4.4.16

Nunca convivi com pessoas de idade.
Perdi meus avós muito cedo, nenhum deles chegou aos 80 anos.
Hoje vivo a realidade de ver meus pais envelhecidos, curvados pela idade e ofuscados por neurônios que desistem de brilhar.
É uma lição de afeto, carinho e principalmente de atenção.
Domingo cedo fui acudir minha mãe que caiu, por sorte não quebrou nada, mas revelou extrema fragilidade em ter que admitir que sua força não é mais a mesma.Na verdade machucou um pouco a mão direita, que lhe doía bem menos que seus brios.Fiz curativo, dei carinho, remédio e atenção, e assim ela melhorou.
Para que ela descansasse sem ter de pensar em qualquer coisa carreguei meu pai prá casa.Fizemos churrasco, que ele adora!
Mas o diálogo é difícil, ainda bem que aprendi a levar na esportiva, ao contrário da minha mãe.
- Pai, você precisa tomar a vacina contra a gripe.
- Eu não preciso disso, como uma laranja todo dia.
- Mesmo assim precisa tomar a vacina.
- Nunca tomei e não vai ser agora que vou precisar.
- Pai, você sempre tomou.
- Imagina, nunca tomei
- Tomou sim, todos os anos, no único que você não tomou pegou uma pneumonia.
- Eu nunca tive pneumonia!
- Pai, teve sim, há dois anos atrás, no meu aniversário.
- Eu não lembro.
- Eu estava em Araras, inclusive trouxe um bolo de lá e que acabei levando prô hospital.
- Mas que hospital?
- Aquele no qual você ficou internado.
- Mas eu fiquei internado?
- Sim, uma semana.
- Tudo isso?
- Era prá ficar mais, mas como você respondeu bem à medicação te liberaram antes.
- É, então acho que eu vou tomar a vacina então.


 Não é algo ruim, só é preciso se acostumar.
Tenho lidado bem com isso, só preciso aprender a me preocupar um pouquinho menos.

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