31.5.14

Eu sei que disse que não tinha mais tempo e que iria abandonar, temporariamente, os roteiros.Mas não deu, não resisti e cá estou eu outra vez trabalhando na adaptação de um livro infantil que completa 30 anos no ano que vem.
Quando você inicia um projeto de um filme infantil é inevitável pender para o campo da subjetividade. Geralmente, para as crianças, aquilo que está retratado na tela não é somente o que vêem, tem sempre um sentido por trás da imagem, que muitas vezes, nós adultos, nem imaginamos. E nós, roteiristas, quando trabalhamos com este público tão específico, estamos sempre procurando o que está embaixo do chapéu/jibóia, além do elefante.
O exercício é tão intenso que acabamos fazendo isto com todas as coisas.E foi assim com a Sagrada Família.Diante daquele monumento arquitetônico o que eu via era um enorme castelo de areia aonde o artista inseriu algumas peças, como homenzinhos, animais, árvores e etc.




Fiquei com a impressão de que aquilo podia desaparecer a qualquer momento como quando vem uma onda e leva tudo o que foi construído.Me lembrou o quanto nossa passagem é curta por aqui.Depois disso me prometi viver ainda mais a vida e não deixar que qualquer coisa me abale e muito menos que o desânimo se instale.Nunca fui e nem quero me tornar uma figura triste.
As fotos retratam a fachada da Natividade, construída sob supervisão direta de Gaudí, repleta, segundo dizem, de elementos que remetem à vida. Sob minha ótica, uma vida nada fácil.Mas enfim, é bonito de se ver!


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