15.8.15

Nada como uma dorzinha no tornozelo para me segurar dentro de casa...o que talvez seja até bom!
Gosto da pausa, da tranquilidade e mesmo do silêncio...
E Saramago também falou dos silêncios:

DIZ TU POR MIM, SILÊNCIO

Não era hoje um dia de palavras,
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.

NO SILÊNCIO DOS OLHOS

Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?

 (SARAMAGO, José, "Os Poemas Possíveis", Caminho, Lisboa, 1999.)

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