E numa tarde qualquer de domingo como a de hoje eu virei a página de um livro bom, mas que infelizmente me fazia perder o sono. Eram tantas as incertezas que virar a página foi covardemente minha melhor atitude.
A vida passa, a idade passa, amadurecemos e um dia este velho livro cai da estante direto em minhas mãos. Agora sim tenho a maturidade suficiente para folheá-lo. Primeiro tiro a poeira da sua capa para em seguida relembrar o primeiro capítulo. Passo à devorá-lo. Perco a sono, perco a fome e então, depois o que acontece???
Descubro que o livro está em branco à partir daquela página que um dia virei. Não, não... espere, parece que tem alguma coisa em letras miúdas. Sim, é mais uma parte da minha história e recente. Não, não...as letras estão se apagando. Por que? Por que? Eu ainda tinha tanta coisa prá ver.
Não sei porque insisto neste velho livro. Eu devia é queimá-lo no fogo para nunca mais. Ah...aqui estão os fósforos. Eu tento uma, duas, três vezes, mas não consigo.Pego o livro e devolvo na estante. Quem sabe um dia ele me caia nas mãos outra vez. Até lá vou escrevendo a vida como sei, afinal sabê-la já é muito.
Um comentário:
Oi Turmalinda
Tenho um livro desses, mas as páginas sempre estiveram abertas, e sempre estarão. A história pode ter pausas, umas mais curtas, outras nem tanto. Tem histórias que duram uma eternidade, acredito que meu livro seja assim.
*Clau
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