27.8.11

Estou traduzindo para o inglês o roteiro de um amigo, baseado num conto infantil.Apesar do conto ser dirigido às crianças, me peguei aqui pensando nessa relação de saudade e amor que muitas vezes fica nos incomodando. Quando a menina prende o pássaro encantado na gaiola ele diz:

PÁSSARO

Oh, menina ... o que você fez? Isso irá quebrar o feitiço!
Minha punição será perder a cor de minhas penas
e eu vou esquecer todas as histórias da minha vida ...
e se eu me esquecer das minhas memórias
o amor vai embora para sempre ...


E fiquei aqui pensando no amor que se diz livre, na saudade confessada, nas verdades e mentiras que queremos acreditar e percebi que muitas das minhas memórias são tristes.E o que fazemos com elas? Se negarmos a sua existência corremos o risco de repetirmos os mesmos erros. Embora acho que não tenha errado, mas sim seguido por outros caminhos que iam aparecendo durante o trajeto, ou então, pela estrada de tijolos amarelos.
Do amor, daquele que me encanta, acho que nunca fui muito crédula.Eu amo tudo ao meu redor, amo a vida acima de todas as coisas e todas as coisas vivas.Talvez por nunca ter acreditado muito no amor que me confessam. E dá prá viver muito bem assim.E se me tirarem algumas memórias? Tudo bem, invento outras!

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