7.11.09

O Cinema brasileiro no Oscar americano

Em 1959 o filme "Orfeu Negro" levou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro. Dirigido por Marcel Camus, era uma produção francesa, italiana e brasileira. O roteiro Jacques Viot e Marcel Camus, que também atua no filme no papel de Ernesto, foi baseado na peça de Vinicius de Moraes.Com música de Tom Jobim.

Em 1963, "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte e baseado numa história de Dias Gomes, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não levou o Oscar, perdeu para o francês "Sempre aos Domingos" de Serge Bourguignon, mas foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes no ano anterior. E quem foi à cerimônia do Oscar representando o Brasil, foi o cineasta português (mas brasileiro de coração) Fernando de Barros.
Em 1985 lá estão outra vez os brasileiros na festa da premiação, com a produção Américo-brasileira, "O Beijo da Mulher Aranha", com direção de Hector Babenco e baseado no livro de Manuel Puig. Foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator. Quem levou a estatueta foi Willian Hurt, como Melhor Ator, que também foi premiado, pela mesmo trabalho, em Cannes.
Em 1996, foi a vez de "O Quatrilho", com direção de Fábio Barreto, em pleno processo de retomada do cinema nacional. Ele perdeu o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro para "A Excêntrica Família de Antônia", da holandesa Marleen Gorris.
Em 1998 o trabalho da família Barreto volta à ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com "O Que é Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto e baseado no livro de Fernando Gabeira. Novamente o prêmio foi para um holandês, "Caráter", de Mike Von Diem.
No ano seguinte, 1999, foi a vez de "Central do Brasil", uma produção franco-brasileira dirigida Por Walter Salles. Concorreu nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, com Fernanda Montenegro. O filme recebeu diversos outros prêmios, mas não o Oscar, que ficou para Roberto Benigni, com "A Vida é Bela".
Em 2001 concorremos na categoria de Melhor Curta Metragem, com " Uma História de Futebol", com roteiro de José Roberto Torero, Maurício Arruda, Paulo Machline e baseado no livro de Torero.Tem um bom resumo aqui.
Perdeu para "Quiero ser", do alemão Florian Gallenberger.
Em 2004, o Brasil foi indicado às categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia, por "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles. E o grande vencedor da noite foi " O Senhor dos anéis: o retorno do Rei".
Em 2006 , outro filme de Fernando Meirelles volta à ser indicado nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Rachel Weisz), Melhor Roteiro Adaptado (Jeffrey Caine), Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora Original. Aqui o diretor é brasileiro mas o filme é uma produção da Grã-Bretanha, Quênia e Alemanha, baseado no romance de John Le Carré. Faturou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Rachel Weisz.
Este ano já saiu a lista para a pré-seleção à indicação de Melhor Filme Estrangeiro.São eles:
"Budapeste", de Walter Carvalho
"A Festa da Menina Morta", de Matheus Nachtergaele
"Besouro", de João Daniel Tikhomiroff
"Salve Geral", de Sérgio Rezende
"Feliz Natal", do ator Selton Mello
"O Contador de Histórias", de Luiz Villaça
"Jean Charles", de Henrique Goldman
"Síndrome de Pinocchio - Refluxo", de Thiago Moyses
"O Menino da Porteira", de Jeremias Moreira
"Se Nada Mais der Certo", de Eduardo Belmonte

Mas na verdade a produção nacional independe das indicações, ou não, ao Oscar e tem muita coisa boa sendo produzida por aqui.
P.S. Este texto foi escrito antes da notícia do falecimento de Anselmo Duarte, fica aqui então uma boa lembrança do seu trabalho mais conhecido :o)

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