Sabe aquela cena de filme na qual o mocinho é mordido por um inseto no meio da floresta, passa dias delirando por causa da febre alta , e com muita sorte, sobrevive.
Pois é, meus últimos dias não foram diferentes.
Na madrugada de quarta para quinta, como toda pessoa que já passou dos quarenta, levantei no meio da noite, no escuro , para ir ao banheiro.A coisa toda vai tão no automático que nem mais acendo a luz.Tenho saudades do tempo em que a bexiga aguentava até o dia amanhecer.Imagino que chegando aos sessenta a coisa piore, e talvez seja este um dos motivos das pessoas mais velhas não gostarem muito de tomar água.
Voltei para cama e não sei precisar exatamente quando, começei a sentir um ardor no tornozelo. Ainda dormindo dei uma sacodida no pé prá cá, outra prá lá, e voltei a dormir.De manhã o local estava dolorido e vermelho.
O negócio foi crescendo e foi crescendo e eu batendo perna prá cima e prá baixo, 100 km de estrada prá lá, mais 100 km de estrada prá cá e quando vou ver a dor no local aumentou e a vermelhidão atingiu todo o tornozelo.E a coisa continuava subindo!Só aí me dei conta que alguma coisa não estava certa.
Fui à médica.Conclusão: algum bicho me picou.Saí do consultório medicada até as tampas: antibiótico, antiinflamatório, analgésico e antialérgico.
Iniciei o tratamento na quinta à noite e logo cedo na sexta feira eu batia os dentes com 38,6 graus de temperatura.Liguei prá médica e a resposta dela foi: - Dobra a dose de tudo!
Confesso que fiquei um pouco preocupada com a carga de medicamentos mas dobrei.Depois de um dia inteiro telefono outra vez para dizer que a temperatura continuava a mesma.A resposta da médica: - Insiste na medicação, coloca gelo na perna e espera o organismo reagir!
Aqui entra aquela cena do filme, o ser humano deitado, ardendo em febre e o mundo girando ao redor.Eu não tinha vontade de levantar, de comer, de ler, de navegar, de nada.
Somente no domingo é que acordei sem febre, mas fui dormir com 37,6 graus.
Neste instante comemoro 14 horas sem febre e continuo sem saber que bicho me mordeu. Matei uma pequena aranha amarela no quarto, escondida embaixo da poltrona, durante o final de semana.
O vermelho da perna, que chegou quase ao roxo, está começando a clarear e eu já consigo movimentar os dedinhos do pé. Ainda doem um pouco o tornozelo e a panturrilha.Sinceramente, eu acho que se uma criança tivesse levado uma picada dessas, morria.
O mais estranho é que não dá para identificar a picada porque o local permanece inchado, aparentemente é só uma área vermelha com um ponto levemente mais escuro no centro.
Estou de repouso até quinta feira!
Vou aproveitar e tomar um banho de sal grosso e alfazema...
29.4.13
24.4.13
Aproveito o final de tarde aprazível para abrir as janelas, tirar o pó dos móveis e compartilhar os pensamentos, tranformados em escrita, da minha querida amiga Luciana:
"Você me diz: gosto de você. E acrescenta: tanto. E se faz silêncio.
Eu queria dizer: eu também. Gosto. Não, eu minto. Minto pra mim, minto pra você, mesmo sem dizer nada. Eu queria era perguntar: mas você sabe? Quem eu sou? Sabe?
Sabe que desenho com os pés na areia da praia? Que espero o frio pra soprar nos vidros e ver a vida embaçar? Que lambo os dedos depois de comer caranguejos? Que tenho sonhos pequenininhos que cabem em bolsas de viagem? Que espero um par de sapatos vermelhos? Que tenho um sertão no peito? Que compro livros pelo número de páginas? Que gosto de rodopiar na chuva? Que suspiro baixinho? Que sou em nostalgias noir? Que coleciono palavras como tijolos amarelos? Sabe que faço listas destas coisas todas para entorpecer a memória de que eu não sei, não sei, não sei dizer quem sou?
Você diz: Eu. Gosto. De. Você. E cada palavra dessa é tão maiúscula que me assusta. Eu não sei eu. Eu não sei você. Eu nem sei se sei gostar. É querer a mão na minha e a boca na pele e proteger e rir e fazer cafuné? É dizer infâncias e olhar amanhãs? É esperar acordar no seu olho e dormir no seu cansaço? É ficar mais e mais e mais perto até perto ser dentro? É aprender a mentir, solene: eutambémgostodevocê?
Gosto de Você. Na ponta da língua."
"Você me diz: gosto de você. E acrescenta: tanto. E se faz silêncio.
Eu queria dizer: eu também. Gosto. Não, eu minto. Minto pra mim, minto pra você, mesmo sem dizer nada. Eu queria era perguntar: mas você sabe? Quem eu sou? Sabe?
Sabe que desenho com os pés na areia da praia? Que espero o frio pra soprar nos vidros e ver a vida embaçar? Que lambo os dedos depois de comer caranguejos? Que tenho sonhos pequenininhos que cabem em bolsas de viagem? Que espero um par de sapatos vermelhos? Que tenho um sertão no peito? Que compro livros pelo número de páginas? Que gosto de rodopiar na chuva? Que suspiro baixinho? Que sou em nostalgias noir? Que coleciono palavras como tijolos amarelos? Sabe que faço listas destas coisas todas para entorpecer a memória de que eu não sei, não sei, não sei dizer quem sou?
Você diz: Eu. Gosto. De. Você. E cada palavra dessa é tão maiúscula que me assusta. Eu não sei eu. Eu não sei você. Eu nem sei se sei gostar. É querer a mão na minha e a boca na pele e proteger e rir e fazer cafuné? É dizer infâncias e olhar amanhãs? É esperar acordar no seu olho e dormir no seu cansaço? É ficar mais e mais e mais perto até perto ser dentro? É aprender a mentir, solene: eutambémgostodevocê?
Gosto de Você. Na ponta da língua."
Acho que todos nós temos um pouco de tudo isto que a Luciana escreveu. Afinal, os desejos, as esperas, os gostos, as manias, as particularidades de cada um são partes do amor que compartilhamos.
E eu sou tão: esperar o frio pra soprar nos vidros e ver a vida embaçar!
16.4.13
Benditos os cientistas que desenvolveram a Fisioterapia!!!
Quase voltando ao normal, faltando ainda duas semanas para poder dirigir, estou muito bem, naquelas de viver e ser feliz.
Sem exageros, ando até com vontade de cantar e dançar sozinha pela rua, mesmo sendo péssima nas duas atividades.
Na verdade, estou bem resolvida e isto é ótimo!
Espero que estejam todos bem...
Quase voltando ao normal, faltando ainda duas semanas para poder dirigir, estou muito bem, naquelas de viver e ser feliz.
Sem exageros, ando até com vontade de cantar e dançar sozinha pela rua, mesmo sendo péssima nas duas atividades.
Na verdade, estou bem resolvida e isto é ótimo!
Espero que estejam todos bem...
8.4.13
Nossa vida possui mesmo uma pulsão incontrolável.
Passei um final de semana maravilhoso na praia.A equipe do meu filho iria jogar no Guarujá e aproveitei a desculpa para rever um lugar que frequentei muito dos zero aos 15 anos.Apesar da cidade ter triplicado de tamanho ainda a conheço como a palma da minha mão. Foram dois dias de intenso revival e muita bolsinha de gelo no joelho.Foi excelente para esquecer um pouco o veredito do médico: inflamação da base do tendão patelar, seis meses de fisioterapia e perder 10 quilos urgentemente.
Hoje aconteceria minha primeira sessão de fisio se a morte não tivesse dado as caras pelas redondezas.
O avô da afilhada da minha mãe, que é praticamente como uma irmã mais nova para mim, faleceu em casa, na hora do almoço.O cara metade foi o primeiro a ir para lá, afinal a burocracia nesta hora é imensa.Depois fomos eu e minha mãe.
Ele, em vida, deixou uma carta pedindo para ser cremado.E assim foi feito...depois de algumas horas de espera.E estas horas são dolorosas.Aliás, eu particularmente, acho que toda despedida dói.Eu chorei até ficar com o rosto parecendo uma bolacha, mas não por ele, que com certeza descansou e está em paz, mas pela tristeza da minha irmãzinha.
Quando chegamos na casa, a mãe dela, na porta, falou: - Que bom que os céus nos enviaram estes anjos...
Será que anjo sente dor?
Passei um final de semana maravilhoso na praia.A equipe do meu filho iria jogar no Guarujá e aproveitei a desculpa para rever um lugar que frequentei muito dos zero aos 15 anos.Apesar da cidade ter triplicado de tamanho ainda a conheço como a palma da minha mão. Foram dois dias de intenso revival e muita bolsinha de gelo no joelho.Foi excelente para esquecer um pouco o veredito do médico: inflamação da base do tendão patelar, seis meses de fisioterapia e perder 10 quilos urgentemente.
Hoje aconteceria minha primeira sessão de fisio se a morte não tivesse dado as caras pelas redondezas.
O avô da afilhada da minha mãe, que é praticamente como uma irmã mais nova para mim, faleceu em casa, na hora do almoço.O cara metade foi o primeiro a ir para lá, afinal a burocracia nesta hora é imensa.Depois fomos eu e minha mãe.
Ele, em vida, deixou uma carta pedindo para ser cremado.E assim foi feito...depois de algumas horas de espera.E estas horas são dolorosas.Aliás, eu particularmente, acho que toda despedida dói.Eu chorei até ficar com o rosto parecendo uma bolacha, mas não por ele, que com certeza descansou e está em paz, mas pela tristeza da minha irmãzinha.
Quando chegamos na casa, a mãe dela, na porta, falou: - Que bom que os céus nos enviaram estes anjos...
Será que anjo sente dor?
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