Eu já devo ter dito por aqui que não gosto de festas de Natal. E isso desde pequena, quando eu no começo tinha medo e depois desconfiava da figura do Papai Noel. Sempre tive um bom ouvido e quando passei a associar as vozes às pessoas, acabou a farsa.
Depois vinha a história do nascimento de Jesus, que pouco depois, quando descobri o significado da Semana Santa, encaixou-se muito bem à minha aversão às festas. Eu não concordava com todo aquele luxo reinante nas comemorações de Natal, quando na realidade o tal Jesus de quem tanto falavam nasceu numa manjedoura, depois que seus pais precisaram fugir da sua terra natal, porque ele, mesmo ainda sem nascer já era jurado de morte.
Mas enfim, o Natal, dizem, serve para reunir as pessoas.Desde que minha tia morreu, todos os anos fazemos um Pré-Natal com meus primos e suas famílias. Sim, aquela menininha pela qual sou apaixonada, que hoje tem 5 anos de idade e que minha tia não conheceu, é filha do meu primo mais novo.
Outro dia comentei que não tive contato com avós. Buscando pela memória descobri que na família da minha mãe faltaram mães.Minha avó era a única mulher entre todos os filhos. Ela teve duas filhas, minha tia e depois minha mãe.
Do segundo casamento do meu avô, nasceram também duas filhas que nunca tiveram filhos e não pretendem mais ter. Minha avó morreu seis meses antes do meu nascimento. Assim como minha tia, ela também não conheceu sua única neta. Que no caso da minha tia é aquela menininha linda por quem sou apaixonada.Daí que, de todas essas avós e tias, só sobrou minha mãe.
É meio confuso, né? O fato é que sempre faltaram mães na familia da minha mãe. Ou então, tudo sempre girou em torno de uma única mãe e faltaram avós.E todos sobrevivemos à isso.
Apesar dos quase quarenta graus eu ainda me animei e preparei um pavê com biscoitos champagne embebidos em vinho do porto Vintage, para o almoço de amanhã. Na verdade, é uma das sobremesas que eu faço que minha mãe mais gosta e ela merece!
6 comentários:
Ah, eu sempre gostei de Natal, mas nunca tive nem luxo nem papai noel, então deve ser por isso..só tinha mesmo era casa cheia e cheiro de comida no forno.
Fiquei na maior vontade da sua sobremesa...
Não deveríamos nunca esperar por uma época específica para festejar a família. Até porque está mais que provado que Jesus não nasceu em Dezembro :) Eu não festejo o Natal!
Lu, na casa da minha tia e da minha mãe, quando éramos pequenos, sempre montou-se árvore de Natal e para a mesa ia sempre a melhor louça.E a comida era também especial.E tínhamos que usar roupa de festa.Me colocavam vestido, sapatos e meia calça, coisa que eu detestava.Disso tudo eu só mantive o arroz com amêndoas que faço todo ano, com ou sem festa.E o cara metade gosta de assar o pernil no forno à lenha para o almoço do 25.
Quanto ao pavê, a receita é super fácil:
No liquidificador você bate 1 lata de leite condensado , duas dessa medida de leite de vaca, 2 colheres de sopa de maisena diluídas em meio copo de água, 1 gema e algumas gotas de baunilha.
Leve ao fogo baixo até ferver e engrossar, mexendo sempre para não empelotar. Eu reservo uma xícara desse creme para a cobertura.
Prepare 1 copo de vinho do porto com meio copo de água para embeber os biscoitos champagne.Não precisa embeber muito, é colocar, virar e tirar.
Para essa quantidade de creme eu uso 2 pacotes de biscoito, que dá duas camadas.
Num pirex transparente eu coloco uma fina camada de creme, os biscoitos, o creme e novamente os biscoitos.
Para a cobertura eu misturo uma lata de creme de leite, sem o soro, àquele creme reservado no início.Bato com o garfo e coloco sobre a última camada de biscoitos.Eu não coloco açucar porque não gosto de pavê muito doce, mas se preferir pode colocar umas duas colheres.
Ainda sobra espaço para decorar.Você pode usar desde coco ralado até cerejas, pêssegos ou abacaxi em calda, só lembra de escorrer bem antes de colocá-los sobre o creme.
E bom apetite!!!
Ameixinha...há anos eu não monto mais árvore e nem faço festa de Natal. Para o jantar do 24 eu costumo fazer o arroz com frango e amendôas, porque todos gostam. No dia seguinte assamos um pernil, porque é prático e comemos com molho e de preferência no pão francês.E não é preciso nada especial, presentes, roupas de festa,uma louça bonita e etc.
E se não der vontade, não fazemos nada e eu deixo para fazer isso na virada do ano. Tudo sem obrigação e quem vier sempre é bem vindo. Porque na verdade celebramos a família o ano todo :o)
Turmalina
que gentil partilhar a receita. Grata, mesmo. Vou tratar de experimentar na entressafra Natal/Ano Novo, rsrsr.
Bjs
Graças a Deus, tive sorte com a maternidade: posso dizer que sou filha de três mulheres nessa vida, no mínimo. Minha mãe que me pariu, e mais duas que não partilham comigo seus genetogramas, mas seus "afetogramas". Para completar essa boa relação com o arquétipo materno, falta apenas poder vivê-lo do outro lado, que não o de filha...
Um beijo grande.
Salaam
Layla
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