5.11.09

Hoje muitos comemoram o Dia do Cinema Brasileiro. Embora ainda haja controvérsias sobre a data correta, vou escolher esta, sob o signo de Escorpião. Me apetece mais e me dou muito bem com pessoas desse signo, quer dizer, mais ou menos.Temos nossas diferenças, mas tudo bem que a paixão é recíproca.
Bem, falando do cinema nacional, sou fã do trabalho da terra, mesmo discordando de algumas vertentes.
Nosso primeiro filme sonoro foi produzido lá em 1929. E era uma comédia com um título bem sugestivo: Acabaram-se os otários, de Luiz Barros.
Aonde dois caipiras e um colono italiano vão para a capital, no caso São Paulo, comprar um bonde.Depois de depenados num cabaré acabam voltando para o interior.
Nos anos 30 as distribuidoras de filmes norte-americanas investem pesado no mercado brasileiro, com publicidade e marketing. E parece que funciona. Rapidamente os brasileiros se acostumam com as legendas e o estilo dos filmes americanos.
Logo mais começam a ser produzidos musicais em Terra Brasilis, entre eles, Alô, Alô Carnaval, dirigido por Adhemar Gonzaga, com a presença da Pequena Notável (Maria do Carmo Miranda da Cunha), além de Francisco Alves, Lamartine Babo e Oscarito.
Nos anos 40, é fundada a Atlântida. E aos poucos o tema Carnaval vai ser substituído pela comédia de Costumes. Os melhores exemplos desta época são os filmes de Carlos Manga: "Nem Sansão ou Dalila" e "Matar ou Correr". Os filmes desta época eram sátiras, principalmente dos filmes americanos e ficaram conhecidos como Chanchadas. Este movimento durou até o final dos anos 50.
Ainda nos anos 50 começa o Cinema Novo, com fortes influências do cinema europeu produzido por gente como Jean Renoir e Rossellini. Na mesma época "O Pagador de Promessas" de Anselmo Duarte é premiado em Cannes com a Palma de Ouro. Mas os novos cineastas brasileiros criticam o filme por ser considerado tradicional demais.
O cinema acusador e transformador começa nos anos 60, com filmes como "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos Santos e "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha. É aí que surge a famosa frase de Glauber: "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça". Outro sucesso seu produzido entre o golpe e ditadura militar foi "Terra em Transe".
No clima de perseguições e torturas da ditadura, os cineastas se voltaram à realização de filmes alegóricos como "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade.
Logo em seguida surge o Udigrudi, corruptela de underground, um tipo de cinema marginal. Os filmes mais famosos desta fase foram: O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogerio Sganzerla e Matou a Família e foi ao Cinema (1969), de Júlio Bressani.
Na década de 70 surgem as Pornochanchadas, movimento que começou em São Paulo na conhecida "boca do lixo", região central da cidade. Em seguida os cariocas exploraram este gênero recheado de erotismo.
No final dos anos 70, o mercado cinematográfico brasileiro está aquecido e o filme " Dona Flor e seus dois maridos"(1976), de Bruno Barreto, bate recordes de bilheteria, chegando aos 11 milhões de espectadores.
Os anos 80 foram marcados pela total falta de recursos econômicos. Foi a época de crescimento e reconhecimento, inclusive internacional, de curta metragens nacionais. Foi também a fase dos documentários como "Jango" (1984), de Silvio Tendler e "Cabra Marcado para Morrer"(1984), de Eduardo Coutinho.
A era Collor foi de trevas e a retomada do cinema nacional só aconteceu à partir de 1992.O filme que marca esse período é "Carlota Joaquina, Princesa do Brasil" (1995), de Carla Camurati.
E do ano 2000 em diante o cinema brasileiro parece que decolou. Fica aqui um exemplo dessa nova fase:


E falando em nova fase, volto à dizer, não deixem de assistir "Os Desafinados", de Walter Lima Jr.

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei ler este post, porque vejo que a história do cnema brasileiro tem um grande paralelismo com o português.

ameixa seca disse...

Não sabia desse dia mas o cinema tem tudo para ser escorpião :)

Zoe disse...

olha, que resumo tão bom da história do cinema brasileiro.
faltou aquele belíssimo filme com a fernanada montenegro, em que ela ganha a vida a escrever cartas numa estação.
beijinho

Carlota e a Turmalina disse...

Carlos, infelizmente conhecemos muito pouco, quase nada, do cinema português.Deveria existir um canal mais eficiente :o)
Ameixa, é um signo forte!
Zoe,o filme Central do Brasil na verdade teve mais repercussão fora do país do que dentro.Realmente foi o começo de uma nova fase.E antes dele, o filme Quatrilho deu um passo nessa direção, concorrendo ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1995.