18.9.10

Percebi que de uns anos prá cá tenho convivido com muitos mortos vivos e de alguma forma tenho me deixado contaminar, logo eu, pessoa assim tão cheia de vida, de vontade.Mas a não vida dos outros parece que atinge nossos tecidos, entra por nossos poros, tirá-nos o fôlego. Eu sofro pelos outros e teimo em me atirar no inferno de Orfeu para resgatar Eurídice.
E assim deixo de prestar atenção no que me cerca. Deixo prá depois aquele abraço apertado, o banho de chuva, o café com a amiga distante, o chá das cinco, a gargalhada boba, a conversa fiada, o sorriso que me escapa pelos olhos. Deixo de prestar atenção à natureza, aos amigos e aos inimigos. Deixo inclusive de dizer EU TE AMO ou ainda EU ME AMO!
Agora chega, que os outros morram se tiverem de morrer e que vivam se tiverem que viver.Não posso mudar o mundo de cada um, embora eu tente sempre dar uma mãozinha. Ok...não pulo mais no abismo, mas ainda estico o braço.Afinal essa é a minha natureza!

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