3.8.09

Hoje, escutando a televisão enquanto lia meus e-mails, ouvi trechos de uma discussão sobre adoção no programa da Ana Maria.Como estava escutando de longe não sei quem disse o quê, mas concordei com muito do que ouvi.Principalmente no que diz respeito à forma como a sociedade encara a adoção. É com muito preconceito, sim. Este preconceito só diminui um pouco quando a criança adotada é recém nascida, branca e do sexo feminino.
Tento entender o que representa o ato de adotar no consciente coletivo. Já ouvi barbaridades que vão do medo à indiferença, passando sempre pelo egoísmo. Se eu pudesse eu abraçaria todas as crianças abandonadas do mundo. Meu filho foi abandonado na maternidade e demonstra até hoje reflexos desta brutalidade.Os quatorze dias que ficou sozinho no berçario deixou um vazio afetivo na sua história. É como se ficasse faltando uma parte da pessoa, uma parte que deveria ser boa. O amor e o tempo curam tudo, ou quase tudo, mas nunca apagam a marca deixada.
Comigo ele é super bem resolvido mas ele tem uma postura radical quanto à mãe biológica.Pode ser que ele mude, mas aos 13 anos ele não perdoa qualquer mãe que abandone um filho.Ele se revolta com a falta de amor alheia mesmo em casos de filhos biológicos. Sim, porque para um certo número de crianças abandonadas em orfanatos, existem um número igual ou maior de crianças abandonadas dentro de seus próprios lares.
Nesta minha última passagem por Minas, conheci um casal com dois filhos, um menino de 7 e uma menina de 5. A tal mãe não suporta a menina e nem disfarça.Eu me aproximei muito dela com esse meu jeito mãezona e minha real vontade era de trazê-la para casa comigo.Mas é claro que não posso mudar o mundo. Mas o importante mesmo é que depois que adotei meu filho muitas pessoas me seguiram e estão felizes com isso. Não é fácil, porque a sociedade ainda tem muito o que aprender sobre amor e relações familiares, mas já é alguma coisa.
A minha adoção foi inter racial e as que me seguiram também.Isso considero uma vitória porque o amor não tem mesmo cor, raça, idade ou condição social.E o melhor deste mundo é amar e ser amada por um filho, é sem dúvida alguma a expressão maior de amor. Meu filho é o maior presente que já recebi. Que todas as pessoas possam experimentar essa felicidade pelo menos uma vez na vida :o)

2 comentários:

ameixa seca disse...

Não sabia que o teu filho era adoptado mas dou-te muitos parabéns por isso. Acho, inclusive, que é um amor muito maior aquele que uma mãe biológica tem por um filho biológico. Eu sou 100% a favor da adopção. Infelizmente, aqui demora anos e anos a conseguir adoptar uma criança.

Luci disse...

Você é uma super mega MÃEZONA!
Nâo sei se já comentei mas no seu aniver ano passado na hora do parabéns o baixinho estava literalmente pendurado no seu pescoço enquanto cantávamos parabéns, eu estava grávida e senti uma emoção muito forte ao ver, uma delícia!