31.12.09
Feliz Ano Novo!!!!!!!!
30.12.09
Transcrevo aqui parte do texto do Jorge Marcio do Info Ativo Defnet e garanto que vale à pena ler o restante lá no blog dele.
"A Terra, na verdade, nos fala em termos de forças, de ligações e de interações, o que basta para fazer um contrato. Cada um dos parceiros em simbiose deve, de direito, a vida ao outro, sob pena de morte.Tudo isto permaneceria letra morta se não se inventasse um homem político..." ( Michel Serres - O Contrato Natural)
O filósofo francês Michel Serres escreveu este livro em 1990. Passaram-se 20 anos e ainda não inventamos um novo homem político, ou seja um novo homem político-estético e ético. O livro Contrato Natural tem sido minha leitura de cabeceira, desde do encontro e representação espetacular sobre mudanças climáticas da Terra em Conpenhague. Aliás o tema já se esgotou na mídia, como bem nos interessa na Sociedade do Espetáculo, onde nossos representantes políticos cada dia mais se aprimoram nessa arte: o mise-en-scène, o palco/palanque hipermidiatizado da macropolítica . Tudo tem sua efemeridade garantida, e o assunto do momento pode ser apenas mais uma catástrofe, nevasca, tornado, furacão, enchente ou devastação florestal, quem sabe outro tsunami, ou mais uma campanha eleitoral. ".
E Serres utiliza este quadro de Goya para ilustrar que não podemos deixar a natureza fora de qualquer conflito e que ela é um terceiro personagem de suma importância nesta cena, eu diria até que determinante. Percebam que enquanto lutam os dois homens, estão afundando na lama. Precisamos urgentemente de uma consciência universal que defenda a responsabilidade do homem sobre a natureza, mas não subjugando-a e sim respeitando-a e amando-a acima de tudo.
28.12.09
Em 2010...
Com as asas de um cisne submergido,
(Pablo Neruda)
27.12.09
Pavê de Abacaxi para a Zoe
Fomos almoçar na minha mãe e eu acabei ficando por lá quase que até agora. Gosto de ficar, sozinha, com meu pai e minha mãe num dolce far niente. Na verdade ficamos assistindo shows no DVD e falando da vida. Minha mãe sempre foi uma pessoa muito musical e eu sou grata à isso.E seu gosto é bem eclético, vai da ópera ao rock sem problemas. O que ela não gosta muito é de pagode e sertanejo. Mas um bom samba, e das antigas, também vai. Mal cheguei fui buscar alguma versão do Freddie Mercury com a Montserrat Caballe para ela ( que encontrei no DVD Freddie Mercury - The video collection) e acabei esbarrando num cara que apesar de meio diferentão, eu gosto muito, desde Hot Legs. Compartilho aqui um pouco dele com vocês:
26.12.09
Com a cidade aparentemente vazia eu pensei que todos estivessem viajando e que seria fácil fazer compras no mercado hoje à tarde. Ledo engano...num calor de 30 e tantos graus, o hipermercado estava lotado.Quase que eu desisti, mas como saí de casa determinada a comprar os produtos para a noite de Reveillon, segui adiante.Cheguei em casa derretendo e quase chamando a ambulância, mas finalmente minhas amêndoas, a manteiga e o peito de frango para o arroz de amêndoas estava comprado. Assim como as gelatinas do creme belga e os ingredientes do pavê de abacaxi.Foram as duas receitas mais refrescantes que encontrei...já aproveitei e comprei as bebidas. Bem que a Lulu falou que no Sam's o preço dos vinhos e espumantes são excelentes. São mesmo! A minha parte da ceia está aí. O restante fica por parte dos demais convivas.E se todos falharem, o que nunca aconteceu ainda, teremos um delicioso salpicão e um arroz sensacional, modéstia à parte. Além de duas sobremesas geladinhas...
O salpicão eu faço com a ajuda da panela de vapor.Lá cozinho separadamente as batatas palito e a cenoura julienne, numa proporção de 1 cenoura para 3 batatas.Depois corto em lâminas quase meio pimentão verde e meio vermelho. É pouco, só para dar sabor. O salsão também é fatiado em lâminas.O peito de frango eu cozinho na pressão com um pouco de salsão e cheiro verde, além de uma cenoura e uma cebola inteiras. Depois é só desfiar o frango, juntar os demais ingredientes, um pouco de maionese, um pouco de creme de leite, umas duas colheres de água mineral, um punhado de uvas passas sem caroço, corrigir o sal e está pronto. E para quem aprecia, adicione um punhado de nozes picadas na hora de servir. O ideal é fazer bem cedo para os sabores se intensificarem durante o dia, dentro da geladeira. Afinal o calor está derretendo tudo por aqui e com maionese não se brinca. Tem ainda quem coloque abacaxi, maçã, batata palha, vagem, etc. Aí vai do gosto de cada um. ( Foto: Recepedia )
O Arroz de Amêndoas também não tem segredo.No dia anterior eu já descasco as amêndoas colocando-as alguns segundos em água fervente.Assim a casca sai facilmente, sem traumas.Parto-as ao meio e deixo-as bonitinhas lá na geladeira até quase a hora de servir, que é quando passo-as na manteiga, de boa qualidade e adiciono ao arroz. Para o arroz vou precisar de um pouco de peito de frango desfiado também. Sim, vou servir dois pratos com o mesmíssimo ingrediente, mas como seus sabores ficarão bem diferentes, vai dar certinho. Só que aqui cozinharei o peito de frango, previamente temperado, na pressão sem o salsão e o cheiro verde. A cebola e a cenoura eu mantenho porque já é costume. Faço o arroz com o caldo deste frango cozido e reservo.Numa panela antiaderente passo o frango desfiado na manteiga com sal e em seguida misturo com o arroz já soltinho.Um pouco antes de servir é que eu douro as amêndoas na manteiga e acrescento ao prato, misturando levemente.Sim, é um prato com manteiga à la Julia Child. Na foto acima foi polvilhada canela sobre o arroz, mais uma vez vai do gosto de cada um( Foto: Barriga no fogão)
25.12.09
24.12.09
Ontem foi dia de lembrar os Natais passados...aqueles da infância...posso hoje dizer que nunca gostei da figura do Papai Noel. Enquanto todas as crianças ficavam alvoroçadas com sua presença, eu ficava desconfiada.Quando descobri que ele não estava em todas as casas aí minha decepção foi total.Como assim? E as outras crianças...elas também tinham sonhos...aos 7 anos eu já detestava o chamado bom velhinho. Aí veio a fase de veneração ao filmes bíblicos que passavam na televisão nessa época.Achava lindo o bebezinho que nascia sob uma estrela, cercado de animais.Só não entendia direito porque é que José e Maria fugiam tanto.Imaginem só o que aconteceu quando eu comecei à assistir os filmes sobre a Semana Santa. Acho que me educar nunca foi muito fácil...
Nossos Natais tinham presentes, mas não em exagero como nos dias de hoje. Minha mãe e minha tia, as festas eram alternadas, se preocupavam com os mínimos detalhes.O laço de fita vermelho ou dourado dos talheres, os arranjos de flores, as frutas artisticamente arranjadas, as travessas, a toalha da mesa.Tudo tinha um sentido.Perdi as contas de quantas vezes fui ao centro de São Paulo com elas para comprar bolas de Natal para a árvore.Elas eram super frágeis e vinham em caixas de papelão amarelo.Minha mãe gostava de tudo bem colorido.As lampadinhas não podiam faltar. E não eram como as de hoje, made in china. Eram lâmpadas de um tamanho não muito pequeno, de todas as cores, que eram colocadas em um fio com soquetes e ficavam penduradas na porte externa da casa, anunciando que alí havia espírito de Natal.
Muitos Natais passamos na sogra da minha tia materna, uma vez que eu não tinha avó e a minha outra era muito ocupada com os filhos de uma tia, que vivia largando-os por lá. E na casa da Dna.Luiza o capricho era o mesmo e fora que ela era uma cozinheira de mão cheia.Lembro da animação que era a sua cozinha.As mulheres da casa passavam o dia lá e é uma das lembranças que mais gosto. De pequena eu já era convidada para ajudar na decoração das travessas.E eu adorava!!! É uma pena que ela tenha nos deixado tão cedo...assim como minha tia e tantos outros...
Talvez o Natal tenha perdido muito do seu sentido para mim porque a maioria das pessoas com quem compartilhei de forma espetacular essa data já se foi.
Depois veio a fase dos filhos e sobrinhos.Mas é diferente, porque na famíla do cara metade parece que o Natal é comemorado com mais circustância do que sentimento... Já faz alguns anos que minha mãe preparou uma grande festa de Natal e hoje nosso Natal é bem reduzido, devido à falta de pessoas especiais. Os convites são muitos para esta ou aquela festa, mas honestamente , por enquanto, prefiro ficar na minha casa lembrando com saudade e muito carinho dos Natais passados.Bem, fica aqui então mais um pouquinho de mim e um video para lembrarmos das boas coisas do Natal:
23.12.09
22.12.09
21.12.09
E a frase final deste post (adicionada depois de horas) copiei da Gi, minha amada amiga de coração:
"Comigo viu-se doida a anatomia: sou todo um coração". (Vladimir Maiakovski)
19.12.09
18.12.09
Foi bom, inclusive, para que eu repensasse alguns posicionamentos.Minha primeira atitude foi comprar uma pequena árvore, porque outro dia ele me disse que gosta muito dessas coisas de Natal. Ao abolir estes costumes aqui de casa eu talvez tenha encurtado um pouco a magia da infância.Talvez este significado ainda seja importante para ele.E agora é um momento de acolher e dar segurança, além de, é claro, muito amor.
17.12.09
Aí começa o mimo:
- Mãe, não tem um bolinho, não?
- Mas do quê?
- Do que tiver...
Visitei o Canela Moída , que tem diversas opções de bolos.
Fiz uma adaptação do Bolo de Lavanda e Limão para um Bolo de Laranja que ficou divino...
Ingredientes:
1 copo de suco de laranja
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (chá) bem cheias de fermento em pó
1/4 colher (chá) sal
1/2 xícara (113 g) de manteiga sem sal
1 xícara de açúcar
3 ovos grandes
Modo de fazer:
Pré-aqueça o forno a 180 ºC. Unte e enfarinhe uma forma de bolo inglês média (12,5 x 22,5).
Misture a farinha, fermento e sal numa tigela. Misture a manteiga e o açúcar numa tigela grande e bata com a batedeira até ficar cremoso e fofo.
Junte os ovos, um a um.
Com a batedeira em velocidade baixa, adicione 1/3 da mistura de farinha e bata até incorporar. Adicione metade do suco de laranja e vá batendo. Repita com o restante da farinha e o suco, terminando com a farinha. Bata por mais 30 segundos em velocidade média.
Coloque a massa na forma preparada e alise a superfície. Asse entre 180 e 200 ºC, até que o bolo fique dourado e cozido, em média 50 minutos. Faça o teste do palito.
Deixe esfriar na forma por 10 minutos antes de desenformar.
Obrigada, Canelinha!!!
P.S. Aqui não deu tempo de fotografar, então peguei emprestada a foto da Luisa Alexandra. A cara do bolo ficou igualzinha, só um pouco mais alto na forma!
14.12.09
13.12.09
Estas palavras recebi por e-mail e decidi compartilhá-las porque ao meu coração disseram muito.
A fruta aberta
(Thiago de Mello)
Sou pouco, mas sei muito,
porque sei o poder imenso
que morava comigo,
mas adormecido como um peixe grande
no fundo escuro e silencioso do rio
e que hoje é como uma árvore
plantada bem alta no meio da minha vida.
Agora sei as coisa como são.
Sei porque a água escorre meiga
e porque acalanto é o seu ruído
na noite estrelada
que se deita no chão da nova casa.
Agora sei as coisas poderosas
que valem dentro de um homem.
Aprendi contigo, amada.
Aprendi com a tua beleza,
com a macia beleza de tuas mãos,
teus longos dedos de pétalas de prata,
a ternura oceânica do teu olhar,
verde de todas as cores
e sem nenhum horizonte;
com tua pele fresca e enluarada,
a tua infância permanente,
tua sabedoria fabulária
brilhando distraída no teu rosto.
Grandes coisas simples aprendi contigo,
com o teu parentesco com os mitos mais terrestres,
com as espigas douradas no vento,
com as chuvas de verão
e com as linhas da minha mão.
Contigo aprendi
que o amor reparte
mas sobretudo acrescenta,
e a cada instante mais aprendo
com o teu jeito de andar pela cidade
como se caminhasses de mãos dadas com o ar,
com o teu gosto de erva molhada,
com a luz dos teus dentes,
tuas delicadezas secretas,
a alegria do teu amor maravilhado,
e com a tua voz radiosa
que sai da tua boca
inesperada como um arco-íris
partindo ao meio e unindo os extremos da vida,
e mostrando a verdade
como uma fruta aberta.
(Sobrevoando a Cordilheira dos Andes, 1962)
Thiago de Mello nasceu na cidade de Barreirinha, no coração do Amazonas, no dia 30 de março de 1926. Em Manaus, capital do Estado, fez seus primeiros estudos. Mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), onde cursou a Faculdade de Medicina até o quarto ano. Acabou optando por deixar os estudos médicos e dedicou-se à poesia. Conhecido internacionalmente por sua luta em prol dos direitos humanos, pela ecologia e pela paz mundial, o autor foi perseguido pela ditadura militar implantada no Brasil em 1964. Foi obrigado a deixar sua terra, tendo se exilado no Chile, até a queda de Salvador Allende. Seus trabalhos foram publicados no Chile, Portugal, Uruguai, Estados Unidos da América, Argentina, Alemanha, Cuba, França e outros. Traduziu para o português obras de Pablo Neruda, T. S. Elliot, Ernesto Cardenal, César Vallejo, Nicolas Guillén e Eliseo Diego. (Foto: www.pomagri.com.br)
12.12.09
Resolvi primeiro o que era pertinente ao trabalho para depois passar em algumas lojas conhecidas. O interior, apesar daqui já sermos mais de um milhão de habitantes, conserva ainda alguns costumes antigos. Nas lojas que visitamos com maior frequência somos mais do que clientes, somos amigos e nos conhecemos pelos nomes.E uma passadinha nunca leva menos do que meia hora, afinal amigos que pouco se encontram sempre têm muito o que conversar.
E nos três lugares por onde passei hoje o assunto foi o mesmo, a mulher e o trabalho.Houve unanimidade quando falou-se da carga que carregamos.Está havendo uma inversão e as mulheres estão trabalhando mais que os homens.E eles já não mais reclamam que a mulher saia para trabalhar.Coincidentemente nos 3 casos de hoje todas ganham mais do que os maridos.E eles tb já não se importam mais com isso.
Elas estão até as tampas com assuntos como impostos, salários e tal.Todas são tb mães e quando chegam em casa iniciam nova jornada.É final de ano, estão cansadas, mas resistem bravamente.Entregar os pontos, jamais!
De vez em quando é bom saber que não estamos sozinhas no barco.
Enquanto isso deixo uma musiquinha bonitinha para vocês, assim meio que SUTILMENTE querendo dizer alguma coisa...
11.12.09
E aqui ou assim vivemos...
Trecho do post sobre O Dia Internacional dos Direitos Humanos.Tem muito mais lá na página do Jorge Marcio .
9.12.09
Espero que em Copenhagen ou seja lá em qualquer lugar, que o mundo desperte para as mudanças que andam acontecendo, e acredito eu sim que motivadas por depredação ambiental.
Aqui o sol saiu discreto por entre as nuvens nessa manhã e lentamente a vida vai voltando ao normal.
Ontem ficamos ilhados por causa de uma ponte que não tem nem 3 metros de comprimento. Ou melhor, por causa do rio, que passa por baixo da ponte.Rio este que foi assoreado até o pescoço ao ponto de estar totalmente estrangulado no trecho que beira a cidade.Quando chove muito, ou por mais de dias, ele sobe rapidinho e deixa uma área de aproximadamente 600 mts totalmente alagada, por onde não passa nem ônibus e caminhão. Carros de passeio muito menos.
Não posso dizer que é um erro de engenharia pois a rua e a ponte foram construídas no final do século 19. Os problemas de alagamento começaram só agora no século 21.Então, o que mudou? O rio. Na verdade, ele não mudou, ele foi mudado pela mão do homem.
Os moradores pedem obras para erguer a ponte e a rua, mas como aqui é considerado um bairro seguro não é prioridade da prefeitura. Nada desbarranca e nem casas são invadidas pela água. Apesar de estarmos perto do rio, é uma região alta. E o nível da água sempre abaixa. O máximo que já ficamos ilhados foram 10 horas. Comparando com outras regiões do país isso não é nada, somos até privilegiados.
8.12.09
(...) Daylight whipped me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I open up my eyes
I find myself alone, alone, alone
Above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me.(...)
Afinal os brutos e os esquisitões tb amam :o)
7.12.09
Os antigos celtas viviam em simbiose com a natureza. Ela lhes fornecia abrigo e alimentos, e em agradecimento a humanidade a respeitava e reverenciava. A Voz da Floresta era uma ponte entre o mundo dos deuses e o dos homens. As raízes das árvores representavam o conhecimento profundo da Terra. E o tronco unia as raízes ao céu, trazendo este conhecimento à luz.
Mas a Igreja Católica fez o favor de acabar com essas culturas classificadas como primitivas.Eu ia enumerar uma série de coisas que acho que não obedecem mais a ordem natural das coisas, mas achei um tanto deprimente e desisti.
Então tomar um bom banho, porque graças à Mãe Natureza isso ainda é possível, e trabalhar, porque é preciso.
5.12.09
tu fossi musica,
Se il sole fosse dentro te,
se fossi veramente
dentro l'anima mia,
allora si che udir potrei
nel mio silenzio
il mare calmo della sera.
Però quell'immagine di te
cosi persi nei miei occhi
mi portò la verità,
ama quello che non ha
l'amore, amore mio."
Não é por nada não, mas esses versos são lindos, lindos de doer...
Aí embaixo tem a tradução em inglês.
Ontem acordei cedo, bem cedo, às 4:30h da madrugada para deixar o cara metade no aeroporto às 5 :30h, da ainda madrugada. E como o filho não tinha aula, fui diretamente para o trabalho. Às 6:30h, o rapaz do estacionamento do escritório fez cara de espanto, mas não disse nada. Subi os elevadores quase zumbi. Os corredores ainda estavam escuros.
O dia foi amanhecendo lentamente e em silêncio. Os sons das outras 400 salas do edifício iam surgindo aos poucos, como uma orquestra afinando os instrumentos. Com isso o trabalho foi rendendo, rendendo, rendendo e ao meio dia estava tudo pronto.Fiz uma ou outra coisa e às duas da tarde vim para casa pois aqui me esperavam o pedreiro/encanador e o rapaz que regula o aparelho de gás que aquece a água do banho.
Já estranhei porque o portão estava aberto, mas enfim não abandonei meu extremo otimismo e segui adiante sem muito pensar.Ao abrir a porta de casa me deparo com meu filho, o pedreiro/encanador, o rapaz do gás e dois assistentes.Eles me olhavam com aquela cara de " e agora?". O rapaz do gás foi o primeiro a falar e explicou que sem a bomba que pressuriza a água era impossível regular o aparelho.Tudo bem, até aí eu entendi que estava sem banho. Aí foi a vez do pedreiro/encanador dizer que alguma coisa tinha dado de errado com a bomba e que ela não funcionou.Tudo bem, até este ponto eu tinha entendido tudinho. Por último foi meu filho quem falou e disse que estávamos sem força. E que mais três vizinhos também.
Muito calmamente entrei no quarto, fiz uma malinha, disse que estava fechando a casa e indo para a minha mãe. Agradeci aos rapazes presentes e decretei que só voltaria a cuidar disso na segunda feira.Já na minha mãe liguei para companhia de força e luz. Às 11 da noite eles retornaram a ligação dizendo que a energia tinha sido reestabelecida.O interior tem dessas coisas.
Vou dizer que que foi uma noite maravilhosa.Depois de não sei quantos anos voltei a dormir no quarto da minha adolescência. Mudou muito, mas continua acolhedor, com aquele tipo de aconchego que só recebemos na casa da mãe.Voltei no tempo quando percebi que o espelho aonde me olhava todas as manhãs continuava lá.Um espelho retangular comum, com moldura de madeira, mas salpicado de estrelas que brilham no escuro. As estrelas já não brilham mais, a madeira da moldura está bem envelhecida, mas eu continuo lá e sorrindo.
Hoje ao acordar eu podia sentir o aroma do café se espalhando pela casa.Tomei um banho rápido naquele banheiro de paredes verde musgo aonde me arrumei tantas vezes.Em seguida tomei aquele café incomparável de mãe com o meu filho.
Estava tudo muito bom mas eu tinha que verificar o que tinha acontecido em casa.Descobri que a força voltou parcialmente, eu que não entendo nada disso percebi que falta uma fase.Liguei na companhia de força e luz e o rapaz me informou que isso se deve à um curto circuito interno. Luluzinha que sou, liguei os pontos e deduzi que o problema deve ser na ligação do pressurizador.Desliguei o disjuntor da bomba de água e o quadro de força que estava pegando fogo, esfriou. Agora estou esperando o eletricista.
Enquanto isso, que tal tomarmos um cafézinho, héin?
3.12.09
- Não estou mais cabendo nas minhas calças. E quer saber, não vou mais fazer dietas.Vou é comprar um número maior.
Eu só levantei os olhos e fiquei encarando-a. Afinal ela sempre foi disciplinadíssima com o corpo.Não satisfeita ela continuou:
- Porque na verdade as gordas são mais felizes.
E eu, a gorda em pessoa, fiquei só escutando aonde aquilo ia dar.
- Este final de semana eu escutei que gorda é que nem mortadela, quem come adora e não conta que comeu.
Eu ri e continuei esperando o que viria. Achei que ela fosse me perguntar algo sobre a minha intimidade ou qualquer coisa do gênero.Mas não, antes de se levantar ela encerrou o monólogo com a seguinte frase:
- Eu cansei de desfilar por aí com um corpinho bonito, eu quero é ser bem comida e de preferência que ninguém saiba.
Esse é o meu dia a dia!
Baseada em fatos reais conto uma rápida passagem do meu dia de ontem.
Maria e José estão na faixa de quarenta anos e moram numa casa confortável ao lado de um lago não muito grande. Maria é artista plástica e adora carpas. Fez em casa um pequeno lago com capacidade para umas 12 carpas grandes. Aliás suas carpas sempre foram motivo de orgulho e com razão.São duas figuras que aparentemente levam uma vida normal, trabalho, casa, filhos, gatos, cachorros e carpas.
No último domingo eles começaram à beber, beberam tudo o que tinham em casa, fumaram também tudo o que tinham e acabaram prá lá de doidos no final da tarde. No meio daquela doideira toda resolveram liberar as carpas no lago ao lado da casa. É melhor nem imaginarmos como é que eles fizeram para carregar estas carpas até o lago.
Até aí tudo bem, cada qual curte a sua doideira como quer. Só que na segunda feira bateu o remorso e os dois passaram o dia ligando para os amigos para saber como é que eles iam fazer para recuperar as carpas. Os experts disseram que não tem mais jeito.Mas Maria está inconsolável e se passarem por aquelas bandas, à qualquer hora do dia, ainda poderão vê-la sentada num banquinho na beira do lago, na tentativa de recuperar pelo menos uma das suas tão amadas carpas.