24.11.11

"No seu último aniversário escrevi uma carta bonita.Falava de um tempo passado e de como eram importantes as palavras que trocávamos.Tão carregadas de significados e sentimentos.Era tanto carinho que eu nem sabia o que fazer com ele.Eu falava com saudade daquilo que compartilhamos e principalmente daquilo que ficou por fazer.Daquela carta nunca tive resposta.E da sua parte que vivia em mim fui me despedindo quase que sem perceber.Tenho a impressão de que as palavras foram apagando do papel conforme as memórias desvaneciam com o tempo.Me lembro que você completava uma idade bonita.Mas o restante parece que nem existe.Faço força para lembrar e o máximo que consigo é nos ver numa foto embaçada e amarelada pelos anos.Minhas palavras simplesmente perderam o eco.E no lugar da lembrança que talvez nunca tenha existido ficou somente o vazio." ( Das cartas que nem Freud entende)

2 comentários:

Lucia Luz disse...

Belíssimo texto e tão real.
Beijinhos

Lucia

George Sand disse...

Todas as cartas são bonitas.Pela proximidade que encerram.