13.5.19

Sou uma pessoa que acredita em histórias de amor e em todas as suas variáveis.
Na minha mente criativa elas ganham cores, contornos e até trilha sonora.
Hoje, relendo fragmentos de uma vida repleta de sentimentos, me deixei levar:

"Quando eu tinha 21 anos em 1983, planejei com minha cara metade na época, casarmos em 1990. Era um amor profundo, verdadeiro e em minha mente essa data era uma verdade.
Mas não deu certo."

E na minha cabeça tocava essa música:



E a mente criativa segue construindo sua história:

O frio entrava-lhe pelos espaços vazios do casaco esfriando-lhe a alma. Chorava como chora uma criança que não quer partir, que tem medo.Suas mãos trêmulas sabiam o que fazer, seus lábios não lhe obedeciam e as palavras ficaram perdidas, como fios soltos.
Naquela pequena caixa estava a chance de um futuro.E foi sem olhar para trás que ela devolveu-lhe a caixa que encerrava alí um compromisso.Só teve tempo de escutar um soluço. Mesmo assim seguiu adiante sabendo que não poderia voltar atrás.Ela queria mudar o mundo e ele a si mesmo.
Passaram-se os anos, mudaram as cidades e as pessoas.Veio o calor e depois o frio, e assim consecutivamente.As crianças cresceram, árvores morreram e eles envelheceram.A lembrança daquele soluço muitas noites tirou-lhe o sono.Quantas vezes pensou em voltar, mas era um caminho sem volta. A vida foi deixando-lhe marcas, enquanto tentava mudar o mundo. Enquanto que ele, mudando a si mesmo, foi deixando de ter marcas.
Hoje vivem das lembranças do que poderia ter sido uma vida incomum.

2 comentários:

Anônimo disse...

A vida não planejada pode ser boa e normalmente é pois quem faz essa opção por fazê-la boa somos nós mesmos.

Lembranças do passado e mesmo fantasias de um futuro que podia ter acontecido ainda me fazem sorrir pois por certo teria sido algo muito bom.

Carlota e a Turmalina disse...

Que lindo é pensar assim!