11.9.14

Difícil ter bom gosto...passando pela rua, uma, duas, três vezes, na quarta me apaixonei pela poltrona da vitrine.Tentei desviar o olhar, fingir que não vi , mas aquela imagem ficava pulsando na minha frente.Vi nela algo que me pareceu familiar e aconchegante.
Sabendo de antemão que a peça deveria custar os olhos da cara telefonei na loja para mais informações:
- A senhora tem muito bom gosto, é só a poltrona mais cara que já tivemos à venda aqui na loja.Ela é assinada e inspirada na arquitetura cobogó!
Cobogó? Cobogó? Fiquei pensando...pensando...putz é aquilo que eu adoro: elemento vazado!!!



Sim, a lateral da cadeira é a representação de uma parede de elementos vazados.


 
A poltrona, assinada pelo designer Roque Frizzo, vai continuar lá, a não ser que eu seja eleita para um cargo político, ganhe na loteria ou vire traficante, porque trabalhando na legalidade vai ser difícil trazê-la para casa.
De qualquer forma ela é linda de se ver!!!

7 comentários:

*Clau disse...

A poltrona é lindona mesmo e parece bastante confortável, mas antes de comprar, sempre vale um test drive, pois tem muita coisa bonita por aí de se ver mas ruim de se usar.

Alguns designers e arquitetos as vezes se esquecem da ergonomia e só lembram da estética.

Sei que sou voto vencido nessa minha argumentação, mas o Oscar Niemeyer foi exemplo claro dessa característica, projetou obras lindas, mas com total inabitabilidade. Essa é só mais uma das curiosidades sobre o famoso arquiteto que era comunista mas adorava dinheiro e vivia criticando os governos dos quais adorava ganhar seu sustento.

A título de informação.

Cobogó é o nome pelo qual foi batizado nos elementos vazados que cobrem grande parte das fachadas desses imóveis, popularmente chamados de cobogós ou combogós.

Presta-se principalmente para evitar o superaquecimento do ambiente iluminado, permitindo a passagem da luz e da ventilação.

Os cobogós ou combogós são de grande utilidade na região nordestina, pois contribuem para ventilar o ambiente, sem interferir na segurança da edificação. Além disso, é um recurso arquitetônico que serve para amenizar o excesso de iluminação e criar um bloqueio visual filtrado, como diz o arquiteto Zildo Caldas.

Segundo o arquiteto, a primeira aplicação dos cobogós ou combogós foi feita na Caixa D"Água de Olinda, localizada no Alto da Sé, logo após a fabricação do produto. Depois ficaram famosos os cobogós dos prédios do Sport Club Recife, prédio sede da Sudene e do edifício Holiday em Boa Viagem, Recife.

Hoje, os elementos vazados são largamente utilizados nas construções e arquitetos se dedicam a conceber novos modelos, alguns bastante sofisticados e funcionais, inclusive evitando a entrada de chuvas no imóvel, sem prejudicar a ventilação.

Zildo Caldas acredita que a idéia dos combogós está associada à arquitetura mourisca, do norte da África, com suas esquadrias e paredes vazadas.

Inicialmente feito com cimento, o cobogó passou depois a ser construído com outros materiais: argila, vidro, cerâmica etc.

Fontes:
Jornal do Commercio, Recife.
Wikipédia.

Beijocas

Clau* hoje a tagarela disse...

A Arquitetura mourisca, que acho lindíssima, bastante fácil de se encontrar pela Espanha inclusive, notadamente em Toledo, Granada e Sevilha entre outras cidades do sul, é tida como das primeiras a fazer construções com ar condicionado natural, utilizando-se de pequenas aberturas na parte superior das paredes para auxiliar na entrada de luz natural e auxiliar na ventilação facilitando a saída do ar quente dos ambientes.

Carlota e a Turmalina disse...

Clau...adorei esta tagarelice toda! Sevilha é minha cidade espanhola favorita.
Beijos

Clau disse...

Prefiro Toledo e Granada...

Carlota e a Turmalina disse...

Clau...É claro que acho a arquitetura de Toledo deslumbrante, mas ela é como um sonho para mim, uma viagem ao passado, muito distante da realidade.Quanto à Granada, é inquestionável a beleza da influência moura.Alhambra é outro lugar de sonho.Tão perfeito que visitá-lo não é suficiente.Já em Sevilha tenho um pouco de cada coisa, menos o Alhambra, sem tirar os pés do chão.
É mais palpável! Gosto daquilo que posso ter por perto :o)

*Clau disse...

Pois é, em Toledo, quando estive lá em 1996 pela primeira vez, senti algo que nunca havia sentido, dentro da catedral, percebi vida naquelas paredes. Foi algo tão significativo que quando estive a trabalho na Espanha novamente em 1998 , fiz questão de pegar um trem sozinha e fui novamente para lá caminhar por um sábado inteiro, para conversar com as paredes (risos).

Sevilha me agradou muito também.Outro lugar que adorei foi Cadiz, não sei bem dizer porque, mas estava um dia tão lindo, com o céu tão azul e as paredes tão brancas, que fiquei extasiada com aquela luz toda de um lado e do outro o mar quebrando vigorosamente nas pedras.

Gosto tanto daquilo que posso ter por perto como das lembranças e experiências vividas. Não tem como tirar isso de dentro de mim, sempre estarão lá...

Bjos

Carlota e a Turmalina disse...

Clau...sei exatamente o que sentiu em Toledo, é como se pudesse vê-la.Também falo com as paredes e em locais assim gosto de tocá-las para sentí-las melhor.
Cadiz não conheço, somente a vizinha Gibraltar, cujo rochedo me impressionou.Estive lá num domingo, com quase todo o comércio fechado, o que achei ótimo pois pude explorar a pequena cidade em silêncio, quebrado somente pela algazarra das aves marinhas.Uma pena que não pude conhecer a caverna de St.Michel.Saí de Gibraltar com uma sensação excelente, foi um lugar que gostei muito de conhecer!
Beijinhos :o)