Umbigocentrismo não é privilégio somente da classe política.Vivemos no mundo das prioridades e em primeiro lugar está sempre o EU.
Uma vida inteira caminhei no sentido contrário do egocentrismo e confesso que diversas vezes tentei pensar primeiro em mim, mas não consigo.Estou sempre pensando nas pessoas que me cercam, nos animais que meus olhos perdem de vista e até mesmo no ar que todos respiramos.Já procurei mas não encontrei em mim um botão liga/desliga.
E voltando à relevância que a maioria das pessoas dá às coisas, andei analisando algumas pessoas que conheço.É cômico, ou talvez seja tragicômico.
Tem quem me procure somente quando tudo deu errado, ou quando precisa de uma boa companheira de viagem e inclusive quando precisa escrever algo para alguém.
Tem aqueles que lembram de mim nas datas festivas e descobri que tem ainda quem me procura somente aos finais de semana ou então exclusivamente durante a semana. Tem também aqueles que somem no verão ou então no inverno.Já eu, sou irritantemente, linear.
Isso sem contar as pessoas que depois de mortas, descobri que me adoravam!!!Porque não disseram antes?
O gostar do outro, genuinamente, anda cada vez mais escasso. A questão nem é falta de tempo, isso é desculpa esfarrapada.O que estamos nos tornando? Um personagem infeliz de Aldous Huxley?
Prefiro o Admirável Mundo Novo de Shakespeare:
“Ó, maravilha!
Que adoráveis criaturas aqui estão!
Como é belo o gênero humano!
Ó Admirável Mundo Novo
Que possui gente assim!”
(William Shakespeare, A Tempestade, Ato V)
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