16.7.09

Minhas lágrimas já não me escapam mais. Minha tia tinha passado por uma cirurgia delicada, mas ficou bem, no pós operatório ela teve uma complicação irreversível. Na verdade, sua partida era a melhor opção no momento.Fiquei chateada por causa do sofrimento das últimas horas de vida.Uma pessoa tão boa não merecia sofrer.E a despedida foi bem ao seu estilo.No caminho para o hospital o único pedido que ela fez é que se algo acontecesse ela gostaria de ser sepultada na cidade aonde nasceu.É impressionante como nessas horas ninguém dá, ou não quer dar, muita importância à um pedido assim.Mas o pior aconteceu.E agora? Ela tinha duas filhas.A prima mais velha me ligou logo que aconteceu. Meus pais que estão viajando para o além mar e não podiam resolver nada de lá. Decidimos, então, atender seu último pedido. Aí começou uma corrida contra o tempo.De onde ela estava eram cinco horas até o cemitério e daqui de casa quase três.A minha parte foi fácil.Saímos daqui com meu primo e rapidinho estávamos lá. O cemitério municipal, contruído em 1890, era bem bonitinho.Ele não possui velórios e as pessoas são veladas numa pequena capela.O restante da família foi chegando aos poucos.Vindos do Mato Grosso e do Rio de Janeiro, afinal ninguém mais mora aonde tudo começou. Segundo a funenária de Petrópolis era previsto que ela chegasse no cemitério às 17:00 horas.Assim sendo o administrador marcou o sepultamento para as 17:30h.E é claro que o imprevisível aconteceu. No horário marcado estávamos todos lá, os sobrinhos, as filhas, os netos, as primas e dois irmãos.E cadê a minha tia? O motorista da funerária se perdeu e o seu celular só dava caixa postal. Foi escurecendo, escurecendo e nada.A personagem principal só foi aparecer às 18:30h.Mas enfim, chegou. Depois de uma breve prece, o cortejo seguiu pelo cemitério adentro iluminado pela luz de algumas poucas lanternas. Foi estranho, mas foi bonito!

2 comentários:

ameixa seca disse...

Que triste isso. É sempre assim, os melhores morrem mais cedo. Espero que ela esteja em paz!

Luci disse...

Força e luz!