Se eu pudesse estaria agora navegando, escutando o barulho das ondas quebrando no casco do barco e sentindo a brisa marinha.
Tem dias em que minha alma precisa ir um pouco além da aridez do cotidiano.
Nem sempre não reclamar significa que está tudo bem do jeito que gostaríamos.Estar sempre feliz e realizada é utopia, não temos tanta liberdade assim.O mundo tem a incrível capacidade de nos tolher. E com a idade vamos perdendo a vontade de insistir. Tenho o impulso de ir cada vez mais para dentro, mas luto para me manter na superfície. E assim cumprir a função de ser sempre a pessoa doce, compreensiva, inteligente, viva, bem humorada (eu acordo assim), alto astral, com a palavra certa na hora certa, o ombro amigo, o abraço gostoso, o olhar comovido, o coração receptivo e etc.
Essa sou eu mesma, não posso negar minha natureza, mas tem dias, poucos inclusive, em que eu queria que o mundo fosse assim comigo: que eu pudesse atravessar o espelho e passar um dia livre de responsabilidades e julgamentos. Queria molhar os pés na água sem ter que disputar um espaço na areia lotada.Queria desfrutar da beleza do silêncio e me cobrir com um manto de estrelas, sem medo e sem correr perigo.Do amor alheio nem espero nada, aprendi a me amar, mas preciso ainda aprender a amar os outros na medida exata, sem doer.

Sabe o que me cairia bem hoje?
Uma sala intimista, uma taça de um bom Prosecco (perché siamo un po 'italiani, vero?), uns appetizers, um bate papo agradável, o perfume das flores do jardim entrando pela janela, um tanto de brilho nos olhos e um sonzinho bom assim:

Quando me dei conta eu estava lendo uma notícia sobre o apresentador Faustão, que vai se mudar da sua mansão avaliada em 40 milhões de reais para um apartamento ou cobertura, não registrei bem esta última informação.
Isso é o culpa do lixo que pipocam em nossas time lines, como também o spray, ou cápsula, não sei ao certo, que faz você fazer cocô perfumado.Também não me recordo do nome.
Porque uma vez que me pego lendo essas porcarias logo mudo de página.
Penso nas milhares de pessoas que consomem isso e muito mais, sem um pingo de consciência crítica.
Tanto falamos de educação e a internet está aí prá todo mundo ver, uma verdadeira lata de lixo.
Não é todo dia que ela está cheia, mas tem dias em que o lixo está caindo para fora.
Educar não é só transmitir informações e sim ensinar a discernir o joio do trigo.
Não sou puritana, muito menos a dona da verdade, nem estou aqui para julgar este ou aquele cidadão, mas tô achando que as pessoas andam passando dos limites.Acabou o respeito com a desculpa de liberdade de expressão.E por outro lado estamos cada dia mais mercantilistas.Vocês acham mesmo que só o lucro trás felicidade?
Existe mundo além da moeda, só que estamos deixando de percebê-lo.
Muito se fala em fim do mundo, se continuarmos assim ele vai chegar rapidinho!
Por essas e outras que escuto músicas, de todos os tipos, a qualquer hora do dia, porque a vida tem que ser mais do que simplesmente se preocupar em pagar contas e ler bobagens por aí.
Ainda existe amor e carinho, abraços, risadas e vida inteligente!
Inclusive na internet.

Agora me bateu o cansaço da semana.
Fiz um jantar muito do sem vergonha: medalhões de frango com bacon e couve flor com molho branco gratinada. Simples, rápido, eficiente e low carb!
Tudo isso prá poder vir para o computador, colocar os fones de ouvido e relaxar.
Nem o jornal assisti, não valia a pena ver o mesmo do mesmo.
Sim, meus amigos, a Amazônia têm sido dilapidada e numa velocidade galopante, muito antes das atuais queimadas e políticas públicas.Por muito tempo, por anos à fio, nossos governantes fecharam os olhos para o que realmente acontece: a região sofre com as constantes ações de grilheiros, garimpeiros, pecuaristas, madeireiros, políticos e estrangeiros.De lá, além de fumaça e devastação saem minérios como ouro e nióbio, madeira, plantas medicinais, animais e até mesmo meninas, para serem exploradas em outros países. Me pergunto por que ainda não pararam isso? A resposta é uma só: falta vontade política ou ainda porque tem muita gente influente lucrando com essas atividades ilegais.
Então não quero saber das notícias de hoje.
Amanhã, talvez!

Alice:- “receio nunca mais vê-lo”.
Chapeleiro: - “Nos jardins da memória, no palácio dos sonhos, lá vamos nos encontrar.”
Alice : - “mas um sonho não é realidade..”
Chapeleiro: “Quem pode dizer qual é qual?”

(Alice através do espelho)

Os anos pesam em meus ombros e num instante, alí diante da morte de um amigo, de um outro ser tão humano quanto eu, fica o silêncio e por alguns instantes flutuo.
Fecho os olhos, e de mãos dadas com pessoas que eu mal conheço, enquanto os amigos falam as últimas palavras, é como se estivéssemos todos conectados a ele neste precioso instante.
Estamos todos na mesma estrada.
Os percalços inesperados, as curvas acentuadas, os longos bloqueios e as paisagens deslumbrantes estão aí para todos.
Por que pensar pequeno e agir de uma forma contida se o mundo nos quer tão grandes?

Amanhã vou a um velório na capital.
Vou porque ele era meu amigo.
Vou por ele e pela família que estimo demais.
Vou porque conheço o valor de um abraço nessas horas.
Vou porque não tive tempo de me despedir.
Vou porque ainda estou esperando sua visita.

Eu ia escrever um textão sobre o dia de hoje, mas desisti.
Vou me deixar levar pela música:

Quanto mais convivo com os homens, mais aprecio o convívio com os animais!
Mentira, eu gosto da interação com as pessoas, mas é que tenho amado a convivência com os animais.
Quando viajo é a única coisa da qual sinto falta.
Morar com 7 gatos e 4 cachorros é uma experiência quase transcendental, no literal sentido de ultrapassar os limites da compreensão e aceitação do outro ser como sendo único em todas as suas particularidades.Existe uma comunicação, sem palavras, com os animais, que é rara entre os seres humanos.E tem ficado cada dia mais escassa, ando cansada de ter que explicar tudo mais de uma vez e muitas vezes desenhar o que digo.
Será que alguém poderia, só de vez em quando, perceber o que estou dizendo? 
Ou então só me olhar nos olhos e me entender.

Aí então não posso deixar de falar nos adoráveis saguis que nos visitam.Nos comunicamos pelo olhar e isso é mágico demais. Algumas vezes querem banana, outras só fazer algazarra ou então nos mostrar o novo filhote do bando.

E por mais estranho que pareça, convivem todos, cachorros, gatos e saguis, muito bem, pacificamente, ninguém ataca ninguém!
 

Pqp...o cara metade diz que é olho gordo, mas não acredito nisso!

Voltei de viagem super motivada, com as energias renovadas.
Trabalhei a semana toda com o maior entusiasmo do mundo, voltei aos hábitos alimentares ultra saudáveis e nem me importei se sinto ou não os pés.Todo mundo reclamando de frio, principalmente nas mãos e pés e achei até bom não sofrer com isso.
Aí de quinta para sexta feira, ao levantar da cama, daquele modo jeitosinho, de uma vez só, senti uma fisgada na altura da cintura.Ficou tudo duro e uma dor pior que a de torcicolo.Não bastando, de ontem para hoje acordei com dor no cotovelo, não consigo esticar o braço direito.Devo ter dormido pesado e de mal jeito.
Não quero pensar que seja culpa do frio, afinal amo tanto este clima...prefiro acreditar que uma duas semanas sem fisioterapia, ou mesmo a idade, me deixaram assim, toda sensível.
Como tenho um aniversário logo mais tive que lançar mão do anti inflamatório, que só tomo nos últimos dos casos.Espero que este seja o último dos casos.
E vamos lá ser feliz, porque essa vida, mesmo que tenha outras, é só uma!
Trilha sonora deste sábado, lindo, maravilhoso e ensolarado:

Cansada, mas feliz!
Depois de 4 horas de estrada fui direto para o escritório, na sequência incluí uma passada na banca de frutas (e verdureiro), uma faxina nas gavetas e estantes de casa procurando um exame (que não encontrei), desenrolei umas questões familiares e ajudei o cara metade a preparar o jantar.
Uma semana longe de casa faz um bem danado!
E de quebra, no caminho para Maringá, conheci a acolhedora Ourinhos.O nome da cidade bem que poderia ser uma referência ao por do sol que presenciamos.

Já Maringá é uma terra de encantos gastronômicos.Uma simples salada transforma-se num explosão de cores e sabores num aconchegante e discreto bistrô que serve um dos melhores almoços da cidade!

Não tem como não gostar de pegar estrada.
Numa das noites em Ourinhos pude escutar o verdadeiro Trem das Onze, foi uma emoção sem tamanho para uma mente tão rica como a minha.
Tinha acabado de deitar e alí no escuro verifiquei as horas antes de virar para o lado e dormir, o celular marcava 22:59.Numa fração de segundos ouvi um apito tão forte que parecia dentro do quarto.Levei um tempo para entender o que estava acontecendo, sim, atrás da pousada havia uma linha de trem, lembro de ter passado por ela.Depois do primeiro apito vieram ainda mais dois e o som da pesada máquina deslizando sobre os trilhos.Fechando os olhos era possível me imaginar numa cabine dormitório do século passado, ou ainda, lembrar da música do Adoniran Barbosa.
Adormeci satisfeita com aquela inesperada experiência noturna na cidade de Ourinhos.
E sendo assim, estou de volta à minha casa, cansada, mas feliz!

Por conta do frio tomei um chá relaxante antes de dormir, uma mistura de Erva Cidreira, Melissa, Erva Doce, Hortelã, Jasmin e Sálvia, e capotei!
Sonhei horrores e acabei acordando às 4:45 h.

Foram sonhos bons, sonhei com o passado e uma coisa foi puxando outra. Talvez tenha sido consequência de um encontro que tive na hora do almoço: acabei esbarrando, sem querer, numa amiga da adolescência.
Ela me apresentou para o marido e em seguida completou:
 - Ela é a filha do Dr Fulano, que eu falo sempre.
Quando meu pai morreu ela ficou arrasada e eu não imaginava o quanto ela o admirava.
Aos 17 anos, deixei o sossego do interior, voltei para São Paulo para fazer faculdade, fiquei 8 meses e retornei para o ninho.Neste período ela tinha acabado de perder o irmão, que tinha somente um ano a mais que nós: o ladrão entrou na casa deles pelos fundos, a mãe, que estava na cozinha, se assustou e gritou.O irmão veio correndo ver o que estava acontecendo e tomou um tiro na cabeça.
A família toda ficou perdida, sem rumo.Era época de vestibular e ela não tinha cabeça para isso, pensou que trabalhar fosse melhor e meu pai lhe arrumou um emprego no escritório dele.
Hoje ela diz que ele foi seu maior exemplo de virtude e honestidade.Meu pai era mesmo um cara excepcional e fico feliz que mais pessoas pensem assim.
Ela só deixou o escritório quando soube que estava grávida do namorado. Achou que fosse ser feliz e partiu para viver um conto de fadas que acabou de forma cruel.
Morou com ele até o bebê nascer.Ele o registrou e foi viajar.
Saindo da maternidade ela foi direto para o apartamento e qual não foi sua surpresa quando a chave não abriu a porta. Foi recebida, com o bebê nos braços, pela arrumadeira, que ficou a cargo de lhe entregar as malas com suas roupas e objetos pessoais.Ela disse que levou um tempo para perceber o que estava acontecendo.Por sorte estava com a mãe, que a levou para casa.
São imagens fortes, talvez por isso eu tenha sonhado, o que é raro.
O melhor de tudo é que só sonhei com a parte boa do passado!
Isso sem contar que toda vez que ela me encontra acompanhada, chama o cara metade pelo nome
de um ex namorado meu que ela conheceu.Eu já a corrigi sutilmente uma meia dúzia de vezes.
O melhor é que ela o chama por outro nome e ele responde porque já entendeu que não adianta.E tudo bem chamar Alberto de Afonso, porque como disse Shakespeare: “Se a rosa tivesse outro nome, ainda assim teria o mesmo perfume.”

Manchester Orchestra

Mais um grupo novo para a minha lista.
Aquela que eu estou criando para quando voltar a dirigir...




Uma delícia de som!

Das pequenas alegria do dia a dia!

O dia amanheceu nublado e frio, o que em nada me desanima, pelo contrário, gosto do aconchego que este clima proporciona.Depois de um café da manhã saudável, farto e revigorante, o banho completou meu ritual matutino. Tenho muito mais disposição nesses dias!
Aí foi a vez de buscar o prêmio que ganhei em uma rifa da ONG Operacão Resgate, que como o próprio nome diz, resgata cães abandonados e em situação de sofrimento.
Sempre participo com doações para o bazar permanente e com a compra de alguns números nas rifas, mas nem me preocupo em ganhar pois o principal objetivo é ajudar essas meninas que salvam vidas.
Mas eis que ganhei uma cesta de produtos de beleza!
Não sou muito ligada nesses produtos, mas não é que gostei do que ganhei.

Foi tanta coisa que deu até prá dividir. Eu tenho o hábito de compartilhar o que ganho.
Mesmo assim ainda fiquei com um perfume, o Aura , da Mugler, um esmalte, dois hidratantes, um creme de massagem para pés e pernas, uma esponja, um óleo de banho e um batom na cor cereja!!!
Tão discreto que meu filho chegou prá almoçar e perguntou:
- Você tem algum compromisso hoje?
- Não. Por que?
- Porque você está de batom!
Achei graça e concluí que um pouco mais de batom na minha vida não me fará mal. Um colorido faz bem à alma.Sendo bem sincera, não me preocupo com o que pensam da minha aparência, não me arrumo para os outros e sim para mim.O prazer é meu de ter uma pele macia, um corpo cheiroso e um cabelo platinado deslumbrante.
Eu é que tenho que me achar especial e linda de viver!!!
Outro dia escutei uma conhecida dizer:
- Me arrumo até prá ir na portaria buscar pizza, vai que encontro algum conhecido pelo caminho.
Eu olhei para ela, pensei, pensei e tive pena.