24.3.19

O You Tube sempre me trazendo belas interpretações de músicas já conhecidas, como esta versão de Canção do Mar :



Escutar Elmira Kalimullina e Pelageya Khanova, é como ouvir minha tia avó russa falando em português.Eu gostava de escutar aquele sotaque e suas histórias carregadas de saudosismo. De russo mesmo em mim, acho que o traço mais marcante é a resiliência e o gosto pela culinária e pela música.
Falando em música:



E falando em saudade...tenho sentido tanto a falta do meu pai.Mas não posso falar com a minha mãe, com o cara metade e muito menos com meu filho porque sei que eles sentem tanto quanto eu. Desde que meu filho nasceu passamos a chamar meu pai de vô.
Tenho escutado muito o cara metade dizer: o vô que me ensinou isto, o vô que me ensinou aquilo, se não fosse o vô e etc.
É estranho que mesmo sabendo que ele não vai responder eu ainda falo com ele.
Também, aconteceu algo interessante na minha internação, acabaram me colocando no mesmo quarto que meu pai ficou antes de falecer.Foi uma semana de muita dor e sofrimento para ele. Quando coloquei os pés para dentro pensei em desistir, em pedir para mudar de quarto, mas pensei melhor e me perguntei se eu era uma mulher ou um rato e definitivamente sou uma mulher, então fiquei.Mudar de lugar não muda o que sentimos.
Enfim, assim são as perdas...aquela minha tia avó, do início do texto, costumava dizer que o pior de ficar velha era a quantidade de pessoas que amávamos que nunca mais vemos.
Posto que não pareça é muita gente!

Voltando ao YouTube, este aqui é para escutar com tempo:

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