó e uma cenoura ralada.E vou dizer que ficou muito bom!!!


E falando em curry, que me lembra India, um pouco de Ravi Shankar para harmonizar os chakras:

Eu bem que deveria ficar na cama e aproveitar um pouco mais o domingo chuvoso e o fato de estar sozinha em casa até mais ou menos o final da tarde.Mas que nada, quando os meninos saíram eu não consegui mais dormir e o jeito foi sentar-me aqui na frente do computador.O que também não foi em vão, uma vez que procurando o final do Lago dos Cisnes, encenado pelo Ballet Imperial da Rússia aqui no Brasil em 2007 com direção do Gediminas Taranda, para mostrar para uma amiga, encontrei uma versão completa e resolvi assistí-la todinha.E como é lindo!!!  E esta versão, encenada no Teatro Mariinsky e dirigida por Makhar Vasiev, é muito mais rica em detalhes e figurinos do que a que a companhia Imperial apresentou pelo Brasil, mas o final é igualzinho.

28.4.12

Eu tinha algo em torno de 17 anos e tinha acabado de terminar um relacionamento que eu não tinha bem certeza se queria ou não terminar.Mas enfim, uma suposta mudança para a Itália, que no fim nunca aconteceu, me assustou um pouco, afinal sempre fui muito ligada à casa e à família, porque apesar de adorar viajar, gosto mais ainda de voltar. Tive uma adolescência bem rica de experiências.Morei sozinha, arrebentei um carro no poste, tive um primeiro amor devastador, entrei na faculdade, fui emancipada e tudo isso antes dos 18 anos. Voltando ao princípio, me lembro como se fosse hoje quando a fita k-7 chegou pelo correio.Me fechei sozinha no quarto e coloquei-a prá tocar.Para minha surpresa tinha somente uma música, o restante era a mais bonita declaração de amor que alguém poderia receber.Foi a primeira vez que escutei "Metade", do Oswaldo Montenegro.



Chorei baldes de lágrimas, perdi a fome, perdi o rumo e também a conta de quantas e quantas vezes escutei aquela fita.E até hoje esta "música" me fala diretamente à alma e bem lá no fundo.

27.4.12

No ir e vir de uma grande cidade as horas que gastamos no trânsito fornecem-nos crônicas quase que diárias.Véspera de feriado prolongado, o trânsito costuma ficar um tanto mais caótico, embora somente em vias de saída da cidade.O sentido contrário fica praticamente deserto.E hoje circulei entre essas duas realidades um par de vezes.Mas não considero tempo perdido e graças aos avanços tecnológicos, enquanto dirijo, e sem tirar as mãos do volante, vou falando ao telefone e resolvendo questões que antigamente só seriam resolvidas dentro do escritório.E tenho um plus, vou escutando minhas músicas favoritas, o que torna estes percursos mais agradáveis. E cá entre nós, vou até sorrindo, o contrário da grande maioria que segue apressada e com as mais variadas caretas.Passei ao lado de uma senhora que mais parecia uma serial killer em um dia de fúria, ela ia enfiando o carro aonde desse e resmungando, num visível mal humor de comer o fígado de qualquer cristão.Achei até graça!
A rodovia que pego todos os dias parecia uma arena de gladiadores.
São 3 pistas e todas estavam um caos com malucos acelerando e costurando de todo lado.Eu fui caindo para esquerda conforme dava. Mas eu estava zen, afinal hoje consegui fazer minha aula de Pilates.Enquanto isso, lá ia Ivan Lins cantando:" Ô Madá, ô Madálê...ô Madalelelelena."..
Eu juro que não aguento quando ele canta: "O que é meu não se divide e tampouco se admite quem do nosso amor duvide...até a lua se arrisca num palpite, que o nosso amor existe, forte, fraco, alegre ou triste."
E paro prá pensar quando escuto: "O meu peito percebeu que o mar é uma gota comparado ao pranto meu...fique certa de que quando o nosso amor desperta, logo o sol se desespera e se esconde lá na serra."
Não posso reclamar do amor que recebi, que recebo, que compartilhei e que continuo compartilhando, mas seria bonito ser a Madalena de alguém.
E os carros passando e eu lá dentro do carro num outro universo, tão distante do real, tão bruto e tão urgente.Saindo da estrada peguei novamente mais trânsito e olhando para aqueles rostos carrancudos lembrei da semana horrorosa que tive, das discussões que enfrentei, das pessoas que tentaram argumentar em vão, com os olhos faiscando de raiva.Honestamente desejo que recebam exatamente tudo aquilo que me desejaram e que saibam arcar com as consequências de atos impensados.Como disse anteriormente, hoje estou zen, mas não boazinha.Mais um semáforo congestionado e volto para a voz que ecoa dentro do carro:


E ao contrário da letra da música, nestes próximos dias não quero ir para a capital, quero me perder no interior, no interior de mim mesma.E com o cheiro do cravo, do jasmim e do hortelã. E o trânsito? Sei lá, deixei-o para trás faz tempo, naquele último semáforo.

22.4.12

Não sou muito de acompanhar séries de TV, mas com esta foi diferente:



São no total 18 episódios.
Estou no segundo, esperando ansiosa pelos próximos!!!
Acredito que nesta vida alguns acontecimentos sejam mesmo inevitáveis.
Lendo um post do Ruy, lembrei-me quando, aos 17 anos,trombei de cara com um poste numa via quase deserta.
Pais que confiavam demais em mim me permitiam pegar o carro nas tardes de domingo.Eu seguia por uma rua praticamente deserta que começava numa auto estrada e terminava na portaria de um condomínio.Pelo caminho via-se somente mato e alguns muros altos.
Numa curva mais fechada fui surpreendida por uma moto conduzida por uma rapaz sem camisa e sem capacete.Fazia um calor dos infernos.Minha primeira reação foi tirar o carro para direita.Somente alguns segundos depois é que percebi que havia um poste no meio do caminho.
Foi tudo muito rápido e tenho a impressão que cheguei a perder os sentidos por alguns instantes.Sei que alguns sons e imagens me apareceram neste instante feito um filme.Mas era tudo muito confuso.A moto sumiu, tenho a lembrança de ter visto um carro branco e o vulto de algumas pessoas.Mas quando abri os olhos não havia ninguém lá.Eu apresentava um pequeno arranhão na testa e o corpo me doía inteiro, tanto que no dia seguinte acordei cheia de hematomas nos braços e nas pernas.
Como não passava viva alma por lá e não havia celular na época, peguei minha bolsa e saí caminhando pela estrada até encontrar o primeiro condomínio aonde pedi para usar o telefone da portaria.Meus pais logo apareceram e me levaram para o hospital aonde fiz uma bateria de exames.Por sorte estava tudo em ordem.


Quando cheguei em casa o telefone tocou e era um amigo dizendo que uma cigana tinha dito à ele que eu tomasse cuidado naquele final de semana.Daí que eu acho que não tomei cuidado suficiente ou então alguns acontecimentos são mesmo inevitáveis em nossas vidas.

21.4.12

BOMMMMMMMMM!!!


Este foi o som que escutei um pouco antes de ver faíscas saindo das tomadas do quarto.Salvando-se mortos e feridos perdemos duas televisões e um computador.O modem e o aparelho receptor de canais da TV também viraram fumaça.Aliás esse era o cheiro que se sentia por aqui depois do tal trovão que clareou o céu todinho na manhã nublada de hoje cedo.Mas eu fiquei tão feliz...tão feliz...tão feliz...que prá não ter um ataque, um piriri, um saracotico, peguei a chave do carro e fui dar uma voltinha.
Quase uma hora depois de muito Ivan Lins, voltei prá casa bem mais calma e com o almoço pronto.Acho que nem deu prá perceber que eu fiquei bem próxima de ter um ataque de nervos ao estilo Almodovar. Em todo caso, telefonei para a Companhia de Força e Luz, porque dizem que temos um seguro contra raio.Só não sei se, na prática, ele funciona.Vou tentar! Eles pediram 10 dias úteis para analisar a minha solicitação.
No momento acesso a Internet graças à minha cunhada, que me emprestou um dispositivo móvel 3G. Minha mãe emprestou um televisor 14 polegadas, que aqui em casa, sem antena, só pega alguns canais do tipo TV Senado e TV Justiça.Mas tá ótimo!!! Com tanta gente que não tem acesso à essas tecnologias, não posso reclamar.
(Imagem: INPE)


E que bom que além de Ivan Lins, existe também Phil Collins.
Para aqueles momentos em que você sabe que está sozinha com suas contrariedades e que não tem também com quem reclamar.O negócio é enfrentar a tempestade de frente, sem medo e sem cansaço, porque uma hora ela passa!

20.4.12

Minha semana começou super bem.
Depois a coisa foi tomando um rumo esquisito, mais ou menos como um carro desgovernado, sem freios, indo na direção de um desfiladeiro.Por sorte, hoje, o carro parou sozinho à alguns metros do precipício.Saí um pouco arranhada, mas tudo bem, tô viva!
Escutei muita coisa que magoou e de todos os lados.Fiquei sufocada por não poder responder.Depois vieram algumas desculpas e em outros casos as pessoas fingiram que nada aconteceu.E eu sei que na semana que vem terei de voltar no assunto.Mas como já moí e remoí tudo, estarei mais preparada para enfrentar as onças, lagartos e leões. E no meio de toda a confusão tive de desmarcar minha sessão de Pilates, que é algo quase sagrado na minha vida.É aquele momento só meu.Mas o dever falou mais alto.Só espero que na semana que vem tudo volte ao normal.Meu corpo e minha mente agradecem!!!

18.4.12

Toda pessoa deveria ter o direito de receber mimo.Eu sempre mimei e fui mimada.Se o mundo acabar amanhã eu tenho certeza de que fui feliz e de que fiz outras pessoas felizes.O mimar é o se importar.
Ontem, trabalhando, alguém deixou o rádio ligado e tocava a música "Mimar Você" do Caetano Veloso.E tem um trecho em que ele canta:"Mimar você nas 4 estações".Foi na mesma hora em que a senhora que trabalha lá reclamava das folhas e da poeira que o vento trouxe.Foi aí que eu falei que no inverno melhorava, pois no outono é assim mesmo.Fiquei surpresa com a pergunta dela:
-O que é inverno?
- Como assim? Inverno, as 4 estações?Você não sabe a diferença entre elas?
-Não...eu nunca aprendi.
-Você não foi prá escola?
- Quando minha mãe ia me mandar prá escola, ela morreu.Eu tinha 11 anos e eu tive que cuidar da minha irmã mais nova.
- E seu pai?
- Era bêbado e batia na gente.
-Vocês não tinham mais ninguém?
-Quando minha mãe morreu meu pai me deu prá uma vizinha e minha irmã prá outra.Quando eu fiz 12 anos a gente fugiu e eu arrumei um emprego na casa de uma mulher muito boa.Ela deixava eu morar lá com a minha irmã e eu trabalhava em troca de casa, roupa e comida.Fiquei lá até os 18 anos e consegui estudar a minha irmã, mas eu não tive tempo.Mas o pior mesmo era nos fins de semana.
- Por quê? O que tinha nos fins de semana?
- É que nos fins de semana a gente não podia dormir lá.Eu dizia que ia prá casa do meu pai.Mas como a gente tinha medo de apanhar, a gente dormia na rodoviária.
- Bem, voltando ao inverno, todos os anos passamos por quatro estações, primavera, verão, outono, inverno..e blá blá blá.
Aproveitei e ensinei prá ela as formas como quadrado, círculo, triângulo e as cores.Agora eu compreendi porque muitas vezes eu pedia um papel roxo, um pote quadrado e ela me trazia todos os disponíveis. Agora, se ela não sabe o que são as 4 estações, imaginem o que é mimo?
E a gente pensa que estas coisas só acontecem em filmes ou novelas.Que nada, é a arte que imita a vida, ou vice versa, não é, Nelson Rodrigues?!

16.4.12

Tem dias em que fico procurando a opção "curtir" na minha vida, culpa do Facebook.
Hoje é um deles: por diversas vezes tive o impulso de clicar um "curtir".
 "curtir" "curtir" "curtir" "curtir" "curtir" "curtir"...

15.4.12

Prá tornar o domingo mais divertido!!!
Até então só conhecia o trabalho da Maria Gadú das trilhas das novelas.Mas depois de escutar algumas faixas do "Mais uma página", e da propaganda da Nextel, fiquei curiosa e procurei conhecer melhor o seu trabalho.E tem algumas músicas que gosto mais como Like a Rose:

Um excelente domingo, nubladinho do jeito que eu gosto! Ass. Morticia Addams

14.4.12

Foram dias de dúvidas atrozes e decidi largar o cinema, pelo menos a parte que diz respeito à produção.Eles ainda não sabem disso, quer dizer, eu falei mas eles não acreditaram.A experiência com a última filmagem foi sensacional e o resultado ficará melhor do que eu esperava.Semana que vem devo fechar a edição com o outro diretor.Mas, para mim, chega. O pouco retorno financeiro vem somente das aulas.E fazer uma atividade por amor com aborrecimentos não dá.Eu tô velha demais para administrar acessos de mal humor, TPM e rompantes de estrelismo.O mundo está mudado e as pessoas não se respeitam mais.Acho que isto é reflexo da idade avançando.Começamos a estranhar as atitudes alheias. Eu quero sossego.O meu trabalho, aquele que paga as contas do meu dia a dia, já exige demais de mim e eu aproveitava as horas livres para me dedicar ao cinema.Quando me dei conta estava abraçando mais do que podia.Me questionei muito sobre o prazer que o fazer cinema me proporcionava e precisei ser muito honesta comigo mesma e deixar o ego de lado para perceber que o custo/benefício não estava compensando. Desde o começo da semana estou reafirmando a minha saída do grupo, mas eles não estão levando muito a sério, afinal são dez anos de trabalho em conjunto.Como é difícil romper com alguma coisa sem que alguém saia chateado. (eu precisava escrever isto para me sentir melhor)

6.4.12

Gosto muito de escutar as músicas do Supertramp. Me lembram um tempo muito bom.Não que eu queira repetir, porque não acredito em voltar no tempo. Acredito em fazer um novo dia, todo dia.Infelizmente não consegui trazer todas as pessoas queridas do meu passado comigo.
Depois de muito estresse durante a semana, entre outras coisas uma equipe de arte com tudo atrasado, resolvemos rodar o curta infantil amanhã mesmo.Me sinto no meio de uma operação de guerra.Ontem à noite, testamos com o fotógrafo que fará a parte do stop motion a iluminação, e definimos coisas como abertura, alcance, distância e elementos do cenário.Foi a vez de montarmos andaimes, posicionarmos luzes e refletores.
Nunca fiz isso antes, stop motion, e ainda não consigo visualizar o resultado final, mas vamos em frente.
Como o pessoal da produção está um tanto atrasado fui atrás de um plano B para manter esse povo todo trabalhando sem desmaiar.Comprei umas frutas, sucos e preparei uns petiscos.Afinal se esse negócio der certo, é o meu nome que aparece logo depois do título.E se der errado também.
Mas está valendo a experiência.É mais uma coisa que estou aprendendo!Como também já percebi que teremos trabalho na edição.Afinal eu não abri mão das falas, que serão transformadas em narração e alguns pensamentos soltos em off.Para completar, concordei em mesclarmos filmagens com stop motion para destacarmos o mundo real do imaginário.Ou seja, eu só complico, mas não teria graça se não fosse assim!!!
Um bom feriado para todos e no domingo estarei aqui outra vez :o)

4.4.12

Obrigada a todos!!!
Este é o título da história que está sendo contada lá no Contalá , pela Elsa:

 

Porque de uma forma ou de outra, pelo sim ou pelo não, aprendemos!

1.4.12

Faz tempo que não me sento diante do monitor e escrevo aqui de verdade.Culpo a falta de tempo, penso que talvez seja mal estar de um veneno aqui e outra preguiça alí.Mas acho que não é nada disso.É um pouco de falta de eco. Tenho produzido muitos textos e somente ontem escutei retorno de um deles.E foi sensacional.Era uma pequena platéia de 15 ou 20 pessoas.Depois da exibição, alguns comentaram o que acharam do filme.O que eu considerei o mais importante é que todos compreenderam a mensagem que meu texto tentou passar.Principalmente porque este texto em especial foi trabalhado por uma equipe de alunos de cinema, sem a minha participação e interferência. E algumas vezes é esse eco que procuro em outras áreas da minha vida.No meu cotidiano, na maioria das vezes tenho de tomar decisões sozinha.Não existe espaço para que eu seja escutada e que isso gere um retorno qualquer.Não há tempo. Na verdade me falta tempo.