Minha mãe acaba de me ligar lá de Minas Gerais indignada:
- Filha, você acredita que não se faz mais frango ao molho pardo aqui.
- Como assim? Qual o motivo?
- A Vigilância Sanitária proibiu! Um monte de gente cansou de comer o molho e que eu saiba ninguém morreu disso.Era um prato típico, sua avó mesmo fez diversas vezes para o seu pai.
- É mãe... essa coisa de higienizar tudo e todos está ficando cada vez pior...e aí, o que você comeram, então?
- Costelinhas de porco...porque isso ainda não proibiram, mas acho que é só uma questão de tempo.
Tudo bem que eu não simpatize com o tal frango ao molho pardo, mas proibir também é um exagero.É dar diploma de incompetência para as antigas cozinheiras que cuidadosamente torciam o pescoço da galinha, depenavam-na, deixavam-na de ponta cabeça e depois faziam um corte no pescoço da coitada para extrair o sangue que viraria molho e pardo.
Agora, depois de séculos, vem a Vigilância Sanitária dizer que não é uma prática lá muito higiênica.
Tenho lá meus radicalismos, não como isso e aquilo por diversos motivos, mas não posso concordar com tal proibição.Sou contra touradas porque o animal sofre e agoniza, mesmo que seja uma marca da cultura espanhola.Mas esse é outro assunto...
No caso do frango ao molho pardo, prato típico do interior mineiro, o animal morre de maneira rápida e ainda há o aproveitamento inclusive do seu sangue.Eu não como, mas para quem come deve ser até bem saudável, porque aquele sangue todo deve ser rico em alguma coisa.
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