5.12.09

Pausa para o cafézinho:
Ontem acordei cedo, bem cedo, às 4:30h da madrugada para deixar o cara metade no aeroporto às 5 :30h, da ainda madrugada. E como o filho não tinha aula, fui diretamente para o trabalho. Às 6:30h, o rapaz do estacionamento do escritório fez cara de espanto, mas não disse nada. Subi os elevadores quase zumbi. Os corredores ainda estavam escuros.
O dia foi amanhecendo lentamente e em silêncio. Os sons das outras 400 salas do edifício iam surgindo aos poucos, como uma orquestra afinando os instrumentos. Com isso o trabalho foi rendendo, rendendo, rendendo e ao meio dia estava tudo pronto.Fiz uma ou outra coisa e às duas da tarde vim para casa pois aqui me esperavam o pedreiro/encanador e o rapaz que regula o aparelho de gás que aquece a água do banho.
Já estranhei porque o portão estava aberto, mas enfim não abandonei meu extremo otimismo e segui adiante sem muito pensar.Ao abrir a porta de casa me deparo com meu filho, o pedreiro/encanador, o rapaz do gás e dois assistentes.Eles me olhavam com aquela cara de " e agora?". O rapaz do gás foi o primeiro a falar e explicou que sem a bomba que pressuriza a água era impossível regular o aparelho.Tudo bem, até aí eu entendi que estava sem banho. Aí foi a vez do pedreiro/encanador dizer que alguma coisa tinha dado de errado com a bomba e que ela não funcionou.Tudo bem, até este ponto eu tinha entendido tudinho. Por último foi meu filho quem falou e disse que estávamos sem força. E que mais três vizinhos também.
Muito calmamente entrei no quarto, fiz uma malinha, disse que estava fechando a casa e indo para a minha mãe. Agradeci aos rapazes presentes e decretei que só voltaria a cuidar disso na segunda feira.Já na minha mãe liguei para companhia de força e luz. Às 11 da noite eles retornaram a ligação dizendo que a energia tinha sido reestabelecida.O interior tem dessas coisas.
Vou dizer que que foi uma noite maravilhosa.Depois de não sei quantos anos voltei a dormir no quarto da minha adolescência. Mudou muito, mas continua acolhedor, com aquele tipo de aconchego que só recebemos na casa da mãe.Voltei no tempo quando percebi que o espelho aonde me olhava todas as manhãs continuava lá.Um espelho retangular comum, com moldura de madeira, mas salpicado de estrelas que brilham no escuro. As estrelas já não brilham mais, a madeira da moldura está bem envelhecida, mas eu continuo lá e sorrindo.
Hoje ao acordar eu podia sentir o aroma do café se espalhando pela casa.Tomei um banho rápido naquele banheiro de paredes verde musgo aonde me arrumei tantas vezes.Em seguida tomei aquele café incomparável de mãe com o meu filho.
Estava tudo muito bom mas eu tinha que verificar o que tinha acontecido em casa.Descobri que a força voltou parcialmente, eu que não entendo nada disso percebi que falta uma fase.Liguei na companhia de força e luz e o rapaz me informou que isso se deve à um curto circuito interno. Luluzinha que sou, liguei os pontos e deduzi que o problema deve ser na ligação do pressurizador.Desliguei o disjuntor da bomba de água e o quadro de força que estava pegando fogo, esfriou. Agora estou esperando o eletricista.
Enquanto isso, que tal tomarmos um cafézinho, héin?

4 comentários:

Zoe disse...

viva turmalina

que cena, miga!e que maneira de dar a volta à situação!
boa sorte para o desfecho da história
beijinho
zoe

ameixa seca disse...

Que texto lindo! De vez em quando é preciso acontecer algo de menos bom na nossa vida para retornar ao passado e encontrar a felicidade :)

Pitanga Doce disse...

Adorei essa descrição do aconchego no lar materno. Também quero!

Já Bocelli, se o escuto a uma hora dessas e com chuva caindo lá fora, eu e meu coração navegante saímos mar a fora...

Vera das Alterosas disse...

Eita saudades de vir aqui Turma. Soubesse trazia pão de queijo kikiki. Você descreve seu cotidiano de uma forma muito engraçada, fico imaginando. A da sua amiga que desistiu dos regimes também está ótima. Um beijo, espero esteja tudo ótimo por aí. Ah! Sei do seu carinho com os menininhos com AIDS, li um dia por aqui. Engraçado como vamos participando do dia a dia de pessoas que vão se tornando presentes e queridas, virtuais, não menos reais por isto. bjs