7.5.11

Ecos

Gosto de me expressar aonde minha voz ecoa. Lembro-me de poucos lugares neste mundo aonde eu pude falar e esperar o eco da minha voz retornar, uma, duas, três vezes.
Numa dessas ocasiões, lá pelos caminhos perdidos de Minas Gerais, acho que no final dos anos 80, uma amiga que me acompanhava comentou que não gostava dessa sensação.Ela achava que tinha algo de amedrontador naquilo e estava visivelmente ansiosa para saírmos logo de lá. E eu doida prá continuar. Não era uma caverna mas sim um vale.
É uma pena que não fotografamos o local, somente o final da volta dele, aonde já me encontrava visivelmente cansada.Era naquela época em que eu só me cansava depois de alguns bons quilômetros de caminhada.Já essa minha amiga não, nunca se cansava, afinal ela era triatleta e eu pessoa das letras.
Sempre gostei do contato com a natureza e quanto mais longe da civilização melhor.Mas nada que não desse para voltar e dormir numa cama limpa e confortável.

Hoje já não me aventuro assim por locais tão longe, minhas limitações nem me permitem mais tantas extravagâncias, mas continuo mantendo meu gosto, minha paixão, pela natureza.E gosto dela bem viva.
Uma das coisa que me incomodou na Sierra Nevada foi justamente a falta dela.Eram muitas pedras, muita neve, quase que nada de árvores e nem um pio de passarinho.O silêncio, principalmente à noite, era um tanto opressor.Eu não conseguiria viver num lugar assim.
É lindo, mas não dá.
Falta vida, falta a natureza ecoando.


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