20.7.20

Positivo para Covid 19


Entrei hoje no oitavo dia dos sintomas do Covid-19 e realizei o exame rápido da Drogaria São Paulo. O resultado foi positivo para o vírus: já possuo anticorpos e já ultrapassei o pico da fase de contaminação.E devo ficar em casa, de quarentena, por mais uma semana.


Só posso afirmar que não é uma gripezinha, está mais para as 7 pragas do Egito.
Do tipo: se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. Quando começa parece que vai ser tranquilo. Foram cinco dias para estabilizar a febre em casa com uso de azitromicina e dos cuidados do meu anjo da guarda, a Dra Joyce. A dor de cabeça insuportável foi embora junto com a febre.
A dor de garganta quase não incomoda mais e a tosse não tem toda aquela força e sangue dos primeiros dias. Neste caso o xarope 44 E, da Vick, funciona muito bem.
Comer virou artigo de luxo, pode esquecer, não tenho paladar algum e nem vontade, pois tenho uma náusea alucinante 18 horas por dia. O Dramin ajuda no enjoo e no sono. O Epocler ajuda a comer quando a fome começa a incomodar.
Minha alimentação é basicamente maçã, banana cozida, água de coco e muita água. E a carne moída refogada feita pela minha mãe. Comida de mãe tem poder!
Há dois dias o desarranjo intestinal veio fazer par à náusea.
Sei que este é um relato desagradável para quem lê, preferia dizer que está tudo bem.
A respiração fica mais curtinha, mas no meu caso ela é bem presente. É só manter a calma, respirar devagar que logo ela volta ao normal. Ter uma pessoa o tempo todo ao seu lado faz toda a diferença. Fiquei 5 noites sem dormir, a boca fica tão seca que precisava molhar a garganta a cada 10 minutos.É importante eu dizer que não é fácil mas que também não é impossível.
Penso nas pessoas que estão enfrentando tudo isso sozinhas e peço por elas e que de alguma forma elas possam se sentir seguras e cuidadas.Que possam estar recebendo mensagens de tranquilidade e muito carinho, mesmo que virtual.
A minha melhor dica é: não se deixem abater!
Três coisas são muito importantes neste momento:
1 - tem que tomar muita água, se hidratar ao máximo
2 - ir para o hospital só se a febre não for controlada e se sentir falta de ar
3 - todo apoio da família e amigos conta!

14.7.20

Então... no sábado comecei a apresentar febre baixa.
Fui na médica ontem e, à princípio, estamos tratando uma infecção de garganta. A febre oscila entre 37 e 38 graus, ou seja, está sobre controle.
Estou em casa, tomando azitromicina e anti inflamatório.
Por enquanto ela não quer que eu saia nem para fazer o teste.
Se até quinta feira a febre não baixar aí mudamos o protocolo.
Estou bem, a cabeça um pouco pesada e dor no corpo.
E confiante que logo melhoro!
Hoje já consegui comer alimentos sólidos sem parecer que a garganta ia explodir.
A minha teimosia é providencial nessas horas.



9.7.20

Let's play a song for my birthday

Às vésperas de completar 53 anos eu agradeço.
Mesmo com limitações e proibições estamos vivendo.
O mundo além de chato, tornou-se perigoso.
Mas ainda existe afeto e uma série de bons sentimentos.
A caixa de Pandora permite escolhas.
Eu escolho gostar dos outros e ser querida.
Recebi um presente surpresa muito fofo e doce da minha afilhada.
Como moramos longe, os pacotes sempre chegam no escritório.
O de hoje é um mimo!


Ainda de longe, veem mais votos sinceros de aniversário.
Afinal, em Lisboa, já passou da meia noite.
E que sorte a minha ter amigos tão talentosos:



Lisboa é meu lugar de saudade, o cara metade não entende bem porquê e nem eu também.
Lá pisei a primeira vez no final de 1974, o clima ainda era tenso, mas amei cada pedaço, cada paralelepípedo daquela cidade ( parafraseando Chico Buarque).
Eu tinha somente 7 anos de idade.
Não me perguntem para onde quero ir que a resposta mais sincera da minha alma será sempre Portugal.
Mais um dorama xuxuzinho para assistir:

6.7.20

R.I.P Ennio Morricone

A música perde hoje um tom, uma nota, um acorde inteiro...foi-se embora o melhor compositor da história do cinema.
Descanse em paz e que os anjos o recebam em coro.
Ficamos orfãos de poesia e sentimento em forma de notas musicais.

1.7.20

Hoje estou me sentindo sozinha!
Talvez porque eu faça tudo tão direitinho e esteja com anemia.
Talvez porque eu tenha que tomar ferro pela vigésima vez, coisa que eu detesto.
Talvez porque caso a anemia não melhore terei que fazer uma investigação hematológica.
Talvez porque eu sinta falta da proximidade das pessoas.
Talvez porque lidar com saudades seja complicado mesmo, porque tem gente que a gente sabe que nunca mais vai ver, tem gente que combina com a gente mas nunca dá certo, tem gente que combina e aparece, tem gente que gosta de tomar café comigo, tem gente que gosta de vir almoçar aqui em casa, tem gente que adora jogar conversa fora, tem gente que sente falta dos nossos papos, tem gente que tem abraço gostoso e tem quem demonstre o quanto me ama com pequenos gestos.
Tô sentindo falta de tudo isso...mas creio que seja normal.


27.6.20

Que filme mais certeiro...
Stephen Frears acertou em cheio ao escolher esta história baseada no livro da jornalista Shrabani Basu para retratar na telona.
Não li o livro mas sei que o roteirista Lee Hall fez um bom trabalho de adaptação pois o resultado final foi excelente.E que direção, conseguiu me levar às lágrimas.
As cenas protagonizadas por Judi Dench e Ali Fazal são perfeitas, a interação entre eles é fantástica.
Que olhares!
O filme biográfico tem 1h 52min, mas podia muito bem ter 2 horas.
Alguns críticos não gostaram dos personagens caricatos que representam a monarquia inglesa.Eu gostei exatamente deste exagero. Além do que é um filme bonito, cheio de cores em meio a um trabalho de fotografia caprichado.

25.6.20

Nota de agradecimento

Texto maravilhoso com a interpretação primorosa da Lilia Cabral.
Para escutar mais de uma vez.
É tão completo, tão rico, tão verdadeiro.
São muitas as pessoas que têm tomado chá comigo.

23.6.20

Num parque qualquer

Num parque qualquer pode ter uma história acontecendo assim como a letra de uma música não precisa necessariamente fazer sentido para você gostar dela.
Isso acontece com “MacArthur Park” que foi escrita por Jimmy Webb no final dos anos 60, uma época em que o surrealismo estava em alta.
Parecendo meio psicodélica, a letra retrata claramente a lembrança de encontros românticos no parque.Mesmo o bolo faz sentido se lembrarmos que pessoas fazem piqueniques.



O que importa mesmo é que ela fez um tremendo sucesso tanto na voz de Richard Harris quanto na de Donna Summer:

20.6.20

Final de tarde e estamos como?




"Foi para ti que desfolhei a chuva 
para ti soltei o perfume da terra 
toquei no nada e para ti foi tudo"
Mia Couto


Tem dias que combinam com poesia.
Depois de uma boa noite de sono, tomei um café gostoso enquanto o sol dava as caras pela janela.
Sempre gostei do verde, do sol, da chuva, da terra e dos ventos.
Viver entre árvores é que mantém bem.
Amo o mar de paixão, mas é a mata e toda a diversidade ao redor que me acolhe, me embala e me trás a paz necessária. 


14.6.20

SAUDADES!
De sair por aí, de viajar, de dormir em outros lugares, de shows, de bancos de praças, de mesinhas na calçada, de sorrisos, de interagir, do barco cortando as ondas, do café com bate papo, do almoço demorado, do cantar em conjunto, do riso solto, do saber o que fazer, do previsível, da esperança, da brisa marinha, e da, e do e de.

Acordei em meio à ventania lá de fora.
Hoje sim parece que estamos no morro dos ventos uivantes.
Gosto do vento, ele me trás motivação para novos caminhos, bagunça o que está estagnado, renova  meus anseios.
Não sou de ficar parada, preciso da intensidade, das emoções e dos sonhos.

9.6.20

Hoje estou frágil como cristal, se me tocarem um pouco mais forte eu trinco.
Sinto falta de um abraço como o do meu pai, que me acolhia com todo o seu amor sem fazer perguntas.
Sinto falta do mar, que dialoga comigo de maneira única.
Não quero falar, não quero ter que me explicar, não quero ter razão.
Sei que vou dormir e vai passar.
Então amanhã será um dia novinho em folha.

8.6.20

Esse grupo brasileiro, Rick Wakeman Project, interpreta "Guinevere" de uma forma primorosa.



...Love me, my Guinevere
In my court, please be near
While our realm is dying
And brave knights are crying
Stay close by my side...

Figura de destaque no mito de Arthur e a Távola Redonda, o que me encanta mais nela é sua parte Artemis represada.Ela é uma mistura de uma doce e gentil Rainha com o espírito independente da deusa, aquele lado que deseja se libertar dos padrões pré estabelecidos.Dividida entre o amor de Arthur e Lancelot, acabou os dias num convento, uma espécie de castigo cristão.



 

6.6.20

Com a boca cheia e o peito carregado de felicidade digo:
Que noite!
Há meses que eu não dormia bem assim.
O dia ontem foi estressante, mas a noite valeu a pena.
Começou com um jantar frugal: um brodo espetacular que preparei com músculo, cebola, alho poró,  cenoura e sal com aipo.
Simples, mas certeiro.
Os meninos complementaram o caldo com capeletti e eu com uma massinha sem glúten (afinal essa semana fui na nutricionista).
Para finalizar: parmesão ralado na hora.
Para acompanhar: uma taça de vinho.
Depois fiz um pouco de quebra cabeça no facebook, escutando música em alto e bom som nos fones de ouvido.Gosto desse isolamento, ele me permite me perder nos meus pensamentos.


Fui prá cama e assisti um capítulo de um Dorama novo.
O sono chegou e apaguei por volta da meia noite, um pouco antes das doze badaladas.
Dormi gostoso, sonhei, sorri, relaxei.
Fui acordar somente às oito e vinte da manhã.
Que noite!

3.6.20

Enquanto isto vamos vivendo de música e poesia:


A quase morte da poesia from Capuccino Produções on Vimeo.

31.5.20

Essa pandemia é bem mais forte do que poderíamos supor.
Ela bate sem dó.Fora matar, ela judia.
A gente tenta manter a moral elevada, mas tem dias em que eu fraquejo, como todos.
Isso porque não assisto mais aos noticiários sobre a Covid 19.
Tento me aquecer com o calor do sol enquanto os pensamentos correm soltos.
De repente, sem aviso algum, bate uma leve tristeza.
E não é estado depressivo e sim uma tristeza pura, genuína. É pensar em quantas pessoas estão sozinhas neste momento.É sentir falta do calor de um abraço, de uma boa conversa enquanto tomamos um expresso. E até mesmo uma cerveja, que eu não bebo, mas entendo bem o clima de confraternização de quem bebe.
Não tomo cerveja, mas aprecio vinhos e destilados e uma mimosa neste exato momento me cairia muito bem.
O mundo parece ter parado, mas estamos vivos.
E assim sigo em frente, como uma montanha russa.
Não dá prá dizer que estou no meu normal!
Aonde mais me pega é que sempre vivi aproveitando todos os momentos da forma mais intensa possível, o tempo está passando normalmente e nós caminhamos em marcha lenta.
Meu pai dizia que eu tinha rodinhas nos pés.
Perdi as rodinhas mas não a vontade de rodar por aí.

28.5.20

Então, eu vim aqui com a intenção de fazer textão com um monte de coisas que anda passando pela minha cabeça nos últimos dias, mas eu vou é correr para baixo das cobertas.
Vou aproveitar que o estômago está aquecido e feliz, com uma coisa que eu podia apostar que não ia dar certo: pizza de tapioca.
Não só deu muito certo, como ficou sensacional!
A massa é um tanto líquida, mas depois de 15 minutos no forno fica perfeita.
Usei forma antiaderente para ter menos trabalho.
Aliás a receita não dá trabalho algum.
Acho que perdi mais tempo fatiando a cebola bem fininha.
Fiz duas, uma portuguesa e outra de atum.
A receita é esta:

26.5.20

Eu gosto de frio? AMO...
mas preciso contar a verdade: levo uns dias para me adaptar.
Aí preciso recorrer aos chás e sopas.
Mas está ótimo assim!
Hoje no plantão achei minha equipe bem mais calma, e num sentido extremamente positivo.
Alguns clientes andam um tanto fora da caixinha, com umas idéias muito estranhas, aparentemente criadas à partir do medo da morte, mas isso me parece que é geral.
O importante é que todos que conheço estão aparentemente muito bem!
E que ando abraçando-os, mentalmente, todos os dias.
Os que pegaram o vírus se recuperaram e a maioria, se pegou, não sabe.
Vamos seguindo em frente, com muito amor e abraços em pensamento!

 

24.5.20

Tem dias que são praticamente assim: dancing with myself.
E também não vejo problema nisso.
É bom termos o nosso tempo.
Minha própria companhia se faz necessária várias vezes ao longo do dia.
Penso demais então preciso de alguns momentos para não pensar em nada e reorganizar minhas idéias.

22.5.20

Confesso que pareço uma montanha russa.
E hoje minha trilha sonora para a meia quarentena de Covid está assim:



Sou de uma geração aonde as mulheres se livraram de muitos tabus, mais do que dos estigmas como tanto falam por aí.
Venho de uma família com características fortemente matriarcais: uma bisavó, uma avó e uma mãe com presenças muito marcantes.
Então foi fácil ser uma das primeiras da turma a dirigir, trocar pneu, viajar sozinha e etc.
E fazer sexo antes do casamento então...isso hoje não parece nada, mas há 30 e tantos anos atrás ainda era mal visto.
Mas eu era moderna, eu lia muito e via todo e qualquer tipo de filme, sem censura.
O último tango em Paris e 9 e meia semanas de amor foram alguns deles, embora eu prefira os 30 dias de Doce Novembro.
A coisa da culpa católica apostólica romana não existia em casa.
E por essas e outras sou muito grata pelos pais que recebi de presente nesta vida.

20.5.20

Un oceano di silenzio

Na última noite perdi o sono outra vez, afinal hoje era dia de ir ao escritório. Sempre soube o que dizer, o que fazer, o que pensar. E agora, nada, quando procuro respostas encontro um oceano de silêncio.



Resolvi então me dedicar um pouco à contemplação.
Sentei-me ao lado do túmulo do meu pai e não pensei em nada, escutei o tempo passar.
E assim encontrei a paz que eu procurava.
Minha alma está mais leve, talvez hoje eu durma a noite inteira.

17.5.20

Como manter a dieta de baixo carboidrato se a pessoa está cozinhando como nunca?
Até faço pratos low carb e muita salada, mas o conforto de um amido é quase tudo nessas horas de incertezas e preocupações.
Na sexta à noite, naquele friozinho gostoso, preparei uma polenta mole com fubá pré cozido finalizada com parmesão, um ragú de carne perfeito e brócolis saudáveis para acompanhar.Não gosto muito de polenta mas faço uma que beira a perfeição, o segredo é mexer bastante, até doer o braço, praticamente uns 10 minutos.Já conta como exercício.
Ontem preparei um prato que meu pai gostava muito: frangada.


Não, não é aquela galinhada branca, com aquele arroz mole.É um prato que se aproxima mais de uma paella.
Você começa, com muita paciência, selando os pedaços de frango temperados (uso vinagre, sal, páprica, louro e lemon pepper) na noite anterior em um fundo de óleo na panela.Não é para fritar em imersão e sim selar em menos óleo.Isso vai levar em torno de meia hora, ou mais.
Daí você retira o frango da panela e coloca de uma a duas cebolas picadas grosseiramente para refogar até o ponto de ficarem transparentes.Coloque então meio pimentão vermelho picado em pedaços grandes e deixe refogar um pouco com a cebola.Em seguida acrescente, salsão picado, ou sal de aipo, ou ainda alho poró, 2 tomates picados e uma xícara de cheiro verde.Adicione metade da água que você usaria para cozinhar duas xícaras de arroz, em torno de uma xícara e meia.Acerte o sal, coloque duas colheres de sopa de extrato de tomate (opcional, aqui é só para realçar a cor) e duas xícaras de arroz.Mexa bem e volte o frango para a panela.Complete com o restante da água (a outra uma xícara e meia) e deixe cozinhar em fogo baixinho.
Isso tudo é comida que alimenta não só o corpo como a alma.   

11.5.20

Essa coisa toda de pandemia, reclusão e isolamento social mexe com a cabeça da gente mesmo.
No sábado que passou acordei com meu pai me dando bom dia e usando um apelido fofo que só ele usava: Carluxa. Como ninguém mais me chamava assim tomei um susto.Levei um tempo para processar a informação de que devo ter sonhado.
Confesso que passei o dia inteiro meio tristinha, calada, por conta de tanta saudade.
Minha sorte é que teve live da Juliana, irmã da minha querida amiga Cris.Foi o que levantou o meu ânimo. O assunto foi nutrição em tempos de Covid 19. É bom demais interagir com outras pessoas nesta fase de grandes e pequenas ausências.Principalmente quando são pessoas com uma excelente vibração.Enquanto não sabemos como será o dia de amanhã e nem o que é verdade ou não, gosto da idéia de compartilhar palavras e afetos.
Nessas trocas percebi que poucas pessoas do meu convívio me chamam somente pelo meu nome, muitos me chamam carinhosamente pelo diminutivo, outros pelo nome da princesa do Brasil que era também o nome da minha avó, ou ainda pelo nome de uma pedra preciosa, alguns poucos e mais íntimos, pelo nome do ingrediente principal do chocolate e até por um nome de verdura, Escarola, ou ainda Carola, coisa que estou longe de ser.
É divertido isso, mostra que você é realmente uma pessoa em particular para cada um deles.
E você que está me lendo agora? Como costumam te chamar?

8.5.20

Ando cansada de radicalismos de todos os lados.
E quem já era chato, ficou mais chato ainda. As pessoas precisam parar um pouco de pegar no pé de outros, olhem para seus próprios rabos de vez em quando.
Aí me atiro no crochê e na cozinha de corpo e alma.
No trabalho anda tudo relativamente controlado, embora hoje uma boa parte tenha desanimado ao saber que a quarentena, no Estado no São Paulo, vai até 31 de maio. As pessoas sentem falta da rotina, mesmo trabalhando em turnos de 3 a 4 dias por semana.Cansa ter que explicar porque é que tem que ser assim.Dá vontade de jogar tudo para o alto e cada um faz o que bem entender, mas aí o meu senso de responsabilidade não deixa.
Estou farta dos noticiários: o número abaixa, o número aumenta, fecha isso, abre aquilo e agora fecha aquilo e abre isso.
Da mesma forma que não confiamos nos números divulgados pelo governo chinês, também não confio nos nossos números oficiais.
Certamente existe uma margem de erro, para cima ou para baixo.
No interior anda não vemos hospitais lotados e número significativo de óbitos por Covid 19 e nem por outro tipo de causa mortis.
Maio, com a chegada do frio, costuma ser um mês que registra mais óbitos que nos demais meses.Por enquanto os índices são semelhantes aos dos anos anteriores.
Aqui somente cerca de 40% da população está respeitando a quarentena.Mas pelo menos vemos muitas pessoas nas ruas usando máscaras e muito álcool gel nos estabelecimentos sendo disponibilizado para os clientes.
Ainda encontramos por aí, famílias inteiras no mercado, na fila do banco, na padaria, na farmácia e até na porta dos cemitérios, aonde a entrada tem sido limitada a 10 pessoas por vez.
No começo eu me perguntava o que essas crianças estavam fazendo na rua. Depois enxerguei uma possível resposta: sem escolas e avós, com quem é que elas vão ficar?
Os grandes mercados continuam cheios, mas agora as pessoas usam máscaras.
Este ano será como um filme em slow motion, aonde os dias e os meses parecerão mais longos, aonde o tempo parecerá não passar, enquanto o nosso cérebro vai captando tudo à sua volta, sem parar.
Que no ano que vem possamos extravazar tudo o que tivemos que conter neste semestre de 2019!

5.5.20

Durante muitos anos trabalhei em Valinhos.
Um dos vigias da noite, o Sr. Jeová, era casado com a chefe da limpeza.Muitas vezes, quando não dormia durante o dia, levava quitutes para esposa.
Numa dessas vezes eu provei umas rosquinhas que ele fez e à partir daí, toda vez que fazia, levava para mim também. Soube que ele faleceu no ano passado.
Agora à tarde, navegando pelo YouTube, apareceu a receita das tais rosquinhas.
Voltei no tempo e cheguei a sentir na boca o sabor das rosquinhas com café.
Vou guardar esta receita para fazer num dia tranquilo.
Só não faço hoje porque estou um tanto cansada, trabalhei de manhã, no modo hard, e tomei vacina.

4.5.20

Hoje Aldir Blanc nos deixou.
Grande compositor e médico, por formação, foi uma das vítimas da Covid 19 no Brasil.
Compôs mais de 600 músicas, como O Bêbado e a Equilibrista.
Minha favorita dele é esta, produzida em parceria com Cristovão Bastos, um bolerão de tirar o fôlego, eternizado na voz de Nana Caymmi :


Faixa bônus:

27.4.20

Sai cedo hoje para verificar o trabalho de campo. Chegando no escritório descobri que estávamos sem internet e telefone.Fiz o que deu e vim embora.
Em casa, também sem internet, telefone e televisão.
Estava agitada, pois dormi muito bem a noite que passou e acordei cheia de energia.
Vim prá cozinha!
Pré preparei o jantar e fiz brownie.
Não é por nada não, mas ficou divino.


Vai aí a receita simples e com poucos ingredientes:
3 colheres de sopa de manteiga derretida
1 xícara rasa de chocolate em pó
2 ovos inteiros bem batidos
1 xícara cheia de açúcar demerara
1 xícara rasa de farinha de trigo
1 colher de sobremesa rasa de fermento em pó.
Derreta a manteiga e misture o chocolate em pó à ela.
Numa vasilha bata bem os ovos, eu usei o Mixer.
Acrescente o açúcar, a mistura de chocolate e as farinhas aos poucos.
No final usei a colhe de pau para misturar.
Por último adicionei o fermento.Tem quem não use, mas eu gosto quando o brownie sobe e desce no forno, formando uma casquinha crocante.
Coloque numa forma pequena e baixa e leve ao forno pre aquecido, 180 graus, por aproximadamente 25 minutos.

23.4.20

No começo eu iria trabalhar, presencialmente, somente duas vezes por semana, agora já são três.
Assim que começou a quarentena me programei para escrever, pintar, cantar, experimentar novas receitas e fazer muito crochê. Putz, não passei de um tapete de quarto e um suporte de panela.Tenho ainda na fila, uma colcha, uma blusa azul linda, um cachecol para minha afilhada e um gorro muito legal!
Eu amo o frio e tudo relacionado a ele.
Uma caneca de chocolate quente aquece as mãos, o corpo, a alma e o coração.
Algo bem particular meu é que só tomo leite se for com chocolate e no inverno.E o tempo tem que estar bem frio, ou seja, no máximo uns 10 dias por ano.
Quando leio que ontem, em plena primavera européia, nevou na Serra da estrela, em Portugal, meu coração até bateu mais forte.
Vendo uma notícia aqui e alí me dou conta que ainda não fui para Bom Jardim da Serra/SC, acessível através da Serra do Rio do Rastro. Acabando essa pandemia preciso corrigir essa falha.
Isso sem falar no Chile.
Se nós estamos presos, nossos sonhos não estão.

21.4.20

Coisa boa ter chegado cedo em casa.
No trabalho, hoje, atendemos uma moça cujo pai se matou na noite de ontem.
Se ele tivesse idéia de como ela ficaria, ele nunca teria feito isso.
O suicídio, na vida real, é bem mais assustador.
Mais tarde, no aconchego da minha cozinha, fiquei feliz por poder contar com a companhia do meu filho e da namorada. Eles queriam cachorro quente, com direito a molho, milho, ervilha e batata palha, mais politicamente incorreto impossível.
Mas quantas vezes na vida poderemos fazer isso?
O dia foi pesado, eu merecia me dar uma pausa, não pensar em nada, não me preocupar com coisa alguma, simplesmente viver o instante, curtir, rir e amar os outros como a mim mesma.
Na bagunça quebramos um copo, e daí?
Depois de comer, ainda plena de felicidade, assisti a "live" do Oswaldo Montenegro, no YouTube.
Ele cantou essa música, que não é das minhas favoritas dele, mas hoje veio traduzir tudo o que precisa ser dito vez ou outra:

19.4.20

Já disse aqui que acho que essa moça canta bem e que tem uma voz que eu gosto muito!

Amanhã e terça vou trabalhar.
Nem dá prá reclamar afinal são tantos dias em casa.
Ainda penso que sair de casa é flertar com o perigo.
Infelizmente esta semana não terei como deixar passar.Com tanta tecnologia, algumas coisas pedem a sua presença física: é a segurança na fala, o olhar algumas vezes firme e outras mais compreensivo e etc.
O que mata um pouco a nossa racionalidade é que estamos numa eterna espera por algo que não sabemos quando virá, ou mesmo se já chegou.
A onda ainda é uma marolinha.
Sinto que estamos naquele período de silêncio que antecede a tempestade. Nos filmes de terror é nessa hora que as pessoas se dão mal.
Sei que vou ter que repetir a mesma conversa que tenho repetido semanalmente desde antes da quarentena começar: melhor pecar por mais do que por menos. E se não formos tão atingidos, melhor!
Mas as pessoas querem suas vidas de volta!
Humor, segurança, paciência, bom senso, criatividade, vontade...parece que estão todos passeando de montanha russa.
Mas vamos tentar sorrir, né?
O tempo está passando...

15.4.20

Outro dia disse que Bocelli cantando em frente à Catedral de Milão me causou certa angústia, mais por conta das circunstâncias e das imagens, porque, afinal, ele cantou lindamente.
Depois de um bombardeio de notícias disso e daquilo em relação à pandemia, resolvi abstrair um pouco escutando música.
Fuça daqui e dali encontrei um show ao vivo do Bocelli aonde ele interpreta sucessos do cinema.
E me fez um bem danado!


13.4.20

Ontem assisti à live do Andrea Bocelli em Milão.
Não tive condições de comentar, sua versão de Amazing Grace, naquele enorme espaço vazio, com a Catedral de Milão com as portas fechadas ao fundo, me levou às lágrimas.
Costumo reclamar que algumas capitais ficam lotadas de turistas o ano todo, que alguns pontos turísticos se tornaram impraticáveis de visitar. Mas vê-las assim, tão desertas, me causou uma angústia tremenda: nem tanto o Céu, nem tanto a Terra.
São lugares por onde passei, aonde interagi com pessoas que eu nunca havia visto antes.Eu tenho essa facilidade.O cara metade diz que não pode me deixar sozinha um minuto que seja, que logo me vê conversando com alguém. Ele diz que eu tenho um imã de atrair pessoas (e animais).
Quando vou dormir, já cansada, penso em todos que conheço, que estejam seguros e penso também naqueles que estão enfrentando a doença, uma luta entre a vida e a morte. Peço por eles!
Ao acordar tento repassar, mentalmente, tudo o que este processo pode nos trazer de bom. Porque tudo que existe neste mundo tem o lado ruim e o bom, o pior e melhor!
Não podemos perder a capacidade de nos encantarmos.


Precisamos de leveza!


10.4.20

Essa versão, com orquestra, é para escutar com fone de ouvido e esquecer do mundo lá fora:


Pelas minhas poucas andanças por aí, vejo que o medo toma conta de alguns enquanto que outros ignoram a realidade.
A vida e a morte seguem em frente, numa lógica meio desconexa.
Quem fica e quem vai?
Penso que devemos ter cuidado, nos proteger, respeitar o distanciamento, mas como esse vírus realmente funciona? Como nosso sistema imunológico se comporta diante dele?
Tento não pensar muito.
Me sinto nadando de braçada sem olhar para trás e nem para os lados.
Sigo olhando para frente!
Claro que tenho medo, sou humana e tenho uma doença de causa auto imune.
Só não vou deixar que o medo me transforme em presa fácil.
Vamos sair dessa sim e que lá para frente possamos entender melhor o que aconteceu.
E eu venho aqui é para desabafar e conversar melhor com meus silêncios.

9.4.20

Tem dias em que precisamos sair um pouco da caixinha...questão de sobrevivência.
Amanhã eu trabalho, em Araras.
Levo minha dose semanal de lucidez, bom senso e paciência porque as pessoas estão surtando com essa coisa toda.


Acho que principalmente pelo desencontro de informações.
Se o senso comum pode ser resumido, como li por aí, como a idéia de conectar dois ou mais pedaços de informação de uma forma que isso proporcione uma utilização ou significado concreto, então está difícil chegar a ele.
É por isso que temos que abstrair um bocado.

7.4.20

Ontem, depois de três anos da morte do meu pai, um dos seus melhores amigos partiu.
Eles tinham a mesma idade e um pensava muito próximo do que o outro pensava, apesar de um ser advogado e outro dentista.Suas vidas foram pautadas pelo amor que dedicavam aos outros.
Os dois morreram praticamente do mesmo modo: foram internados, passaram por uma cirurgia de hérnia, fizeram uma bronco aspiração e acabaram tendo falência múltipla de orgãos por infecção generalizada.
Meu pai nos deixou no dia 06 de abril de 2017, sendo sepultado no dia 07, assim como o seu, o nosso, querido amigo.
Ontem foi um dia de introspecção.

5.4.20

Por mais humor na quarentena!!!
Não é o fim do mundo, posto que pareça.

4.4.20

Outro dia mesmo eu estava passeando, de férias, sem hora para comer, sem compromissos, sem obrigações.Foi bom enquanto durou e eu nunca poderia imaginar que vivenciaríamos o que está acontecendo hoje.
E olha que dos sete dias da semana só fico cinco em casa.Aí é o trabalho remoto que te consome, o celular não pára de apitar quando entra mensagem ou e-mail.
Meus fornecedores de serviços acho que surtaram.
Fechei o mês e enviei a planilha para o escritório de contabilidade. Eles me enviaram a folha de pagamento com três erros absurdos, sendo que é um programa que faz o trabalho e utilizamos os serviços deste escritório há mais de quinze anos.
A resposta do escritório de contabilidade aos três erros, por e-mail, foi: Mas você tem que entender que estamos passando por uma situação análoga.
Peraí, mas a folha de pagamento é feita todo mês, há anos.O problema não é o Covid 19, mas sim o medo que as pessoas tem.
O fornecedor de produtos de limpeza, ao invés de nos enviar seis embalagens de sabonete líquido, nos mandou 6 pacotes de pastilhas para vaso sanitário.
Aí temos que trocar, refazer, corrigir e etc.
Os produtos de EPI (equipamentos de proteção individual) desapareceram do mercado.
O bom, ou ruim, ainda não sei, é que a importância, a relevância das coisas, pessoas e lugares mudou.
Sinto uma falta de tremenda de sair para trabalhar todo dia, mas isso não sou só eu...acredito que milhares, ou até milhões de pessoas, se sintam assim.
Afinal, não estamos de férias, relaxados, sem preocupações.
Uma das meninas do plantão me perguntou hoje por whats: - Até quando isso vai durar?
Como ela tem um filho pequeno e o marido trabalha numa empresa que atualmente está produzindo álcool gel, ela só tem trabalhado nos finais de semana porque durante a semana não tem com quem deixar o filho.
Minha resposta foi: - Acredito que aproximadamente até 15 de maio.
Na verdade eu não tenho certeza, foi puro chute, foi para que ela não ficasse sem resposta.
Ou seja, esse cenário deve perdurar ainda por um bom tempo.
E não tenho nem idéia de como tudo vai ficar quando isto acabar.



 

31.3.20

Ontem perdi o sono de uma forma brutal...depois das 3 horas não consegui mais dormir e às 7:00 levantei da cama para fazer café.
Nesse meio tempo rolei de um lado para outro, respondi e-mails, joguei no celular, fiz listas e nada.
Essa coisa toda do Covid-19 me tirou o sono.Eu penso demais e penso em todo mundo, me preocupo.Pedi a Deus que protegesse todos os que amo! Os que não amo também.
Hoje fui trabalhar e novamente vi rostos aflitos por onde passei. Quando cheguei na minha sala me senti segura.Em silêncio terminei rapidamente tudo que precisava fazer. Isso é raro, porque não sei trabalhar sem falar, falo com os outros, falo sozinha ou simplesmente murmuro.Eu queria era voltar logo para casa.
Agora vou ver se escuto música até mais tarde para ver se o sono vem e fica.
Logo mais completo 20 horas sem dormir e os pensamentos continuam saltando de um lado para outro na minha cabeça.


29.3.20

Nos dois dias da semana que vou trabalhar fora de casa, chego no nosso plantão e vejo olhos assustados e muitas perguntas sem respostas.
Escuto tudo!
"Ouvi dizer isso, fulano nos disse aquilo, a prefeitura está fazendo assim."
Aí busco palavras para ilustrar o que está acontecendo:
"É como se uma onda gigante estivesse se aproximando. Como temos certeza que ela está vindo em nossa direção e não temos como correr, temos que estar preparados.Mas todas as medidas que estamos tomando serão suficientes? Não sei. Porque pode ser que a onda perca força, como pode ser também que ela chegue tão rápido que pouco poderemos fazer.O ideal é que ela passasse bem devagar, mas não temos como prever como será.Por isso temos que continuar seguindo todas as normas de precaução."
Nessas horas a espera é complicada.Não é todo mundo que consegue administrar a ansiedade.Quando o pânico se instaura as pessoas tendem a imaginar coisas.Nas crises de ansiedade também.
Semana passada foi tranquila, vamos ver essa que começa amanhã.


26.3.20

Quando perco o sono preciso escutar ou assistir algo que saia do meu convencional.Assim acabei acompanhando a série da Netflix: Betty em Nova York.Em condições normais é uma das últimas coisas que eu veria, é bem diferente do meu estilo, então funciona, me distrai.
Na música também procuro por estilos bem variados, como o grupo Mawaca, que conheci através das bailarinas que fotografei.
Tem horas que precisamos escutar algo diferente, me sinto mais viva:


20.3.20

Temos que abstrair para não entrarmos na onda da paranóia que anda carregando muitas e muitas pessoas.
E para completar ainda tenho uma vizinha que odeia cachorros e que ameaça envenenar os meus toda vez que eles latem.É uma pena que eles não saibam falar...
É por essas e outras que eu amo um conto de fadas:

12.3.20

Cinco dias com as pernas elevadas para curar uma erisipela na panturrilha direita.
Achei que já fosse liberada hoje para sair de casa. Que nada!!!
Ganhei mais, pelo menos, três dias de gancho.
E a médica ainda diz: - Fique firme, falta só mais um pouco!
Na era da internet, I phone e etc, uma semana é quase uma vida.
Tem sido um bom treino de paciência.
Afinal tem luz ao final do túnel, não é?



1.3.20

Hoje acordei saudosista pacas...limpei gavetas, maletas, sacolinhas...não sei como juntamos tantos  bilhetinhos, fotos e recados anotados em qualquer pedaço de papel. Há anos não revelamos fotografias em papel e elas continuam brotando de não sei onde, aqui parece que dão cria.Estou tentando aumentar o espaço nas estantes e gavetas mas está difícil.
Não sei deixar as coisas irem.
Aí cansei e fui pra cozinha preparar doce de abóbora com côco na versão diet.
Para 1 quilo de abóbora usei aproximadamente 400 gr de côco ralado e 4 colheres de sopa de xilitol, além de uma rama de canela e 5 cravos.


(A foto acima não é minha, é do site Senhor Tanquinho)
Fiquei com preguiça de fotografar o resultado final. Coloquei para gelar e provei agora à tarde: ficou sensacional!!
Tô cada dia melhor na culinária Fit.
Aproveitei o ensejo e as compras que havia feito ontem e preparei doze potes de sopa em 3 sabores: legumes com frango e lemon pepper, cabochã com gengibre e legumes com brócolis e couve fatiada.
Aperto o play e me divirto na cozinha:


Estou há mais de uma semana sem ingerir glúten e açucar e meu sistema imunológico parece ter voltado ao normal.A acupuntura acelerou bastante esse processo: o formigamento diminuiu ao nível do suportável, a metrorragia passou e agora é só me recuperar da anemia.
A polineuropatia continua firme e forte, mas já aprendi a conviver com ela!

25.2.20

Portugal é um país cercado de água e eu tenho verdadeira paixão pelos aquedutos que levavam as águas dos rios e nascentes até as cidades, principalmente aos palácios.

Aqueduto da Amoreira, em Elvas:

Aqueduto dos Pegões, em Tomar:

Aqueduto de Santa Clara, em Vila do Conde:


23.2.20

Casino Estoril e a falta de um olhar mais cuidadoso para a questão da acessibilidade

Finalzinho de férias e um sentimento enorme de gratidão, porque apesar dos poucos pesares, elas valeram cada segundo.
Nem todos os dias foram de flores, conviver com algo autoimune não te dá garantias de que todos os dias serão como você imagina.
Tem momentos em que o sistema pifa, mas felizmente são só alguns momentos.
E o mundo não está preparado, ou não faz questão de estar, para suas limitações.
No Casino Estoril, por exemplo, aonde fomos assistir a um show do Zeca Pagodinho, eles fazem cara de paisagem diante das suas dificuldades.
O local, que inclusive serviu de cenário para o filme Cassino Royale (James bond) pela sua grandiosidade, possui somente uma cadeira de rodas, que nem me foi oferecida e uma plataforma elevatória para escadas, que estava desligada. E boa parte dos degraus não possui corrimão.
Ou seja, dependi mesmo do auxílio dos braços do cara metade e de um garçom muito atencioso.Mas tive que descer e subir e subir e descer os quase quarenta degraus até o meu lugar no salão Preto e Prata. Afinal, cheguei até lá e não ia desistir.
Esse esforço que em nada tem a ver com a musculatura e sim com o equilíbrio e propriocepção (o chão some), teve um preço, o sistema enlouqueceu e passei o dia seguinte praticamente deitada por conta de uma hemorragia severa.
Dois dias depois o cara metade ainda dizia que eu estava mais branca que uma folha de sulfite.O jeito foi passar uma base e um blush e sair prá rua. Ainda sentia um pouco de tontura mas não era isso que ia me segurar.O que é uma tontura para alguém que já enfrentou tsunamis?
Somos muito mais fortes quando movidos pelo desejo de viver intensamente cada momento.
Isso que me leva longe, fecho os olhos, me imagino lá e vou.

14.2.20

Meu pai se dizia um homem de gostos simples ...
SEI...ele realmente apreciava as coisas simples da vida, mas também apreciava as não tão simples assim.
Ele adorava Cascais e fazia planos, um pouco distantes da realidade, de um dia morar no local que possui um dos metros quadrados mais caros de Portugal. Não sei bem porque, mas ele dizia que adoraria ver esse mar todas as tardes. Com tantos mares pelo mundo afora ele encasquentou justo com a vista de Cascais. Sempre fez planos para o que gostava, mesmo que a chance de concretiza-los fosse mínima ou nenhuma. Alguns ele realizou.
E hoje foi dia de lembrar dele e de seus gostos não tão simples.
E até parece que o por do sol esteve mais bonito em Cascais só para que eu pudesse sorrir ao pensar nele vendo essa vista de final de tarde❤️

4.2.20

As férias chegaram!!!!
Amanhã depois do meio dia, fui...
Sei que é fevereiro, mas estou no clima de setembro:

2.2.20

Não sei em que momento exatamente me tornei uma leoa, alí naquela pedra do topo, sozinha mesmo acompanhada, observando a paz e a ordem que eu aprendi a manter.
Tudo isso exige um tipo de controle que uma hora começa a cansar.Com o avanço de novas tecnologias e das mensagens instantâneas nos tornamos disponíveis 24 horas por dia.Assim fica fácil sempre ter uma solução, sempre pensar pelos outros.Os outros é que passaram a pensar menos uma vez que você está sempre disponível .
Outro dia, durante a sessão de acupuntura, me peguei respondendo mensagens "urgentes".  E parece que todo dia temos urgências.
Este ano resolvi descer da pedra e levar uma vida mais normal, não quero mais ser aquela mulher que chegou aonde muitas ainda querem chegar.A fama e o sucesso são, muitas vezes, armadilhas do ego.
Teve um dia, há uns três anos atrás, que eu estava numa palestra, que hoje chamamos de bate papo porque ficamos sentados no palco em poltronas confortáveis, mas o conteúdo ainda é o mesmo, que  olhei para platéia e mentalmente me perguntei: o que estou fazendo aqui?
Eu estava lá compartilhando conhecimentos adquiridos durante toda a minha vida com estranhos e alguns poucos conhecidos.Mas aquilo tudo que nem sei se foi absorvido é muito raso, talvez um ou outro gatilho leve a pessoa a pensar. Foi a primeira vez que repensei minhas atividades, que na época eram muitas.Aí decidi me jogar de cabeça no meu trabalho na empresa, aquele que realmente paga minhas contas.Dei conta mas não gostei do tanto de responsabilidades que adquiri.
Até que um dia desses acordei querendo colocar em prática uma adaptação de um projeto da Dra Silvia Bellucci, fundadora do Centro Corsini. Ela queria trabalhar a escrita criativa e terapêutica com as crianças do abrigo e eu penso em trabalhar com adultos e idosos.Num universo tão impessoal como as redes sociais e com mensagens cada vez mais curtas não existe mais o tempo necessário para maturarmos nossas idéias e pensamentos.Quando escrevo eu descarrego uma porção de sentimentos como desejos, frustrações, saudades, dores e todo tipo de vivência.Quero passar isso para quem tem dificuldades e estou precisando desse tempo, dessa oportunidade de doar o que tenho de melhor.
O mundo corporativo nos torna muito impessoais,     
Fora que sem minhas rodinhas, tudo fica mais difícil, outro dia fui à um compromisso sozinha e usei o serviço do Uber pela primeira vez. O rapaz foi um encanto, super prestativo e tal, mas eu tive vontade chorar.Assim que voltar das minhas curtas férias vou treinar novamente até conseguir fazer uma porcaria de uma baliza com o carro adaptado.
Aí sim me sentirei mais eu!
A música abaixo me lembra os dias em que eu saía da faculdade e ia almoçar num restaurante cujo cardápio era baseado nos preceitos da filosofia Hare Krishna, como o Gopala, em São Paulo.

26.1.20

Hoje, toda nova atividade na minha vida começo com cautela, não por mim, mas pelos outros.
Ao me verem andando com dificuldade pensam que minhas limitações são bem maiores do que realmente são.No começo eu ficava chateada com este pré julgamento mas hoje sei que ele vai mudar com o tempo, é só esperar. Não queria que tivessem pena de mim ou que não me achassem capaz.
Aconteceu assim com o médico acupunturista que tenho visto semanalmente, não é mais o chinês famoso, a agenda dele é muito requisitada e eu detesto ter que praticamente sair no braço com outros pacientes para conseguir marcar um horário.
O novo acupunturista é um moço de quase 40 anos que foi estudar medicina oriental na China e tem uma clínica aqui perto de casa.
Suas sessões me fazem muito bem!
No começo sempre oferecia a mão para que eu me levantasse devagar, depois de recusar e agradecer algumas vezes ele percebeu que não preciso.Semana passada me disse que fica surpreso por eu ser uma pessoa tão ativa, por trabalhar "de verdade" e ainda administrar casa, família e outros bichos. Acho que o "elogio" veio ao contar-lhe sobre as minhas próximas férias:
- Mas você vai andar muito lá.
- Sim, vou e graças ao andador que me possibilita isso.
Talvez seja isso que chamam de força motriz: minha energia que faz o andador ser tão eficiente.
É verdade que talvez a idade e todas as atividades que me tomam praticamente o dia todo me impeçam de fazer algumas escolhas e não minhas pernas.
Mas dentro daquilo que chamo de minha vida estou bem satisfeita com meu desempenho!


15.1.20

"Não quero o primeiro beijo: basta-me o instante antes do beijo."

Não quero o primeiro beijo:
basta-me o instante antes do beijo.

Quero-me corpo ante o abismo,
terra no rasgão do sismo.

O lábio ardendo entre tremor e temor,
o escurecer da luz no desaguar dos corpos:
o amor não tem depois.

Quero o vulcão que na terra não toca:
o beijo antes de ser boca.

Mia Couto, in ‘Tradutor de Chuvas’

E eu amei este filme:



Apesar do tema delicado e assustador, é uma obra poética.
A diretora Maria Ripoll soube equilibrar muito bem toda a gama de sentimentos que vão aflorando enquanto a história é contada.
Oscar Martínez, Inma Cuesta e a pequena Mafalda Carbonell trabalham excepcionalmente bem juntos.
Gostei até mesmo do tom cômico, ou tragicômico, sobre o começo da doença de Emílio.
Quando meu pai começou a perder a memória optamos por encarar isso de forma leve e muitas vezes rimos dos seus esquecimentos.Era uma forma dele não se sentir culpado por não se lembrar de acontecimentos recentes.Ele nos deixou antes de chegar num grau avançado e até mesmo de perder o bom humor.
Assim sendo, ele não foi fardo, ele foi alegria, ele foi amor, ele foi cumplicidade.

8.1.20

Como tenho muita coisa menos juízo, hoje temos um novo morador aqui em casa!
Eu tinha esquecido como esses filhotinhos são fofos.
Tô apaixonada!!!




7.1.20

Ter um filho escorpiano é compreender que de nada adianta ir contra a força da natureza deste signo!


4.1.20

2020 chegou!
Foi muito rápido, quando vi eu já estava de volta à ativa.Se vou tirar férias daqui há 30 dias é justo que eu trabalhe um pouquinho mais agora.Foram dias estranhos, afinal muita gente ainda não retornou ao trabalho.O estacionamento do conjunto de escritórios está vazio e as salas dos advogados e contadores estão extremamente silenciosas.
Hoje foi dia de avaliar a farra de final de ano na balança da nutricionista.Enfim, festejamos que só ganhei 600 gramas, que, segundo ela, em uma semana eu elimino facilmente.Essa é a parte boa de fazer uma alimentação saudável com acompanhamento profissional.Por mais que você coma tudo o que tiver vontade, os danos são mínimos já que você aprende a compensar os excessos se alimentando de forma decente.
Quem fica feliz com isso também é o verdureiro.A banca mal abriu na sexta feira e lá estava eu procurando brócolis, alface, tomate, abobrinha e couve flor.
Hoje ainda me ocupei com a produção da semana: 7 porções de 400 ml de sopa de legumes e torta de abobrinha com aveia.
Bom também é que a Netflix lançou uma série de doramas novos!!!