Gosto muito de ler e leio praticamente tudo que me cai às mãos (acho que já escrevi isto aqui). Mas tenho algumas particularidades como ler mais de um livro ao mesmo tempo e também estancar em uma leitura. Muitas vezes só vou retomar esta leitura e do ponto aonde parei alguns meses, ou até anos, depois. Foi o que aconteceu com Adeus, China - de Li Cunxin. E não que eu não tenha gostado do livro, mas algo na narrativa me travou, justo na parte (logo no começo) em que ele, menino, se despede da família para ir à escola de dança em Pequim.Fiquei com um nó na garganta e parei.Nem sei quanto tempo o livro ficou lá na estante e ontem retomei a leitura com um prazer indiscritível.Só parei quando minha mãe me telefonou convidando-nos para jantar. Em compensação tem livros que devoro em menos de três dias. Não existe uma lógica e sim efeito do meu estado de espírito.
Outro livro que estou lendo, aos poucos, é Vozes Femininas - gêneros, mediações e práticas de escrita. É uma edição de 530 páginas, em letras miúdas, que reúne textos coletados em 2001, no seminário que deu nome ao título.Os textos abordam temas como identidade social, imaginação artística, técnicas de comunicação e modalidades diversas de produção. Foi nele que descobri que o Brasil teve uma grande produção de textos escritos por mulheres sobre o período colonial e principalmente sobre os sistema escravagista. Só que hoje não temos contato, e nem acesso, à maioria deles. A sociedade acaba não tendo uma real noção do que foi aquele período.O que se sabe é somente o que está nos livros oficiais de história.O que é uma pena, porque esta ignorância dos fatos só vem reforçar o preconceito que insiste em colocar a raça negra numa posição de inferioridade. E assim caminha a humanidade...