Ausência
(Carlos Drummond de Andrade)
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Foto: Francesca, The Bridges of Madison County)
3 comentários:
Não sei o que é mais lindo, se o poema ou se as memórias do lindo filme...
Beijos
Sabia que é um dos meus filmes preferidos? Bem como "Era uma vez na América", que postou há uns dias atrás, com uma música lindíssima.
Chris e CGS, gosto muito de ambos( em ambos os casos) :o)
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