Simplesmente me vi lá no Nirvana (isso daria um filme), conversando com a Dna. Morte.Na verdade ela riu de mim, rebateu todos os meus argumentos.Sim, eu transpiro e transfiro amor demais, exageradamente. Aqui quem ri é Freud. Me apego às pessoas.
Na verdade isso aconteceu depois de uma certa idade, porque eu já fui uma adolescente normal bombardeada por informações consumistas e tinha lá meu apego material.Hoje eu consumo gente, meu alimento é minha relação de amor com as pessoas.
O que me salvou foi o cinema e a literatura, acho que muito mais o cinema. Dickens e José Mauro de Vanconcelos também passaram por aqui.
Acho que o princípio de tudo foi ao 11 anos, num visita à um clube de campo. Enquanto os demais ficavam na piscina eu me enfiava numa sessão de cinema patrocinada por alguns aficcionados. Sala pequena, escura e na tela o anúncio de um documentário.Hoje compreendo que Nanook, o esquimó, não era bem um documentário e sim um tipo de cinema real.Era a primeira vez que eu tinha contato com uma realidade tão diferente da minha.Ao terminar a projeção eu me senti pequena e considerei injustificáveis todas as minhas queixas.
"A idéia do documentário, em suma, exige apenas que as questões de nosso tempo sejam trazidas para a tela de uma qualquer maneira que estimule nossa imaginação e torne a observação destas questões um pouco mais ricas que até então. De um certo ponto de vista, se confunde com jornalismo; de outro, pode elevar-se à poesia ou ao drama. E de outro ainda, sua qualidade estética resulta simplesmente da lucidez da exposição."
Robert Flaherty (1924)O tempo passou e hoje percebo que sou refém do cotidiano burocrático e da pressão que o dia a dia nos inflige.Mentira, na verdade é o que eu faço à partir de toda essa pressão que me limita enquanto eu permito que isso aconteça.
- Não, Dona Morte, não pense você que estou entregando os pontos porque evito olhar-lhe nos olhos. Sei respeitá-la, afinal parece que você andou dando provas do seu poder.
Ah, escuto um a música ao longe.Sim, estão me chamando para a vida por mais que eu extrapole amor. E deixe que eu sofra, afinal estou viva, não é? Vou tentar ficar mais atenta e não deixar espaço para arrependimentos, mesmo que eu não os admita, eu me arrependo de algumas coisas que eu não fiz.E do que fiz? Não me arrependo de nada, nadinha!
2 comentários:
Tem graça que somos iguais quanto a não nos arrependermos do que fizemos e apenas do que deixámos por fazer e, por isso mesmo, este ano deu-me um vipe lol e passei a fazer o que eu quero e não o que os outros esperam que eu faça, acho que andavam mal habituados ;)))
Bjos
Isa...acho que fomos igualmente influenciadas por uma lua rebelde.E não existe nada melhor do que fazer e dizer o que queremos :o)
Bjos
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