25.7.18

Pára tudo!
Me peguei lendo um livro intenso, muito bom, mas extremamente pesado: As últimas testemunhas, de Svetlana Alexievich.
Pensei que talvez não seja o melhor momento da minha vida para me envolver com tema tão humano e doloroso, uma visão única da guerra, relatos de sobreviventes, todas crianças, que carregam consigo lembranças muito amargas.
Resolvi parar e voltar num outro momento.
Já basta o que tenho escutado dos médicos nas últimas semanas, são hipóteses, prognósticos, de um futuro um tanto sombrio.
Mas pera lá, eu me sinto ótima.Então por que raios vou me deixar levar pelo desânimo?
Nani nani não.
Quero ler coisas leves, necessariamente não tão leves assim, mas enfim, quero palavras como as da Luciana, no Borboletas nos Olhos:

"Pode ser o jeito como você anda. O timbre da sua voz. O modo como qualquer parte do meu corpo parece caber exata na sua mão. O cheiro morno do seu pescoço. A forma como para, às vezes, e fica me olhando nos olhos mas vendo uma pessoa que eu não sei direito ser. Logo se agigantam os meus braços, se movem descoordenadas as mãos, o corpo bambeia e a pele fica quente. Ou pode ser só aquele vinco que todas as suas calças tem, tão bem engomadas, tão estranhas ao seu jeito distraído. Pode ser porque era tarde, a vida em crepúsculo e tem tons mais lindos que os de bronze, laranja e aquele amarelo avermelhado mesmo que provavelmente já tenha ido mais tempo do que o que vem? Pode ser porque você nunca diz o que eu espero, mas sabe suspirar na hora exata quando vê um filme que eu gosto. Pode ser apenas porque fizemos ser, sempre fui boa em inventar histórias e você, é bom em quê?"


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