9.11.11

Bom Dia!!!
Acordei pilhada e renovada, praticamente pintada prá guerra.Acho que foi a sessão de Pilates de ontem.Apesar do sumiço do Júpiter, essa semana pude comemorar algumas pequenas conquistas.



Quando estamos numa sequência de tropeços, uma pequena conquista nos dá força para manter o passo firme. Vejo luzes no fim do túnel e não é o trem.
Falando em luzes, a autora e psicóloga Maria Salete Abrão publica um livro que vem lançar muitas no desconhecido caminho editorial da adoção no Brasil: Construindo Vínculos entre pais e filhos adotivos.

TRECHOS DO LIVRO
O ANTES

Página 25
(…) “Em seus primeiros 15 dias de vida, Clara tem uma experiência inicial da qual seus pais adotivos pouco sabem. Ela não tem referências de tradução dessa história, que está registrada, mas encontra entraves para ser retranscrita. Essa vivência não traduzida refere-se a fatos vividos com outros que cuidaram dela antes dos pais adotivos. Há uma ruptura na continuidade desse processo e há também uma dificuldade em criar uma tradução capaz de interligar esse momento inicial à história atual vivida com os pais adotivos. Torna-se impossível resgatar a própria história, o que torna traumática essa quebra de continuidade.”


O MEIO

Página 51
(…) “Essa filha tem uma vida cheia de batalhas como ocorre nas narrativas dos mitos de heróis. O que identifica a menina é que ela briga, briga, briga o tempo inteiro – mas não por um ideal. Ela tenta, literalmente na “pancada”, encontrar algo que dê contorno a esse desconhecido assustador que habita nela mesma. Nessa saga, a garota encontra pessoas assustadas olhando para a sua fúria. Não encontra paz. Encontra cada vez mais desamparo e medo. Fantasia que tudo aquilo que habita dentro dela e que a define e a identifica deve ser tão terrível que só pode despertar pavor. Assustada, esperneia mais e mais, e assusta-se mais e mais.”

O DEPOIS tem uma resposta muito positiva quando as relações são baseados em muito amor e verdade.

Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos mostra que a história da adoção traz sempre fraturas, interrupções e rupturas. A autora defende que para legitimar essa filiação, os pais não podem ficar presos ao factual. (…) “Não se corrige a fratura, a ruptura produzida pela transferência de cuidados da mãe biológica para outra mãe. É preciso integrá-la, considerá-la, absorvê-la e, sobretudo, falar sobre ela. ”É necessário aprender que pais adotivos não são iguais aos pais biológicos – não são melhores nem piores; são diferentes. A obra alerta que para a adoção transcorrer bem é imprescindível poder lidar com a diferença. (…) “Em uma sociedade marcada pela estética da igualdade e da semelhança, os pais adotivos precisam escapar dessa igualdade. O filho adotivo deve ser reconhecido como o outro que é originado geneticamente por outros.”

Defendo a adoção desde que as pessoas tenham conhecimento e consciência do que isto significa.É um processo que envolve diversas vidas e muitos fantasmas, mas que apesar de tudo é riquíssimo. Uma verdadeira lição de crescimento, compreensão e muito amor.

Um comentário:

Lucia Luz disse...

Eh isso ai. temos mesmo que comemorar cada conquista, mesmo que para os outros seja pequenina.
E quanto a adoção, concordo com você.
Beijinhos e excelente dia!

Lucia