29.9.09

Sei que minha urgência em amar e sentir-me amada parece muitas vezes exagerada. Refletindo sobre essa urgência penso que a responsável seja mesmo a morte. Desde a minha concepção, ela se fez presente algumas vezes, me sorriu e foi embora. Sempre de forma sutil e amável.
Gostaria de perguntar à ela o propósito de vir visitar-me tantas vezes e manter-me aqui. Na primeira vez eu estava ainda no útero da minha mãe.O meu mundo parou com o choque sofrido pela minha mãe com a morte da minha avó. No momento do meu nascimento novamente tudo parou.E quando a face da morte sorri prá vc, vc pára de existir.O coração pára de bater e o mundo exterior fica bem distante, quase uma outra realidade.Eu tinha até me esquecido dela quando aos 17 anos sofri um acidente de carro. Desta vez eu desmaiei e quando acordei vi a minha amiga já distante.Mas mesmo assim meu mundo parou. Eu não ouvia coisa alguma e as imagens eram confusas.Ela acenou-me de longe e partiu. O último encontro foi no assalto violento que sofremos.E apesar de fazer-se presente, desta vez ela me acalmou.Depois que ela sorriu prá mim e foi-se embora, eu pude respirar aliviada e enfrentar com maior tranquilidade os ladrões.Foi o que me permitiu dialogar com eles com a calma que o momento exigia.Acredito que a morte esteja me testando e é com amor que tenho dialogado com ela.E espero que este diálogo se prolongue por muitos e muitos anos...

2 comentários:

Christina Frenzel disse...

Nossa... tomara que vocês dialoguem por muito tempo.
Lembrei agora daquele filme com o Brad Pitt e o Anthony Hopkins, mas não lembro do nome - típico.

Beijos

Carlota e a Turmalina disse...

Chris: O filme chama-se Meeting Joe Black, traduzido por Encontro Marcado :o)