10.9.08

Parece que o período nebuloso está acabando...só ontem me dei conta que na sexta feira, quando eu estava péssima, fez exatamente dois anos que fomos assaltados.De alguma forma acho que a informação fica lá no inconsciente.E ela só veio à tona porque fiquei sabendo que na noite de segunda feira, um dos vizinhos da frente foi assaltado da mesma maneira.E foi o segundo na rua em uma semana.O extraordinário é que o modis operandi é sempre o mesmo: é um grupo grande, eles entram na casa com a vítima, são todos muito novos, visivelmente drogados, usando de muita violência, limpando a casa (levando praticamente tudo), saindo nos carros da família e deixando todos amarrados e amordaçados.E tudo bem...as pessoas já se acostumaram.Pior do que a banalização é a normalização.Se eu acredito que esta prática é uma atividade normal eu não reclamo e não tomo nenhuma atitude. Honestamente eu fico indignada. E cada vez mais eu tenho que me apegar na fé.Eu tenho que acreditar que estou protegida por algo maior que a humanidade, nos dias de hoje tão desacreditada.
Mudando de assunto, meu mundo é um tanto kafkaniano mesmo.
Ontem fui à escola para a reunião como professor de História.Em resumo meu filho veio com nota em praticamente tudo. Mas me diz então pq é que fui chamada na escola? Pois é...em primeiro lugar pq eles avaliam que meu filho tem muito potencial, isso eu já havia dito, e ele não se esforça.Segundo a escola seu rendimento poderia ser excepcional se ele quisesse.Ou seja, o que pega é que ele consegue mas não quer.Realmente a dificuldade na interpretação da leitura existe, mas isto não interfere no seu desempenho.Mas a escola também não me dá um solução.Eles dizem que passar de ano ele vai, mas que ele poderia aproveitar melhor a sua capacidade.
O pior mesmo foi a questão da aula de educação artística. Aí entra o surreal.Eles me disseram que ele praticamente ignora a existência da disciplina.Ele não faz uma lição, um desenho, uma atividade proposta, um trabalho em grupo, ou seja, nada. Ele entra mudo e sai calado da aula e se nega à cooperar. A sua alegação é que ele não gosta de desenhar e isto vem acontecendo desde o começo do ano.E só agora a escola me comunica? É claro que aí tem um problema. Quando ele era pequeno ele se negava à desenhar, aí fizemos um trabalho conjunto e ele começou a se expressar pelo desenho.E eu achei que isto tivesse sido superado.Mas pensando um pouco, eu lembrei que depois do assalto ele nunca mais tocou bateria, tanto que ela está à venda. E não adiantou psicóloga, conversa, troca.Ele até tinha vontade de tocar, mas não conseguia.Agora eu conversei com ele e pedi, que por consideração à professora de artes, que ele rabisque qualquer coisa no papel. Ele me garantiu que vai colaborar como também me disse que o medo é algo tão assustador que é impossível de ser desenhado!
Assim sendo, um excelente dia para tods :o)

2 comentários:

Giane disse...

Eu também desenho, mas não pego em lápis e papel faz algum tempo.
Gostei da resposta do seu filho - menino inteligente, sem dúvida - certas coisas são quase impossíveis de serem expressadas; por serem boas ou terríveis demais delas não temos idéias de como figurar ou escrever.

Beijos mil, Turmalina!!!

Anônimo disse...

Oi Cacau

Eu gosto de desenhar, mas sou muito crítica quanto a mim mesma, nunca acho que meus desenhos ficaram bons o suficiente.

Adoro arte abstrata mas aprecio também o não abstrato, aprecio pois não me sinto capaz de ser apreciada por minha "arte"

Um lindo dia pra vc!