30.8.13

Com uma irritação de desidratar até melancia e os cabelos ainda úmidos, presos num coque desde o banho da manhã, resolvi deixar o escritório mais cedo.Mal saí da garagem tocou o celular e eu calmamente respondi que só resolveria a questão que me trouxeram na segunda feira.Isso eu chamo de direito conquistado.Soltei os cabelos e o percurso do escritório até minha casa foi suficiente para secá-los.Estou pronta para o compromisso desta noite.
Entrei pela sala e fui direto para a cozinha pensando no que eu poderia levar.Somando o que eu tinha no armário com o que eu tinha na geladeira deu um bolo de frutas com essência de cassis.
E que não me peçam a receita, porque funciona mais ou menos assim: bati três claras em neve e reservei. Depois misturei bem umas 4 colheres de sopa bem cheias de margarina sem sal, três gemas, dois copos de açucar demerara e em seguida um copo de aveia em flocos.Acrescentei aos poucos um copo de leite, uma xícara de café de calda de cassis para sorvete e farinha de trigo até dar o ponto ideal, uns três copos.  Desliguei a batedeira, acrescentei duas colheres de sobremesa de fermento em pó, as claras e neve e duas xícaras de nozes e frutas secas picadas.Usei damasco, uva passa branca e preta, mamão, nozes e castanha do pará.
O bolo ficou mais ou menos como o da foto só que um pouco mais alto e mais fofo:


 (Fonte da imagem: http://www.pilotandoumfogao.com.br)

29.8.13

No próximo dia 06 completarão exatos sete anos que entraram aqui em casa.
Depois disso já fomos assaltados outras vezes, só que na rua.Mas eu precisei de quase sete anos para voltar a querer arrumar minha casa como ela merece.Foi quase o mesmo tempo para eu querer comprar um anel, ainda que bijuteria, mas um anel (ainda não o comprei).
Pela primeira vez penso, com prazer, em renovar meu guarda roupa.No dia seguinte ao assalto a minha vontade era de sair nua à rua, assim não teriam mais o que levar.Bolsas eu ainda não tenho vontade de comprar.Assim como qualquer coisa à qual possa ser atribuído um certo valor.
Algumas marcas ficam, como o cheiro da mão do homem que me rendeu, tampando a minha boca para que eu não gritasse.A cama do quarto tive que mudar de lado, agora fica mais longe da porta.Durante todo o tempo, com os olhos voltados para baixo, eu só avistava a soleira da porta e uns pés passando de lá prá cá no corredor.Cada vez que eu via passar os pés do meu filho eu sentia um frio na espinha.
Foram minutos, na verdade horas, intermináveis.
Mesmo mostrando sinais de superação do trauma, eu gostaria que setembro passasse logo!
Comprei uns livros, peguei uns emprestados, separei alguns filmes e assim tento não lembrar daquilo que não me faz bem.
Ah, sim, lembrei, de beijo eu gosto também, principalmente dependendo do contexto, como no video
abaixo:

 

26.8.13

Hoje reclamei do tempo seco e quente, abafado, desagradável.O que me faz desejar ainda mais minhas merecidas férias, outra vez. E faltam ainda, aproximadamente, uns 200 dias.
Abro minha mailbox e encontro o vídeo de uma nova música do Oswaldo Montenegro falando, mais ou menos, sobre um tempo seco.Não tem jeito, gosto mesmo de tudo o que ele toca e canta:


Pois é...aí não teve jeito e tive que escutar outras músicas, né?



24.8.13

Nos anos 80 havia por aqui um restaurante administrado por devotos do movimento Hare Krishna.
Pelo menos uma vez por semana eu almoçava lá e hoje só o que eu queria era um pouco do delicado e refrescante rasmalai.



A Mel ensina como fazer no Angu & Pirão.
Na verdade, agora, às 22:30h, eu gostaria que este potinho de rasmalai se materializasse bem aqui na minha frente.
Simples assim!

21.8.13

Permitir-se é tão urgente e preciso que nem dá prá pensar duas vezes!
As pessoas se permitem tantas coisas e eu me permito gostar.De músicas, de filmes, de livros, de frases feitas, de lugares, de cheiros, sabores e principalmente de gente, mais ainda de gente que me faz sorrir!


Também de gente que me faz sentir amada, gente que me abraça, gente que ri comigo e até mesmo de mim.Afinal sou uma graça de pessoa, interessante, divertida e nada modesta.
Ah...agora descobri que tenho uma voz doce também! No sábado, no meio de uma reunião sobre o projeto de um longa metragem, eu pensando que a pessoa iria dizer algo à respeito do assunto em questão , ela me solta um grande despropósito em alto e bom som:
- Você tem noção de como a sua voz é doce ao telefone? Alguém já lhe disse isso? Alguém já lhe disse o prazer que é falar com você ao telefone, a paz e o aconchego que você transmite?
Olhei para os lados, para os olhares surpresos do meus colegas e um tanto desconcertada respondi:
 - Não! E rapidamente voltei a enumerar o que eu considerava imprescindível para a elaboração do roteiro do longa.
Ultimamente tenho me permitido abusar do meu charme e simpatia, mas não é para tanto, né? Bem, esta segurança toda eu adquiri foi com a idade, na verdade, de uns poucos anos prá cá.Ou então com a forma como tenho lidado com a vida.Talvez eu esteja esteja recebendo o que ando dando.
Ainda sobre do tema : Permitir-se! assisti ontem, acho que pela sexta ou sétima vez, um filme que gosto muito:

Leve e divertido!

17.8.13

Neste domingo iremos relembrar os antepassados maternos.
Desde que meu pai pegou pneumonia, e ficou internado, estamos nos reunindo aos domingos aqui em casa.Uma excelente oportunidade para revermos antigas receitas de família.
Já temos no cardápio de amanhã: salada de beterraba, salada de pepino e tomate e kachapuri.
Fora o bolo de mel da minha mãe, que leva nozes, chá preto e cacau.Batido na mão, uma vez que não havia batedeira antigamente.
Aliás, a maioria das receitas que estamos experimentando usa muito as mãos.Para misturar, picar, bater, sovar e etc.
Manusear o alimento assim tão intimamente pode ser considerada também uma demonstração de amor e carinho.


13.8.13


E tem dias em que todas as palavras não bastam para explicar aquilo que não tem explicação:

4.8.13

Como tive somente uma avó e ela não era muito presente, não que não quisesse, mas porque morava longe e naquela época a tecnologia não era tão avançada como nos dias de hoje, toda a minha cultura caseira veio da minha mãe.Os ditados populares aprendemos com uma moça que trabalhou em casa, a Zefa.Um que ela gostava muito era: O que os olhos não vêem, o coração não sente.
E eu, claro, não concordava.
Levei anos para compreender o que significava.Para ser bem honesta só hoje começo a concordar que é melhor não ver para não sentir.Antes eu achava que este distanciamento forçado era fuga, covardia, mas não, é simplesmente instinto de sobrevivência.
Complementando o que a Zefa dizia, minha mãe tentava me explicar que existe um distanciamento necessário.É o que nos garante sermos nós mesmos.Como adolescente eu queria ser muito mais que somente eu mesma.Apaixonada, eu queria fundir minha alma a outra, ou mesmo a um grande ideal.
Aprendendo aqui e alí, amadureci e atualmente quero viver, sentir, amar e até mesmo detestar somente o que está ao alcance das minhas mãos.Aquilo que posso ver, escutar, apalpar, cheirar e provar, respeitando sempre a minha individualidade!


The Five Senses - Hans Makart

3.8.13

Ando cuidando dos que estão mais próximos.Os mais distantes que me perdoem.Volto a socorrer-lhes assim que for possível.
No final de um dia cheio, depois de um banho reconfortante, não há nada como escutar músicas no silêncio do fone de ouvido, na penumbra e com os olhos levemente fechados.
Outro dia, numa propaganda de uma instituição financeira escutei uma música que me soava familiar.
Aqui está ela: