14.10.09

Amanhã é o Blog Action Day e como terei de sair cedo antecipo a minha participação.
As palavras do título significam mais ou menos filhos do mar, mas no sentido de bebês. E assim são os golfinhos.Por mais predatórios que sejam, são como crianças brincando num gigantesco playground. Só que estão matando nossas crianças...

Aqui no Brasil, mais especificamente na baía de Sepetiba e da Ilha Grande, aonde vivem cerca de 13 diferentes espécies de baleias, botos e golfinhos, os animais têm aparecido doentes e feridos por causa de redes e resíduos industriais. A pesca sem controle de sardinhas na região está acabando com o equilíbrio alimentar do local.
Na costa da Grã Bretanha e no Canal da Mancha eles já estão em extinção. Mais uma vez as redes de pescas são importantes coadjuvantes da matança.E na costa da Nova Zelândia muitos morrem "acidentalmente" quando, enroscados no fino naylon das redes, não conseguem atingir a superfície para respirar.
Mas o pior mesmo foi denunciado pela Sea Shepherd Conservation Society em 2003, quando a entidade expôs ao mundo, através de fotos e algumas filmagens o massacre na baía de Taiji, no Japão.
Em Novembro de 2003, os membros da tripulação da Sea Shepherd, o americano Allison Lance e o holandês Alex Cornelissen cortaram redes e libertaram 15 golfinhos, salvando-os da morte. Os dois foram presos por três semanas. Ambos estavam felizes por trocarem três semanas de sua liberdade pela vida dos golfinhos.Em resposta a libertação dos golfinhos e a exposição da matança japonesa, os pescadores construíram barricadas enormes para manter este crime longe das câmeras. Usar a camiseta ou boné da Sea Shepherd, ou ser um membro da organização, tornou-se crime em Taiji.
Em 2007 os ativistas do Sea Shepherd retornaram à baía, agora com uma equipe de documentaristas, munidos de diversas câmeras posicionadas estrategicamente nas praias, no ar, embaixo d´agua e nos morros, para capturar cada detalhe de um dos maiores e mais cruéis massacres da vida selvagem no planeta.Inclusive as barricadas eles arrumaram um jeito de atravessar, de forma bem arriscada.Mas atravessaram e mostraram ao mundo cenas de barbárie.
"The Cove”(A Enseada), com direção de Louie Psihoyos e roteiro de Mark Monroe é um extraordinário documentário sobre o tema.Premiado agora em 2009 no Sundance Film Festival (maior festival do cinema independente americano), o filme, lançado em 16 de julho deste ano, expõe dramaticamente a matança dos golfinhos em Taiji , aonde estima-se que morram 23 mil golfinhos anualmente.
O ator e treinador americano Richard O'Barry do seriado Flipper é um dos maiores ativistas na luta contra a prática assassina de cercar, aprisionar e matar golfinhos. Um golfinho vivo vale cerca de US$ 150 mil.Eles são treinados para os shows em parques aquáticos espalhados por todo o mundo. Os mortos viram carne. Como pouca gente come carne de golfinho no Japão, Richard acredita que grande parte é vendida como se fosse carne de baleia, mais cara e mais popular no país.(Fonte: G1)
Ambientalistas ficaram otimistas depois que nenhum golfinho foi abatido na primeira semana da temporada de caça. Porém, uma semana depois, os primeiros golfinhos foram mortos por pescadores locais, de acordo com o site Japan Probe. Este ano, depois da repercussão do documentário, a expectativa é que a matança caia para 2,4 mil. Imagens feitas no mês passado revelam que o sofrimento de golfinhos presos às redes continua. Mas, desta vez, houve algo diferente: terminada a seleção, os caçadores abriram as redes e libertaram os que não foram escolhidos para os shows em parques aquáticos.Será que podemos ter esperança?

2 comentários:

Anônimo disse...

Não temos outro remédio, senão acreditar que o comportamento das pessoas face à Natureza vai mudar.
Creio é que demorará ainda bastante tempo e, provavelmente, quando isso acontecer já será tarde.
Esta semana foi aprovada em Portugal uma lei que proíbe a reprodução e compra de animais nos circos. Nem imagina como as pessoas estão areagir mal.
Ainda não tive tempo de escrever sobre o assunto, mas não vou deixar de o fazer.

Christina Frenzel disse...

Eu assistir ao trailer de 'The Cove' e começei a chorar copiosamente. Já sabia da situação, já havia visto fotos, mas o trailer é chocante. Muito.
Enfim, resta conscientizar as gerações que estão vindo agora, da importância da natureza, dos animais e do frágil ecossistema.

Beijcoas