Por conta do frio tomei um chá relaxante antes de dormir, uma mistura de Erva Cidreira, Melissa, Erva Doce, Hortelã, Jasmin e Sálvia, e capotei!
Sonhei horrores e acabei acordando às 4:45 h.
Foram sonhos bons, sonhei com o passado e uma coisa foi puxando outra. Talvez tenha sido consequência de um encontro que tive na hora do almoço: acabei esbarrando, sem querer, numa amiga da adolescência.
Ela me apresentou para o marido e em seguida completou:
- Ela é a filha do Dr Fulano, que eu falo sempre.
Quando meu pai morreu ela ficou arrasada e eu não imaginava o quanto ela o admirava.
Aos 17 anos, deixei o sossego do interior, voltei para São Paulo para fazer faculdade, fiquei 8 meses e retornei para o ninho.Neste período ela tinha acabado de perder o irmão, que tinha somente um ano a mais que nós: o ladrão entrou na casa deles pelos fundos, a mãe, que estava na cozinha, se assustou e gritou.O irmão veio correndo ver o que estava acontecendo e tomou um tiro na cabeça.
A família toda ficou perdida, sem rumo.Era época de vestibular e ela não tinha cabeça para isso, pensou que trabalhar fosse melhor e meu pai lhe arrumou um emprego no escritório dele.
Hoje ela diz que ele foi seu maior exemplo de virtude e honestidade.Meu pai era mesmo um cara excepcional e fico feliz que mais pessoas pensem assim.
Ela só deixou o escritório quando soube que estava grávida do namorado. Achou que fosse ser feliz e partiu para viver um conto de fadas que acabou de forma cruel.
Morou com ele até o bebê nascer.Ele o registrou e foi viajar.
Saindo da maternidade ela foi direto para o apartamento e qual não foi sua surpresa quando a chave não abriu a porta. Foi recebida, com o bebê nos braços, pela arrumadeira, que ficou a cargo de lhe entregar as malas com suas roupas e objetos pessoais.Ela disse que levou um tempo para perceber o que estava acontecendo.Por sorte estava com a mãe, que a levou para casa.
São imagens fortes, talvez por isso eu tenha sonhado, o que é raro.
O melhor de tudo é que só sonhei com a parte boa do passado!
Isso sem contar que toda vez que ela me encontra acompanhada, chama o cara metade pelo nome
de um ex namorado meu que ela conheceu.Eu já a corrigi sutilmente uma meia dúzia de vezes.
O melhor é que ela o chama por outro nome e ele responde porque já entendeu que não adianta.E tudo bem chamar Alberto de Afonso, porque como disse Shakespeare: “Se a rosa tivesse outro nome, ainda assim teria o mesmo perfume.”
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