23.8.14

Não somos como máquinas e acho que nem nunca seremos.
Cozinho até que bem, conheço os temperos, os elementos, os segredos e as proporções.Mas tem dias em que as coisas não saem exatamente como deveriam ser.Interferência do estado de espírito.
Ontem foi assim e hoje cedo o café da manhã não foi diferente.Ou seja, um desastre...
Acho que é cansaço! O tornozelo torcido voltou ao seu estado normal, mas atrapalhou-me um bocado no decorrer da semana.Além do que, minha cabeça está cheia.Sistematicamente passamos por períodos de encubação de problemas sem solução no momento.Com o passar dos dias, semanas ou meses as coisas vão sendo resolvidas, mas por enquanto estamos em stand by.Isto entra em conflito com a ansiedade que me é peculiar.
Aí escrevo, me meto em projetos, planejo viagens, enfim, me ocupo mais ainda enquanto não tenho resolvido aquilo que me incomoda.Chego no sábado como se tivesse carregado o mundo nas costas a semana inteira.
Meu parceiro cinematográfico está trabalhando com uma equipe ótima e me chamou prá filmarmos um roteiro meu.Aceitei, é claro, só que o filme de 15 minutos, finalizado, tem que ser entregue até a última semana de outubro. A partir da próxima sexta feira estaremos numa Mostra de Curtas.Dos cinco filmes do grupo que foram selecionados, tenho participação em três.
Por tanto o cansaço é bom!
Para aliviar já fechei as férias do ano que vem.Vou outra vez para o sul do continente, que é aonde mais gosto de estar, tirando Portugal.Muitas pessoas viajam sem planejamento, eu não consigo.Para sair preciso deixar tudo mais ou menos em ordem.Não que eu não saia sem planejamento algumas vezes.
Além da minha diversão, que é participar de produções cinematográficas experimentais, tenho um trabalho que me sustenta e que consome muito mais que a metade de mim.E ele me fez assim.
Mea culpa, que no papel de mulher moderna, abracei muito mais do que deveria.No ponto em que estou não posso voltar atrás e também não iria, faz parte da minha personalidade.
Isso sem contar que o cara metade, na semana que vem, vai se embrenhar pela selva outra vez. Ontem fechamos a mala de remédios que tem de anestésico local até soro antiofídico.E também roupas e calçados em bom estado para os ribeirinhas que ele encontra pelo caminho.Aquilo que para nós não tem muito uso, que fica encostado no armário, é recebido com muita alegria por eles.Afinal muitos moram a 400, 500 km, de barco, da cidade mais próxima.Não há estradas, no máximo uma pista de pouso perdida aqui ou alí no meio de uma floresta de proporções gigantescas.
Acredito que toda essa agitação acabe por influenciar os meus dotes culinários.
Cozinhar tem que ser algo leve assim:

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