19.5.10

Que o cansaço e a falta de esperança não me façam desistir jamais.E que o sorriso e o afeto daquelas crianças façam valer cada esforço. O céu amanheceu cinzento e tristonho, e a energia elétrica acabou duas vezes aqui em casa nesta manhã de quarta feira. Mesmo assim eu estava animada com a minha agenda. Entre um apagão e outro deu tempo de tomar um banho quente e animador. Depois de cumpridas todas as obrigações, às 14:30h estávamos eu, a Lili e a Maria em frente ao portão do abrigo.
Nesta hora, a chuva que caía fininha quase parou, o que facilitou muito para descarregarmos as tantas latas de leite e pacotes de fraldas que arrecadamos. Junto vieram roupas e brinquedos. Alguém mandou um castelo enorme, lindo de morrer. Hoje tive o prazer de estar acompanhada do meu filho.
Estava frio e todas as crianças estavam na casa. Os bebês, quase todos, dormiam. Já os mais velhos faziam lição de casa. Hoje ficamos mais tempo do que o de costume, mas valeu cada segundo.As crianças quiseram mostrar os seus cadernos, falaram das suas preferências, compartilharam seus brinquedos e fizeram bico quando fomos embora.
E o bom é termos a certeza de que pelo menos por mais trinta dias eles terão leite de qualidade para beber. Porque nem preciso dizer que o leite distribuído pela prefeitura, além de pouco, é intragável. Dá gosto de ver aquelas crianças tão bem cuidadas e crescendo como deve ser, apesar de todas adversidades e os incômodos que os antiretrovirais causam.
Hoje também tivemos a sorte de contar com muitos colos e braços suficientes para todos os abraços necessários.Que bom seria se todas as pessoas pudessem se dar um pouco mais aos outros. Só um pouco, um único abraço, já faria muita diferença.
Obrigada aos que colaboraram e muito obrigada aos que um dia ainda irão se juntar à nós.
(Imagem sem autoria, retirada do Google)

Um comentário:

ameixa seca disse...

Graças a Deus ainda há muita gente boa, disposta a cuidar e a abraçar quem precisa :)