24.10.09

Eu sempre gostei da escola. Eu tinha problemas com alguns professores específicos, mas no geral, eu era bem querida. Naquela época os professores não questionavam o material de pesquisa e a autoria dos trabalhos que eu levava. De alguns colegas a autoria era até questionada, sim.
Desde muito pequena eu sempre tive segurança ao me expressar. A minha escrita pode deixar dúvidas, mas a minha fala não. Mas o que aconteceu hoje eu não acho que seja um caso de falta de segurança ao se expressar e sim de total insegurança do interlocutor. Insegurança esta causada pela sociedade consumista na qual vivemos, aonde tudo o que pode ser consumido como a arte, a literatura e a música estão superexpostos na internet.
Hoje teve mostra cultural na escola e para montar um painel da Primavera, foi pedido à cada aluno que levasse a fotografia de uma flor tirada do quintal, do jardim, ou mesmo do interior da casa, como por exemplo uma vaso de violeta. O meu anjo fotografou minha roseira. E segundo ele mesmo, ao ser flagrado deitado no teto do carro com a câmera na mão: - Foi para arrumar um ângulo melhor. Eu alí não via ângulo algum, mas enfim...
O resumo da ópera é que os outros colegas não acreditaram que a foto foi tirada por ele.A professora ficou em dúvida, mas resolveu aceitar a fotografia.Eu até entendo que com o Google Imagens fica fácil copiar e imprimir.E isto serviu para eu me perguntar como faz o professor moderno para identificar a autoria dos trabalhos? Parece que fica por conta da palavra do aluno.Penso que o ideal seria que os alunos fizessem os trabalhos na própria escola.Mas aí esta foto abaixo não existiria...

3 comentários:

Blue Moon disse...

Fica por conta da palavra do aluno, sim, mas principalmente, por conta do conhecimento que o professor tem, ou deveria ter, do seu aluno. Em princípio, o trabalho fora da aula será equivalente ao feito na aula e se não o fôr, o bom professor saberá encontrar a explicação correcta. E não é difícil perceber quais são os trabalhos copy/paste da net, a maioria dos alunos não tem grande imaginação e não passa da 1ª meia dúzia dos links que aparecem no google. Aliás, quando aparecem trabalhos como os do seu filho, regra geral são autênticos. Raros mas autênticos.
Valeu a pena o esforço de subir para o carro, não é verdade?

Milu disse...

No seu lugar eu teria cortado a rosa e tratava de fazer com que ela chegasse como prenda às mãos da professora. Nada mais injusto do que culparem-nos de algo que nem sequer pensámos fazer! Mas, enfim, é assim, enfrentando estas contrariedades que aprendemos a viver neste mundo.

Vera das Alterosas disse...

Turma, linda esta foto e sei, esta rosa cheira, me lembra minha infância, tenho certeza que esta roseira é das cheirosas. Olha, professor sabe sim quando é cópia.Sabe fácil, desde qeu se preocupe em saber quem é cada um dos seus alunos. E quando desconfia, tem ferramentas pra conferir as desconfianças. Mas aí já dançou o encanto, entende? Um aluno que chegasse pra mim com esta foto p ex, seria um aluno que eu sabia sensível, com mãe sensível, com uma história compatível com o este olhar. E te digo mais. Ainda que fosse cópia da net, acabaria por não fazer muita diferença para mim. Porque se o trabalho combinasse com o aluno, então a apropriação não foi tão ilegítima assim.Afinal, a gente só enxerga o que nosso olhar nos permite. Só pediria a ele que aprendesse a dar a fonte, sempre. Quanto ao seu anjo,diga à professora que filho de peixe, peixinho é. Olha aí o olhar do cineasta... beijos meus, boa semaninha por ai.