16.7.19

Quase nunca vou ao centro da cidade, afinal vivemos em bolhas.
Ontem tive de ir ao shopping, coisa que detesto. Hoje em dia eles são tão grandes que correspondem a verdadeiras cidades.São as muitas cidades dentro da própria cidade.
Tem os bairros periféricos, o entorno do aeroporto, os mega shoppings, os condomínios fechados, as áreas rurais, os bairros charmosos da classe média alta e áreas de proteção ambiental como a que eu moro, além do centro. Cada região tem suas particularidades e características bem específicas.
Durante os meus anos de prática de jornalismo conheci bem as áreas periféricas, assim como a vida dentro das universidades. Falta de saneamento, violência, desemprego, falta de controle de natalidade e fome eram temas recorrentes. Enquanto que professores doutores passavam a vida entre pesquisas e mais pesquisas sobre um mundo que eles não conhecem de fato. 
No entorno do aeroporto moram tipos "esquecidos" pela sociedade.Penso o que vai na cabeça destas pessoas que dormem e acordam ao som de grandes turbinas.Com o que elas sonham?
Tenho pavor do mundo plástico e fantasioso dos shopping centers, até a comida lá não parece real. O que não é muito diferente da vida dentro dos muros dos grandes condomínios.
Os bairros charmosos da classe média alta possuem restaurantes elegantes, muitas árvores, floreiras nas janelas, algumas ruas de paralelepípedo, padarias e colégios tradicionais, uma realidade bem distante das pessoas que lá trabalham. São verdadeiras ilhas da fantasia!
Nas áreas de proteção ambiental estamos em contato direto com a natureza. Esqueçam qualquer luxo e aprendam a viver conforme os mandos e desmandos da Mãe Natureza.Continuo achando o ambiente mais saudável para se viver.
Mas aí vamos ao centro, o local aonde todos, uma hora ou outra, acabam indo.É um choque de cultura, realidades e educação.
Hoje tive de ir a um posto do INSS.
Depois de uma hora e quarenta minutos fui atendida, enquanto isso fui escutando histórias e mais histórias da pessoas que alí estavam procurando atendimento.É muita falta de informação em um lugar só.A maioria estava lá sem motivo e muitos acabaram perdendo a viagem.
A comunicação entre o cidadão e o atendente é difícil, diversas vezes tive vontade de me meter na conversa para simplificar as coisas.Num jogo de perguntas e respostas os dois lados parecem adversários e eles demonstram medo.É falta de informação de um lado contra a falta de formação do outro.Por isso é tão demorado.
Eu não levei nem 15 minutos depois que a atendente me chamou, mas eu sabia o que tinha ido fazer lá e conseguia compreender o texto pronto que a mocinha sorridente repetia.
O que eu levo de tudo isso? Que eu não posso mudar o mundo...infelizmente.

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