Portugal é um país cercado de água e eu tenho verdadeira paixão pelos aquedutos que levavam as águas dos rios e nascentes até as cidades, principalmente aos palácios.
Aqueduto da Amoreira, em Elvas:
Aqueduto dos Pegões, em Tomar:
Aqueduto de Santa Clara, em Vila do Conde:
25.2.20
23.2.20
Casino Estoril e a falta de um olhar mais cuidadoso para a questão da acessibilidade
Finalzinho de férias e um sentimento enorme de gratidão, porque apesar dos poucos pesares, elas valeram cada segundo.
Nem todos os dias foram de flores, conviver com algo autoimune não te dá garantias de que todos os dias serão como você imagina.
Tem momentos em que o sistema pifa, mas felizmente são só alguns momentos.
E o mundo não está preparado, ou não faz questão de estar, para suas limitações.
No Casino Estoril, por exemplo, aonde fomos assistir a um show do Zeca Pagodinho, eles fazem cara de paisagem diante das suas dificuldades.
O local, que inclusive serviu de cenário para o filme Cassino Royale (James bond) pela sua grandiosidade, possui somente uma cadeira de rodas, que nem me foi oferecida e uma plataforma elevatória para escadas, que estava desligada. E boa parte dos degraus não possui corrimão.
Ou seja, dependi mesmo do auxílio dos braços do cara metade e de um garçom muito atencioso.Mas tive que descer e subir e subir e descer os quase quarenta degraus até o meu lugar no salão Preto e Prata. Afinal, cheguei até lá e não ia desistir.
Esse esforço que em nada tem a ver com a musculatura e sim com o equilíbrio e propriocepção (o chão some), teve um preço, o sistema enlouqueceu e passei o dia seguinte praticamente deitada por conta de uma hemorragia severa.
Dois dias depois o cara metade ainda dizia que eu estava mais branca que uma folha de sulfite.O jeito foi passar uma base e um blush e sair prá rua. Ainda sentia um pouco de tontura mas não era isso que ia me segurar.O que é uma tontura para alguém que já enfrentou tsunamis?
Somos muito mais fortes quando movidos pelo desejo de viver intensamente cada momento.
Isso que me leva longe, fecho os olhos, me imagino lá e vou.
Nem todos os dias foram de flores, conviver com algo autoimune não te dá garantias de que todos os dias serão como você imagina.
Tem momentos em que o sistema pifa, mas felizmente são só alguns momentos.
E o mundo não está preparado, ou não faz questão de estar, para suas limitações.
No Casino Estoril, por exemplo, aonde fomos assistir a um show do Zeca Pagodinho, eles fazem cara de paisagem diante das suas dificuldades.
O local, que inclusive serviu de cenário para o filme Cassino Royale (James bond) pela sua grandiosidade, possui somente uma cadeira de rodas, que nem me foi oferecida e uma plataforma elevatória para escadas, que estava desligada. E boa parte dos degraus não possui corrimão.
Ou seja, dependi mesmo do auxílio dos braços do cara metade e de um garçom muito atencioso.Mas tive que descer e subir e subir e descer os quase quarenta degraus até o meu lugar no salão Preto e Prata. Afinal, cheguei até lá e não ia desistir.
Esse esforço que em nada tem a ver com a musculatura e sim com o equilíbrio e propriocepção (o chão some), teve um preço, o sistema enlouqueceu e passei o dia seguinte praticamente deitada por conta de uma hemorragia severa.
Dois dias depois o cara metade ainda dizia que eu estava mais branca que uma folha de sulfite.O jeito foi passar uma base e um blush e sair prá rua. Ainda sentia um pouco de tontura mas não era isso que ia me segurar.O que é uma tontura para alguém que já enfrentou tsunamis?
Somos muito mais fortes quando movidos pelo desejo de viver intensamente cada momento.
Isso que me leva longe, fecho os olhos, me imagino lá e vou.
14.2.20
Meu pai se dizia um homem de gostos simples ...
SEI...ele realmente apreciava as coisas simples da vida, mas também apreciava as não tão simples assim.
Ele adorava Cascais e fazia planos, um pouco distantes da realidade, de um dia morar no local que possui um dos metros quadrados mais caros de Portugal. Não sei bem porque, mas ele dizia que adoraria ver esse mar todas as tardes. Com tantos mares pelo mundo afora ele encasquentou justo com a vista de Cascais. Sempre fez planos para o que gostava, mesmo que a chance de concretiza-los fosse mínima ou nenhuma. Alguns ele realizou.
E hoje foi dia de lembrar dele e de seus gostos não tão simples.
E até parece que o por do sol esteve mais bonito em Cascais só para que eu pudesse sorrir ao pensar nele vendo essa vista de final de tarde❤️
SEI...ele realmente apreciava as coisas simples da vida, mas também apreciava as não tão simples assim.
Ele adorava Cascais e fazia planos, um pouco distantes da realidade, de um dia morar no local que possui um dos metros quadrados mais caros de Portugal. Não sei bem porque, mas ele dizia que adoraria ver esse mar todas as tardes. Com tantos mares pelo mundo afora ele encasquentou justo com a vista de Cascais. Sempre fez planos para o que gostava, mesmo que a chance de concretiza-los fosse mínima ou nenhuma. Alguns ele realizou.
E hoje foi dia de lembrar dele e de seus gostos não tão simples.
E até parece que o por do sol esteve mais bonito em Cascais só para que eu pudesse sorrir ao pensar nele vendo essa vista de final de tarde❤️
4.2.20
2.2.20
Não sei em que momento exatamente me tornei uma leoa, alí naquela pedra do topo, sozinha mesmo acompanhada, observando a paz e a ordem que eu aprendi a manter.
Tudo isso exige um tipo de controle que uma hora começa a cansar.Com o avanço de novas tecnologias e das mensagens instantâneas nos tornamos disponíveis 24 horas por dia.Assim fica fácil sempre ter uma solução, sempre pensar pelos outros.Os outros é que passaram a pensar menos uma vez que você está sempre disponível .
Outro dia, durante a sessão de acupuntura, me peguei respondendo mensagens "urgentes". E parece que todo dia temos urgências.
Este ano resolvi descer da pedra e levar uma vida mais normal, não quero mais ser aquela mulher que chegou aonde muitas ainda querem chegar.A fama e o sucesso são, muitas vezes, armadilhas do ego.
Teve um dia, há uns três anos atrás, que eu estava numa palestra, que hoje chamamos de bate papo porque ficamos sentados no palco em poltronas confortáveis, mas o conteúdo ainda é o mesmo, que olhei para platéia e mentalmente me perguntei: o que estou fazendo aqui?
Eu estava lá compartilhando conhecimentos adquiridos durante toda a minha vida com estranhos e alguns poucos conhecidos.Mas aquilo tudo que nem sei se foi absorvido é muito raso, talvez um ou outro gatilho leve a pessoa a pensar. Foi a primeira vez que repensei minhas atividades, que na época eram muitas.Aí decidi me jogar de cabeça no meu trabalho na empresa, aquele que realmente paga minhas contas.Dei conta mas não gostei do tanto de responsabilidades que adquiri.
Até que um dia desses acordei querendo colocar em prática uma adaptação de um projeto da Dra Silvia Bellucci, fundadora do Centro Corsini. Ela queria trabalhar a escrita criativa e terapêutica com as crianças do abrigo e eu penso em trabalhar com adultos e idosos.Num universo tão impessoal como as redes sociais e com mensagens cada vez mais curtas não existe mais o tempo necessário para maturarmos nossas idéias e pensamentos.Quando escrevo eu descarrego uma porção de sentimentos como desejos, frustrações, saudades, dores e todo tipo de vivência.Quero passar isso para quem tem dificuldades e estou precisando desse tempo, dessa oportunidade de doar o que tenho de melhor.
O mundo corporativo nos torna muito impessoais,
Fora que sem minhas rodinhas, tudo fica mais difícil, outro dia fui à um compromisso sozinha e usei o serviço do Uber pela primeira vez. O rapaz foi um encanto, super prestativo e tal, mas eu tive vontade chorar.Assim que voltar das minhas curtas férias vou treinar novamente até conseguir fazer uma porcaria de uma baliza com o carro adaptado.
Aí sim me sentirei mais eu!
A música abaixo me lembra os dias em que eu saía da faculdade e ia almoçar num restaurante cujo cardápio era baseado nos preceitos da filosofia Hare Krishna, como o Gopala, em São Paulo.
Tudo isso exige um tipo de controle que uma hora começa a cansar.Com o avanço de novas tecnologias e das mensagens instantâneas nos tornamos disponíveis 24 horas por dia.Assim fica fácil sempre ter uma solução, sempre pensar pelos outros.Os outros é que passaram a pensar menos uma vez que você está sempre disponível .
Outro dia, durante a sessão de acupuntura, me peguei respondendo mensagens "urgentes". E parece que todo dia temos urgências.
Este ano resolvi descer da pedra e levar uma vida mais normal, não quero mais ser aquela mulher que chegou aonde muitas ainda querem chegar.A fama e o sucesso são, muitas vezes, armadilhas do ego.
Teve um dia, há uns três anos atrás, que eu estava numa palestra, que hoje chamamos de bate papo porque ficamos sentados no palco em poltronas confortáveis, mas o conteúdo ainda é o mesmo, que olhei para platéia e mentalmente me perguntei: o que estou fazendo aqui?
Eu estava lá compartilhando conhecimentos adquiridos durante toda a minha vida com estranhos e alguns poucos conhecidos.Mas aquilo tudo que nem sei se foi absorvido é muito raso, talvez um ou outro gatilho leve a pessoa a pensar. Foi a primeira vez que repensei minhas atividades, que na época eram muitas.Aí decidi me jogar de cabeça no meu trabalho na empresa, aquele que realmente paga minhas contas.Dei conta mas não gostei do tanto de responsabilidades que adquiri.
Até que um dia desses acordei querendo colocar em prática uma adaptação de um projeto da Dra Silvia Bellucci, fundadora do Centro Corsini. Ela queria trabalhar a escrita criativa e terapêutica com as crianças do abrigo e eu penso em trabalhar com adultos e idosos.Num universo tão impessoal como as redes sociais e com mensagens cada vez mais curtas não existe mais o tempo necessário para maturarmos nossas idéias e pensamentos.Quando escrevo eu descarrego uma porção de sentimentos como desejos, frustrações, saudades, dores e todo tipo de vivência.Quero passar isso para quem tem dificuldades e estou precisando desse tempo, dessa oportunidade de doar o que tenho de melhor.
O mundo corporativo nos torna muito impessoais,
Fora que sem minhas rodinhas, tudo fica mais difícil, outro dia fui à um compromisso sozinha e usei o serviço do Uber pela primeira vez. O rapaz foi um encanto, super prestativo e tal, mas eu tive vontade chorar.Assim que voltar das minhas curtas férias vou treinar novamente até conseguir fazer uma porcaria de uma baliza com o carro adaptado.
Aí sim me sentirei mais eu!
A música abaixo me lembra os dias em que eu saía da faculdade e ia almoçar num restaurante cujo cardápio era baseado nos preceitos da filosofia Hare Krishna, como o Gopala, em São Paulo.
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