20.9.11

Fui convidada para escrever algumas vezes no agora adormecido blog "É tudo gente morta".
Foi um enorme prazer compartilhar minha modesta escrita com gente que escreve muiiiitooo bem. Vou aproveitar a atual falta de tempo para fazer um copy/past dos textos.
Enjoy:

Vengeance Amère, par Turmalina

A Turmalina não resistiu à tentação da imagem. E respondeu-lhe em francês, com petite histoire a condizer.

Vengeance Amère
par Turmalina

Só mais uns minutinhos e minha vingança estará completa, pensava Anette, debruçada sobre o balcão do Théâtre de l’Odéon.
Foram anos de espera e angústia. E como ele fora tolo. Ela armara tudo direitinho.
Aquela bela loira que sentava-se agora ao lado de Jacques fora perfeitamente plantada em sua vida. À distância, o único trabalho de Anette era o de regar a moça muito bem regada para que seu plano fosse perfeito.
Moça pobre, nascida lá pelas bandas do Marais, bem talhada e com uma facilidade de aprendizado irrepreensível. Nem foi preciso muito para que ela se transformasse numa cortesã de altíssimo nível.
A pobreza ajudou-lhe também a desenvolver requintes de crueldade invejáveis.
Foi assim que elas livraram-se do pobre do Antoine da rue du Fouarre. Afinal ninguém poderia saber que elas compraram o veneno. Seria assinar a culpa sobre o repentino mal estar seguido pela morte súbita e indolor de Jacques.
Se bem que Anette pensava que a morte dele deveria ser mais lenta. Mas o tal veneno não deixava rastros e resolveria praticamente todos os seus problemas.
Pelas contas de Anette, Jacques cairia duro em no máximo 15 minutos. No intervalo, a efusiva acompanhante de seu ex amante deu um jeito de avisá-la que a missão havia sido cumprida com sucesso.
O que ela não esperava é que o Inspetor Bossuet estivesse observando-a lá do outro lado do teatro. Ele desconfiava que ela fosse a mentora de um crime inevitável que estava prestes a acontecer.

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