Eu volto prá dizer o quanto é interessantíssimo acordar com uma música ou poesia ecoando dentro da cabeça.E isso me acontece sempre.Hoje era Fernando Pessoa, como Álvaro de Campos que me dizia:
Menina,
Todas as cartas de amor são ridículas...e eu acordei rindo!
E ele continuou:
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Ainda me confidenciou que:
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras, ridículas.
Achei graça qdo disse:
As cartas de amor, se há amor,têm de ser ridículas.
Deu uma pausa, pensou e foi além:
Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor
É que são ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso, cartas de amor ridículas.
Tive de concordar que:
A verdade é que hoje as minhas memórias dessas cartas de amor
É que são ridículas.
Bem baixinho me sussurou:
Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente ridículas.
E levantei rindo, imaginando minha cara de esdrúxula :o)
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