22.3.09

Que a inspiração se fizesse presente em todos os dias da minha vida...
Hoje, depois de um dia tranquilo em que me permiti não pensar em nada que pudesse me aborrecer, tenho a mente fervilhando de idéias. Mas ao invés de escrever mais alguma coisa nova, direcionei toda essa vontade para a deliciosa tarefa de rever mentalmente todo o roteiro do curta Solitude, que devemos filmar em maio pu junho.
Isto me lembra um texto que escrevi outro dia sobre a realidade cinematográfica de cada um. Num trecho em que falo sobre o meu processo criativo:
(...)Quando escrevo um roteiro, as imagens vão surgindo na minha mente, uma atrás da outra, muitas vezes sem tempo para absorvê-las integralmente e ficam umas sobre as outras. Aí vou despejando as idéias no papel sem muita lógica. Esta a primeira parte do meu processo, sem formas, sem regras, sem freios. Depois é que começo o processo de organização do que a mente um tanto bagunçada, eu diria até mesmo apressada, criou. Nesta segunda fase, revendo mentalmente a primeira imagem criada, começo à explorá-la, à questioná-la. Aí entram o P&B, os tons de sépia, e qualquer outra alteração de forma que possa ocorrer durante o processo. Embora eu não goste particularmente de alterar imagens com o uso de efeitos, eu os utilizo, porque algumas vezes eles conseguem traduzir melhor uma imagem criada mentalmente. Quando ela nasce na mente, num insight, longe dos nossos padrões limitadores, ela pode vir totalmente diferente do que entendemos por realidade. E minha maior realização é ver na tela exatamente o que vi na mente.Esse é o verdadeiro prazer da criação.(...)C.L.
E neste roteiro específico, Solitude, a força maior se faz através do drama, da dor da perda.Concluí que essa força deve vir do olhar da personagem.Vai ser um desafio, porque meus outros roteiros, são críticos, são instigantes, mas sempre de maneira suave, com notas de um humor ácido, que alguns chamam de inteligente.Este não...este se desmancha em tristeza, aquela tristeza que sufoca e mata. Aquela que temos de aprender a transformar para verdadeiramente não morrer.

Um comentário:

1/4 de Fada disse...

Deixou-me com uma curiosidade enorme! O que eu gostava de poder ver os seus filmes... depois de uma descrição destas, nem imagina como uma pessoa fica.