1.7.09

No princípio da adolescência e na verdade não sei bem até que idade, eu tinha ídolos como a Farrah Fawcett. Afinal ela era linda, loira, famosa e casada com o Lee Majors. Mais tarde fui trocando-os por gente como Lech Valesa, o primeiro ativista dos Direitos Humanos que me falou diretamente à alma.Ele falou e eu escutei.O dificíl era explicar para os meus colegas de classe, na sua maioria, inclusive eu, nascidos "pseudo" burgueses (em outras palavras, aquela classe média que se acha), quais os princípios que Lech Valesa defendia. Nossos pais não discutiam liberdade política em casa. Mas eu começava a gostar daquela conversa sobre igualdade. Só que agora eu não queria mais ser a Farrah Fawcett e sim correr o mundo tentando consertá-lo.
A declaração universal do direitos humanos diz assim:
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."E é claro que eu não era como a Farrah Fawcett.E isto foi perdendo o seu valor.
Com o passar dos anos fui aprendendo que toda essa vontade política de "n" ativistas perde poder e força quando no poder. Peneirando daqui e dalí ficou em mim a parte humanitária. O filme "Sunshine"(Um dia de Sol ), de 1973 me mostrou que as pessoas tinham problemas e bem maiores que os meus e assim fui ampliando minha consciência. Em seguida comecei a acompanhar alguns grupos em visitas à hospitais, asilos e orfanatos. Quando me mudei para o interior acolhi todos os animais que me batiam à porta.Minha mãe quase ficou doida. Afinal ela era mais que urbana, cresceu numa redoma e não entendia certas coisas. Desde então, assim vou vivendo, num vai e vem entre diversos mundos e realidades.
A verdadeira caridade a gente faz quando a oportunidade aparece. E todo dia essas oportunidades aparecem em nossas vidas. Hoje, por exemplo, eu estava no elevador do prédio em que trabalho quando uma senhora entrou chorando. Fomos juntas até o estacionamento.Lá ela me confidenciou que perdeu o marido na segunda feira e o quanto estava sendo doloroso para ela.Me sentei com ela num banco, segurei a sua mão e ouvi tudo o que ela precisava desabafar.Lá ela chorou de tristeza, de raiva e de amor.E não me custou nada escutá-la.
...Por que é mesmo que eu escrevi este post? Ah...por causa da Farrah Fawcett, né? Pois bem, você não precisa deixar de ser assim tão fã de uma estrela de cinema como também não precisa de tanto assim para ser caridoso.Não é crime, nem vergonhoso, ser rico ou pobre, glamouroso ou discreto, culto ou ignorante, desde que você enxergue um pouco além do seu umbigo. Afinal a Angelina Jolie é linda, famosa, casada com o Brad Pitt e enxerga muito além do seu umbigo.Cada um pode encontrar o seu meio termo e o amor que existe em você é mais que suficiente!!!
Hoje não sou quero ser a Farrah Fawcett nem a Angelina Jolie. Tenho o maior orgulho da mulher que me tornei ;o)

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