30.7.11

Acordar depois das 8, cuidar das flores do jardim, fazer no almoço aquele prato que seu filho adora e passar a tarde fazendo crochê é simplesmente um sonho bom.


Da minha turma de faculdade, praticamente todas as mulheres arregaçaram as mangas e foram à luta. Que eu tenha conhecimento, até agora, e passados 22 anos, somente uma se tornou dona de casa. E era uma classe bem que equilibrada, éramos praticamente 50% do conjunto.
Eram os anos 80 e nós mulheres queríamos conquistar espaço.E fomos tão longe que muitas de nós acabaram sozinhas, porque a profissão esteve sempre acima da vida pessoal e amorosa.
Eu tentei conciliar tudo e confesso que é preciso muito malabarismo.Gosto de todos os papéis que me competem.Mas não é fácil.
Também não acredito que a vida da mulher deva ser encontrar um companheiro, viver com ele e cuidar da casa. Embora tenha amigas que optaram por essa vida e são felizes assim.Valorizo a força produtiva da mulher e sem ela não teríamos evoluído tanto.
Talvez a solução seria tirarmos férias, no mínimo, duas vezes por ano.Ou então, por cada papel que desempenhamos :o)
E o que eu preparei no almoço?
Receitinha fácil, aromática e delicada: frango ao curry com creme de leite.


Eu usei:
600gr de filés de frango temperados com sal, cheiro verde e limão siciliano e cortados em tirinhas
1 cebola pequena picada
2 cenouras em rodelas passadas no microondas por 1 minuto
1 colher de chá de curry em tablete (o da foto acima), mas pode ser usado curry em pó
aprox. 1 xícara de água
1 lata de creme de leite light
Selei o frango com um pouco de óleo, acrescentei a cebola, a cenoura, o curry, a água e deixei ferver até cozinhar o frango e a cenoura.Quando estava tudo cozido e água reduziu pela metade, acrescentei o creme de leite.Uso o light porque acho que fica um sabor mais suave.
Simples assim, mas garanto que o resultado final desta combinação é extraordinário.
Para quem não come carne eu já fiz o teste substituindo o frango por tofú frito.
P.S Eu compro o curry em tablete porque acho prático, rende muito pois é super concentrado e vende aqui pertinho de casa, mas tem na Net também.Como gosto do curry bem suave nesta receita uso somente uma colher de chá e dá super certo.

29.7.11

Música ideal para um finalzinho de sexta feira, depois de uma semana alucinante!!!

28.7.11

E cadê essa chuva que não volta? Mais um pouco estarei cuspindo tijolinhos.É só o tempo ficar seco e poeirento que eu fico rouca. A seca de Guimarães Rosa é muito mais poética e nós do Sudeste não estamos tão familiarizados à ela assim, eu nasci na Terra da Garoa.
E o tom opressor da narrativa de Guimarães é muito pouco, suave até, se comparado ao tom de algumas questões do dia a dia .
A fome castiga, mas as cobranças dessa nossa vida urbana, cosmopolita e moderna, também.Daí que aprendemos a superar dificuldades, sublimar aquelas perturbações que nos tiram o sono, assim como nos acostumamos com essa fome que judia da alma.
É tanta falta de respeito, entendimento e boa vontade que me perco em devaneios de como seria uma situação ideal.E ela é tão utópica que não consigo fechar um único raciocínio concreto.
Simbora escrever os roteiros ficcionais, que se pelo menos não ganho mais, fico mais feliz :o)

25.7.11

Ah...depois de algumas horas de trabalho e de um longo papo sobre roteiros com uma pessoa mais que querida, sinto-me revigorada.E ainda por cima, mimada que sou, ganhei uma caixa de bombons com licor (os meus favoritos).Para completar meu dia chegaram pelo correio "os quindins na portaria" que a Layla me enviou outro dia. Caíram algumas gotas de chuva por aqui, embora muito poucas. O universo é perfeito porque justamente quando a presença de uns me faz tanta falta aparecem outros para que eu pouco me importe com essa ausência.
Que venha mais chuva, pois eu gosto muito de dias assim :o)

24.7.11

O domingo está terminando e não vejo a hora de voltar para o escritório. Preciso de um pouco de trabalho nas veias.Vamos dizer que ultimamente isso tornou-se uma grande alegria na minha vida.Uma das maiores, porque as pessoas podem reagir bem ou mal às mudanças que o destino nos impõe.Eu bem que gostaria de reagissem de uma forma melhor, mas enfim...a vida, a minha vida, segue rapidamente seu curso.
Acho que lido melhor com tudo isso porque vivi praticamente 80 anos em 40 e poucos.E não me arrependo de nada que fiz e não reclamo dos piores momentos pelos quais passei.Até o pior faz parte. E passado, definitivamente, é passado.
O que sempre me mantém é o amor que levo aqui dentro, esse que se ressente algumas vezes, mas que está sempre sorrindo.Afinal não é qualquer coisa que me bota medo.Muito menos bicho papão!
E falando nisso lembrei-me dessa música que escutava muito quando adolescente. Aliás muito mais do que simplesmente escutá-la, eu patinava ao som dela (não é, Aninha?):



Tinha essas outras também:





E Fred Astaire e Gene Kelly também deram suas patinadas por aí:



21.7.11

Hoje passei o dia de castigo e por recomendações médicas amanhã deverei fazer o mesmo.
Tudo isso por causa de uma gripe, que eu até achei que pudesse combater sozinha.E aproveitei para organizar umas fotos.Senti saudades de Sevilha. Seria bom estar lá agora. Sentindo toda aquela energia vibrante, quente e alegre da cidade com pomares e jardins nas calçadas.



Sevilha é colorida e pulsante.


18.7.11

" Usa cada qual os olhos que tem para ver o que pode ou lhe

consentem, ou apenas parte pequena do que desejaria."

Memorial do Convento, Saramago.

E assim, nessa vida, tudo depende de quem olha e como olha.É uma pena que nem todos possam me olhar como eu gostaria.Tem quem me conheça desde os tempos de garota e que ainda não me conhece, porque na verdade nunca aprendeu a me enxergar. Tem também as pessoas que pouco encontro mas que me conhecem como a palma de suas mãos.Eu sou mesmo fácil de ler.
Embora digam que é difícil porque não digo tudo o que realmente quero.Conheci muita gente cujo discurso era muito diferente das atitudes. Neste setor específico da minha vida, prefiro demonstrar a falar. Até hoje duvido de muita coisa que escutei e que continuo escutando.São inverdades tão tolas, tão desnecessárias, sentimentos tão mesquinhos. Tenho pena dessas pessoas que pensam que me enxergam e que pensam que me enganam.Eu sei aonde eu vou chegar, mas e elas?
Deixe que pensem enquanto quem sente sou eu. Já foi-se o tempo em que importar-se comigo , ver-me como eu verdadeiramente gostaria, fazia alguma diferença.Hoje podem me contar mentiras sinceras que eu finjo que acredito.
Mas só não me peçam perdão quando abrirem os olhos.Talvez seja tarde demais. Não é mágoa, rancor, nada disso, é que talvez eu tenha deixado de enxergá-las.Ou ainda, não pertençam mais aquela pequena parte que eu desejo.

16.7.11

Tem dias em que me pergunto se existem e quais são as razões divinas e a resposta fica bem difícil.Acabei de entrar no FB e encontrei o um recado de uma amiga (que sabe que é inútil tentar falar comigo ao telefone, principalmente sendo final de semana).Liguei prá ela e em poucos segundos ela estava dizendo:
- Cá, chora comigo!
Nós nos conhecemos desde que tínhamos uns 13 anos.Passamos diversas férias juntas em família.Infelizmente eu me mudei e nos vemos muito pouco.
No ano passado seu pai morreu, ficou doente e em menos de três meses foi-se.Ela era o xodó dele. Se casou e teve duas filhas, também xodós do avô.E elas tem a idade que tínhamos quando nos conhecemos, ou seja, são muito novas ainda.
Na quinta feira seu marido sofreu um acidente de carro e não resistiu.E ela me perguntou porque é que isto estava acontecendo com ela.Eu não sei. Nessas horas nada serve de consolo, nem karma, vidas passadas, vidas futuras, nada.
Imaginem a dor da pessoa que só o que quer agora é uma amiga para chorar com ela porque já chorou demais.
Ela está na casa da mãe e ficou de tentar voltar para casa na semana que vem.Eu fiquei de ir prá lá.O que é ruim é que mesmo que se passe uma semana, um mês, um ano, uma vida, acho que ainda não terei uma resposta.Hoje sei que vou dormir dolorida porque não sei ficar insensível às dores alheias, mais ainda quando o alheio é muito próximo.

14.7.11

Como cansa, quando o seu dia está cheio e a cabeça em outro lugar, preencher papelada para inclusão de projetos em Editais. Estão abertas as inscrições para a MostraCineBH.
Acabei de relacionar Objeto, Justificativa, Sinopse, Argumento e Cronograma.O orçamento deixei à cargo de um colega.
Se alguém aí tiver o roteiro de um longa em andamento ou mesmo em pensamento, é uma boa oportunidade para a entrada no Mercado Cinematográfico.

1 – SOBRE O BRASIL CINEMUNDI

O BRASIL CINEMUNDI – International Coproduction Meeting, programa que integra a Mostra CineBH, chega a sua segunda edição em 2011 com o propósito de conectar a produção independente e o mercado audiovisual internacional, ampliando a rede de contatos e negócios entre os profissionais brasileiros e representantes da indústria mundial. Promovendo rodadas de negócios e encontros individuais (Meeting One-to-One) que geram intercâmbio, aproximam e fortalecem os caminhos para a inserção da produção audiovisual brasileira no mercado mundial.
O programa é também uma ferramenta de formação e treinamento de profissionais da área do audiovisual sobre as tendências do cinema contemporâneo e inserção no mercado internacional. Uma iniciativa que intensifica os esforços de ampliação de mercados, das fontes alternativas de financiamento e o contato com profissionais de outros países.


2 – ORGANIZAÇÃO

O BRASIL CINEMUNDI é uma idealização e realização da Universo Produção Ltda – empresa sediada em Belo Horizonte. Conta com o patrocínio de empresas públicas e privadas e conta com as leis Federal e Municipal de Incentivo à Cultura.


3 – SOBRE A INSCRIÇÃO

1 – O período de inscrição é de 30 de junho a 05 de agosto de 2011 (até 18:00 horas – horário de Brasília).

2 – A inscrição é gratuita e acontecerá através do formulário disponível no site www.cinebh.com.br. A inscrição só será considerada válida após o envio da ficha de inscrição inteiramente preenchida.

3 – Serão selecionados 10 (dez) projetos de longa-metragem para participar do Brasil CineMundi que acontece no período de 29 de setembro a 04 de outubro de 2011 em Belo Horizonte-MG.

4 - A inscrição se limita a 01 (um) projeto de um mesmo diretor, sendo ilimitado o número de inscrições para empresa produtora.


4 - CONDIÇÕES PARA INSCRIÇÃO (Leia mais no site)

5 – SOBRE A SELEÇÃO

1 – A análise e seleção dos projetos serão realizadas por uma comissão nomeada pela coordenação do evento, e levarão em conta a qualidade artística do projeto e obras realizadas pela equipe, bem como o empenho do produtor na realização e viabilização do projeto.

2 - Uma vez selecionado, dois representantes do projeto (produtor e diretor) serão convidados a participar de toda programação da Mostra CineBH e se comprometem a estar presentes por todo o período do evento - de 29 de setembro a 04 de outubro de 2011. A confirmação desta participação se dará mediante assinatura de um Termo de Compromisso.

3 – A organização da Mostra se responsabiliza pelos custos de transporte, hospedagem e alimentação do produtor e diretor para viabilizar sua presença durante o evento.

4 – A seleção dos projetos será anunciada no site www.cinebh.com.br a partir do dia 25 de agosto de 2011.

5 – Uma vez selecionado, deverá ser enviada uma versão em inglês do projeto, além de outras possíveis informações requisitadas pela organização do Brasil CineMundi.

6 – SOBRE A PARTICIPAÇÃO

Além dos painéis de debates, oficinas, workshops, case study e exibição de filmes, o Brasil CineMundi realiza encontros e rodadas de negócios que promovem o cinema brasileiro no mercado internacional.

1 - Meeting One-to-One: os 10 projetos selecionados participarão de reuniões individuais de até 20 minutos (Meeting One-to-One) onde terão a oportunidade de apresentar sua proposta para um produtor, distribuidor e/ou representante internacional da indústria audiovisual e fundos de investimento, convidados do evento.

2 - Happy Hour: conecta os convidados e oferece uma descontraída, mas profissional e produtiva atmosfera de trabalho.


7 – SOBRE A PREMIAÇÃO

1 – Os 10 projetos selecionados serão avaliados, durante a realização do Brasil CineMundi, por um júri composto de 03 integrantes convidados da organização do evento para eleição de 01 projeto vencedor.

2 – A premiação do projeto vencedor será em material e serviços audiovisuais oferecidos pelas empresas parceiras com o objetivo de viabilizar a execução do projeto em questão.

3 – O anúncio do projeto vencedor será realizado no encerramento da Mostra CineBH no dia 04 de outubro de 2011.


13.7.11

Eu nem sabia que existia o Dia Mundial do Rock e muito menos que era hoje.O Rock na minha vida apareceu com o Elvis, depois vieram os Beatles e aí então abriu-se um leque de opções que inclui desde Led Zeppelin, Deep Purple, The Doors, Rush, Queen, Kiss, Genesis, Asia, Peter Frampton, Van Halen, Ozzy Osbourne, The Cure, até as bandas de rock nacional.


Na verdade nunca sabemos o quanto as pessoas nos amam ou nos odeiam.Ou mesmo se elas nos notam ou se nem tomam conhecimento da nossa existência.Se elas não falam ou não manifestam fica qualquer coisa de complicado sabermos se estamos agradando ou não.Profissionalmente então, acho mais difícil ainda.
Hoje tive uma surpresa daquelas que a gente não espera mesmo.Eu vou na filial somente uma ou duas vezes por semana. Nem sempre o meu tom é doce. Sou tranquila, delicada, mas também sou aquela que precisa cobrar resultados e falar firme quando necessário.
Logo cedo, quando eu abri a porta da sala que costumo usar quando vou prá lá, fiquei sem fala. As meninas tinham preparado um bolo de aniversário. E que bom que ainda tiveram a idéia de fotografá-lo, pois assim posso compartilhá-lo com vocês.

O recheio era de pão de ló, creme, morangos e mousse de maracujá. E elas arrumaram minha mesa como de festa, com toalha, guardanapos decorados, pratinhos, copinhos e etc.
Quanto mais o tempo passa mais eu gosto de cidades pequenas.Quem sabe um dia ainda me mudo prá lá. E olha que não é falta de vontade.

12.7.11

Muitos criticaram o filme e isso é bastante normal em se tratando de uma produção baseada num livro que fez muito sucesso.Não gosto de entregar o final do filme porque, afinal, por aí tem sempre pelo menos um alguém que não o assistiu.
Mas desta vez entrego o final, trago o video e ainda reproduzo (sem autorização prévia) parte do texto da minha querida amiga Luciana do Borboleta nos olhos:



(...) Claro que o grande amor põe brilho no olho e fogo no corpo. Mas eu aprendi que é mais, muito mais do que isso. O grande amor é paciência, cotidiano, segurar na mão, olhar pra frente, sorrir junto, dormir abraçado. É mais para Harry e Sally mesmo...Grande amor é Ulisses e Penélope, é esperar muitos anos, é fugir de rainhas e sereias esperando os braços da única mulher possível. Ou, melhor ainda, grande amor é Príncipe Shah Jahan pela Princesa Mumtaz Mahal, afinal de contas só de dor ele construiu o Taj Mahal. O grande amor está ali, entre a mais solene abnegação e o ridículo mais escrachado...É Tomas e Teresa e a certeza de que o grande amor não é a pessoa perfeita mas aquela a quem não se pode deixar sofrer.

Estava lembrando de “Amor nos tempos do cólera” e pensando que “a gente sofre de teimoso quando esquece do prazer...”. Pensando que sempre há um jeito e um tempo de ficar junto e ser feliz. E que é preciso coragem. E criatividade. Lembro dos dois, já velhinhos, ele querendo-a de uma forma absoluta, ela desejando e temendo, envergonhada e apegada às convenções sociais. Estão, os dois, em um navio de propriedade da companhia dele e ela temendo os passageiros que irão embarcar, velhos conhecidos. Ele, então, consulta o capitão “existe algum meio que permita que um navio navegue sem ter de aportar?”, o capitão responde “sim, coloquemos a bandeira do ‘cólera’ e, havendo doença contagiosa a bordo, não teremos de aportar, exceto para abastecer”, e ele dá a ordem “faça-o”, e assim o fazem. O capitão pergunta “até quando viajaremos sem destino?”. Ele calcula o tempo (anos, dias, horas, minutos, segundos) que esperou para ter a amada consigo e pensa responder com exatidão. Mas percebe que não viverá tanto e responde “até o fim da vida”.

Pensando nesse lance de grande amor, fui dar uma olhadinha no texto do Vinícius e refleti assim:

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor. (...)

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor. (...)

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor. (...)

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. (...)

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.(...)

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. (...)

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor... (...)

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? (...)

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. (...)

Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor. (...)
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva obscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

11.7.11

Acho um absurdo, que sendo formada em Comunicação, eu esteja tendo, de uns tempos para cá, justamente problemas de comunicação. Acho que ando sucinta demais, talvez seja coisa da idade.Pois chega um tempo em que pensamos que não é preciso explicarmos mais nossas atitudes. Ledo engano.As pessoas nunca tiveram bolas de cristal e atualmente, engolidas por essa correria que é a vida moderna, não conseguem nem mais desconfiar dos motivos que levam uma pessoa a agir dessa ou de outra forma.Falta o pensar.E eu que penso demais! À partir de hoje decidi pensar por mim e pelo outro, assim a chances de ser mal interpretada diminuem consideravelmente.Ora raios, isso lá é pensamento para se ter antes de dormir? Mas se eu não falo, ainda penso e se penso, escrevo. Boa noite e até amanhã!

10.7.11

Eu quero umas tardes com Margueritte também!!!



Uma pausa, um refresco, um café sem pressa...coisas simples assim e hoje tão raras.

9.7.11

O que é bom pode sempre melhorar!
Obrigada Mãe Natureza.
O que antes eram duas agora são cinco.



8.7.11

Acho que hoje acordei algo como Geraldo Avezedo:





Tenho escrito um roteiro tão pesado, tão triste e tão doído que ando precisando espairecer com cantigas assim.
Os diálogos andam exigindo de mim muito mais do que tudo o que já vivi nesta vida.E neste roteiro especificamente a miséria é tanta que não sobra espaço para o romance.Até o que poderia ser amor aqui é seco, é árido.
Sou grata por todo o amor recebido!!!
Vidas perfeitas são tão fáceis de serem sonhadas.Até mesmo o grande amor é fácil de ser sonhado se a realidade é aparentemente perfeita.Só que eu não conheço mundo perfeito, nem gente perfeita, nada perfeito.Nós simplesmente amadurecemos e nos adaptamos.
Como também nunca acreditei em príncipe encantando e fortuna fácil, o imperfeito torna-se o cotidiano.Caminhos assim mais ou menos tortos são um presente que recebo sempre com um sorriso.
Mas confesso que acho lindo um romance de cinema.Aqueles amores febris, as juras de eterno amor, as paixões ardentes.Me emociono toda vez com os beijos do Cinema Paradiso.Também me enternecem as cenas de carinho, o cuidar do outro, o beijo na testa, o passeio de mãos dadas e tantas outras manifestações de amor.
Acho que porque já tive de tudo isso um pouco, mas só um pouco, não reclamo e me considero uma pessoa de sorte.Quem manda a tal da felicidade ser efêmera? Para quem não acreditava eu até que tive muito.Pelo menos acredito em finais, felizes ou não.
E vocês? Se lembram quando foram felizes assim?

6.7.11

Só posso crer que são fortes razões que impulsionam as ações mais incompreensíveis. Desde o começo da semana tenho vivenciado as mais estranhas situações, como se todos resolvessem manifestar seu lado mais desconhecido de uma só vez.
Não costumo julgar nada, nem ninguém, nem procurar a culpa aonde ela pode nem existir.Sou curiosa e principalmente teimosa.Eu diria que até mesmo um pouco geniosa.Se eu não fosse civilizada já estava batendo o pé, cruzando os braços e fazendo bico.Mas um grande treino é respeitar a vontade alheia, mesmo que não concorde com ela.
E assim a vida vai seguindo adiante, com dias em que perdemos mais e noutros menos.Temos até mesmo aqueles dias em que ganhamos alguma coisa.Viver é mesmo uma grande loucura!
Imagem: Labirinto de Escher

3.7.11

Outro dia fiz uma referência ao filme Grease em casa e meu filho me olhou como se e eu falasse grego.Tenho certeza que se a sua geração assistisse ao filme hoje, não reagiria como a minha.Prá falar a verdade eu não lembro quantos anos eu tinha na época em que o filme foi lançado.Mas me lembro do sucesso que fez e que eu tinha o disco e sabia quase que todas as letras das músicas de cor.





A referência que fiz ao filme foi sobre a cena abaixo e a forma como as pessoas percebem o que aparece na tela. Enquanto Travolta cantava amargurado eu achava graça nos copinhos do desenho.E teve gente que nem percebeu.

Pronto! Minha vontade de cozinhar e de ser enfermeira veterinária já passou, ok?
Quando é que chega mesmo a segunda feira? Eu quero trabalhar!!! E essa vontade deve durar até a próxima quinta feira.



Já que estou sozinha vou almoçar com meus pais e vou à pé. O que é quase um milagre. Já é a terceira vez, dentro de um mês, e venho sobrevivendo.Preciso dar umas paradinhas "para ver o céu e escutar o canto dos pássaros" mas chego lá.E pretendo um dia ir mais longe.

2.7.11

E um dia inteirinho em casa é também um dia para celebrar os presentes que a natureza nos oferta diariamente e que muitas vezes nem percebemos.Essa orquídea, que hoje vive feliz numa árvore, foi presente de um amigo colecionador.Todo ano, próximo ao meu aniversário ela dá flores. Eu não poderia querer nada melhor!!!


Ah...ela ainda é perfumada!!!
Hoje tínhamos uma missão: preparar esfihas para a equipe que vai participar do campeonato estadual de tênis de mesa amanhã.Enquanto rolava o treino na academia aqui preparávamos a massa.Ou melhor, as massas, porque fiz quatro receitas.E cada uma delas levou:

45 gr de fermento fresco
2 colheres de sopa de açucar
550 ml de água morna
1/2 copo de azeite
1 colher de sopa rasa de sal
1 kg de farinha de trigo

Entre preparar a massa e depois o recheio, enquanto a massa descansava e assar tudo, foram 6 horas de trabalho.Trabalho este que executo com imenso prazer e com a ajuda do cara metade que é quem manobra as esfihas dentro do forno à lenha.

Mais uma vez, ficou tudo divino!!!
Os meninos poderão repor suas energias com esfihas de carne e de ricota com milho. Que consigam também uma boa colocação.


Amanhã não irei aos jogos porque ficarei em casa de enfermeira da minha beloved cachorra.Ela voltou hoje no final da arte, logo após o término da função na cozinha. Depois de alimentada apliquei-lheuma injeção de antibiótico.Terei de aplicar-lhe uma à cada doze horas por sete dias, além de fazer curativo nos trocentos pontos que ela levou.Ainda bem que ela é muito boazinha, comigo!

1.7.11

Estou apaixonada pelo perfume de um sabonetinho gostosinho da L'Occitane.

Hoje ele foi muito útil e me deixou bem perfumada depois de chegar em casa toda lambida e babada.
Ontem, uma das minhas cachorras precisou fazer uma cirurgia para retirar um tumor de pele.Como a área era extensa e muito irrigada ela precisou tomar muitos pontos e ainda hoje cedo sangrava um pouquinho. A veterinária decidiu deixá-la lá até amanhã.
Saí do escritório, ia deixar as frutas que comprei em casa, quando no meio do caminho vejo minha cachorra na porta da clínica veterinária. Achei que tivesse me enganado, mas não, eu tinha certeza que era ela. Fiz o retorno e voltei.Nessa hora, além dela, estavam em frente à porta pelo menos mais três funcionárias.Resumo da ópera: na verdade, a bonita havia fugido.Ela abriu três portas e em poucos minutos alcançou a rua.
Desci do carro e ela veio correndo prá cima de mim, aquela pastora fofa que mais parece um são bernardo de tão grande.Me lambia e me abraçava feito louca.O rabo parecia que ia cair de tanto que balançava.Mas seu truque não funcionou, vai precisar ficar mais um dia lá. Com toda essa agitação, alguns pontos voltaram a sangrar.Ajudei a colocá-la outra vez no quartinho e desta vez bem trancada.Voltei prá casa com o coração apertado pois queria trazê-la comigo.Mas amanhã já está logo aí.

O Amor tem coisas estranhas.
Estudando Romeu e Julieta para um roteiro deparei-me com essa fala, por mais amor que houvesse no coração de Julieta, ela em um momento falou assim de Romeu:

Oh coração serpente, mascarado com feições de uma flor! Em algum tempo dragão já houve em cova tão formosa? Monstro atraente, angélico demônio, corvo de belas penas, cordeirinho devorador como o insaciável lobo, substância desprezível de aparência mais que divina, justamente o oposto do que mostravas ser! Santo maldito, muito honrado vilão! Ó natureza, que tinhas a fazer no negro inferno, quando puseste um infernal espírito no mortal paraíso de uma carne tão bela e tão perfeita? Já houve livro de matéria tão vil, que encadernado fosse com tanto esmero? Oh! que a mentira tenha morada num palácio desses!
( ATO III Cena II )

E em seguida, na Cena V:

JULIETA — Já vais partir? O dia ainda está longe. Não foi a cotovia, mas apenas o rouxinol que o fundo amedrontado do ouvido te feriu. Todas as noites ele canta nos galhos da romeira. É o rouxinol, amor; crê no que eu digo.
ROMEU — É a cotovia, o arauto da manhã; não foi o rouxinol. Olha, querida, para aquelas estrias invejosas que cortam pelas nuvens do nascente. As candeias da noite se apagaram; sobre a ponta dos pés o alegre dia se põe, no pico das montanhas úmidas. Ou parto, e vivo, ou morrerei, ficando.

O que penso é que o amor é assim mesmo, tem seus altos e baixos, mas é sempre o que de mais precioso levamos dessa vida.

1936 - George Cukor

1968 - Franco Zeffirelli

1996 - Baz Luhrmann