23.2.16

Ando otimista!
Andei um período um pouco desanimada, minha mente estava meio embaçada como uma janela em dia de chuva.
Nessas horas fica difícil enxergar além...


Eu estava realmente displicente.
Deixei-me levar pelo pessimismo e por algumas limitações físicas.
Aí resolvi voltar para a homeopatia!
Descobri que boa parte do que eu estava sentindo é nada mais, nada menos, que o início da menopausa.
Palavra que, à princípio, nos causa um certo espanto.Mas depois que aceitamos a sua chegada tudo fica mais claro.
Aos poucos estou voltando a sonhar, desejar, planejar e etc.
Estou até cantando outra vez, bem baixinho, porque não sou nem louca de me escutar em alto e bom som.
Sou muito desafinada...e mesmo assim, nada melódica, sussurro umas canções.
Coragem eu tenho!
E nesta música Zélia Duncan e Paulinho Moska nos chamam prá cantar junto:



Então, agora caiu a ficha de que meu corpo está envelhecendo, mas estou me sentindo muito bem, porque minha alma continua bem viva e jovem!!!
Porque sim, sou de carne e osso.

22.2.16

Ufa, a reforma acabou e estou de volta a normalidade...e com isto consegui terminar uns textos que estavam pendentes e ainda sobrou tempo de ler um pouco de Hilda Hilst:

...A Fome do Primeiro Grito...

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra.
Há tanto tempo espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

De Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1974)


20.2.16

Eu havia esquecido o que significa a palavra reforma e o quanto me irrita digitar no celular.Se tudo der certo, hoje à noite estou de volta ao meu quarto e ao meu computador. Assim mesmo, bem possessiva!!!

14.2.16



Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa, nella tua fredda stanza,
guardi le stelle che tremano d'amore e di speranza.
Ma il mio mistero e chiuso in me, il nome mio nessun saprá!
No, no, sulla tua bocca lo diró quando la luce splenderá!
 Ed il mio bacio sciogliera il silenzio che ti fa mia!(...)

13.2.16

Boa reflexão para uma vida inteira:

Texto do livro “Erótica é a Alma” de Adélia Prado

"Todos vamos envelhecer…
Querendo ou não, iremos todos envelhecer.As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos.
A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos.
O segredo não é reformar por fora. É, acima de tudo, renovar a mobília interior: tirar o pó, dar brilho, trocar o estofado, abrir as janelas, arejar o ambiente. Porque o tempo, invariavelmente, irá corroer o exterior. E, quando ocorrer, o alicerce precisa estar forte para suportar.
Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos. Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios.
Erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo.
Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.
Aprenda: bisturi algum vai dar conta do buraco de uma alma negligenciada anos a fio. "


Desde que assumi novas funções na empresa não tive mais tempo para uma vida pessoal do modo que eu gostaria.Nem mesmo para o cinema tenho tido tempo suficiente. Na semana que vem terei uma reunião com meus colegas de filmagens e sei que não poderei, ou deverei, assumir muitos projetos este ano. Afinal, quero cuidar mais da minha casa, reunir amigos, tomar um café sossegada e ter tempo para ser quem realmente sou.
Sempre fui uma excelente companhia, bem disposta e divertida, mas ultimamente ando falhando. Chego com a cabeça tão cheia em casa que logo perco a vontade de sair. A tecnologia tem parte desta culpa, a internet e o celular não permitem que sejamos esquecidos por algumas horas, nem mesmo alguns minutos. Quanto mais responsabilidade temos mais solicitados somos.
O que eu quero é só sossego, sombra, água fresca e estar com as pessoas que amo!
Nessas horas me lembro do seguinte trecho do Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry:

 "E foi então que apareceu a raposa:
 - Bom dia, disse a raposa.
 - Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
 - Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
 - Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
 - Sou uma raposa.
 - Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
 - Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.Não me cativaram ainda.
 - Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:
 - O que quer dizer cativar ?
 - Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
 - Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
 - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.Significa criar laços...
 - Criar laços?
 - Exatamente, disse a raposa.Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
 - Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
 A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
 - Por favor, cativa-me! disse ela.
 - Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
 - A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"


10.2.16

Das tradições culinárias...depois de mais de 100 anos, durante o feriado de Carnaval, reproduzi a receita de bacalhau da minha trisavó Carlota (minha avó também se chamava Carlota), com maestria.Uma trentina de personalidade forte, figura arrebatadora, casou-se duas vezes.Sou descendente da segunda rodada.
Ao ficar viúva, ainda moça e com dois filhos pequenos, não pensou duas vezes e casou-se correndo com seu primeiro namorado.Na verdade foi só o tempo dele receber sua carta apaixonada e embarcar num vapor para o Brasil. Aí teve mais dois filhos, entre eles: meu bisavô Dante.
Há anos minha mãe não preparava esta receita e resolvi arriscar...o resultado foi uma iguaria de comer rezando.
Ao me ver montando o prato, o cara metade chegou a me perguntar se daria certo.Claro que sim, respondi, ainda sem ter certeza.
Para quem quiser experimentar, deixo aqui a receita da forma que me foi passada. Não tem medidas porque é tudo feito meio a olho.
Numa panela grande e alta, de fundo grosso, coloque azeite e uma camada de chuchus (usei 2) em rodelas largas.Esta é a base que costuma ficar levemente sapecada.
Na sequência, colocar em camadas:
Batatas em rodelas previamente cozidas "al dente" na água que aferventou o bacalhau
Bacalhau em lascas, dessalgado e aferventado
Tomates crús em rodelas
Uma mistura preparada com farinha de rosca, parmesão ralado, pimenta do reino, orégano e sal.
Cebolas cruas em rodelas
Regar com azeite
Repetir a operação.
Depois da cebola e do azeite, adicionar 4 conchas do caldo do bacalhau, que também foi usado para cozinhar as batatas.
Levar ao fogo baixo, com tampa.
As cebolas e tomates farão água, deixar ferver para reduzir.Não pode secar, senão queima o chuchu do fundo.
Usei aproximadamente 700 gr. de bacalhau, 2 kg de batatas, 3 cebolas grandes, 5 tomates, 100 gr. de farinha de rosca, 50 gr. de parmesão ralado.


7.2.16

Escutei lá no Delito de Opinião.
E, de cara, fiquei encantada!!!


Quanta coisa boa tem por aí nesse mundão...
Domingo combina com Florbela...gosto tanto que fica difícil escolher um só poema:


5.2.16

Sobre o resfriado/gripe/Influenza que peguei, e também sobre todo o resto, só tenho uma coisa a dizer: