Parece que o período nebuloso está acabando...só ontem me dei conta que na sexta feira, quando eu estava péssima, fez exatamente dois anos que fomos assaltados.De alguma forma acho que a informação fica lá no inconsciente.E ela só veio à tona porque fiquei sabendo que na noite de segunda feira, um dos vizinhos da frente foi assaltado da mesma maneira.E foi o segundo na rua em uma semana.O extraordinário é que o modis operandi é sempre o mesmo: é um grupo grande, eles entram na casa com a vítima, são todos muito novos, visivelmente drogados, usando de muita violência, limpando a casa (levando praticamente tudo), saindo nos carros da família e deixando todos amarrados e amordaçados.E tudo bem...as pessoas já se acostumaram.Pior do que a banalização é a normalização.Se eu acredito que esta prática é uma atividade normal eu não reclamo e não tomo nenhuma atitude. Honestamente eu fico indignada. E cada vez mais eu tenho que me apegar na fé.Eu tenho que acreditar que estou protegida por algo maior que a humanidade, nos dias de hoje tão desacreditada.
Mudando de assunto, meu mundo é um tanto kafkaniano mesmo.
Ontem fui à escola para a reunião como professor de História.Em resumo meu filho veio com nota em praticamente tudo. Mas me diz então pq é que fui chamada na escola? Pois é...em primeiro lugar pq eles avaliam que meu filho tem muito potencial, isso eu já havia dito, e ele não se esforça.Segundo a escola seu rendimento poderia ser excepcional se ele quisesse.Ou seja, o que pega é que ele consegue mas não quer.Realmente a dificuldade na interpretação da leitura existe, mas isto não interfere no seu desempenho.Mas a escola também não me dá um solução.Eles dizem que passar de ano ele vai, mas que ele poderia aproveitar melhor a sua capacidade.
O pior mesmo foi a questão da aula de educação artística. Aí entra o surreal.Eles me disseram que ele praticamente ignora a existência da disciplina.Ele não faz uma lição, um desenho, uma atividade proposta, um trabalho em grupo, ou seja, nada. Ele entra mudo e sai calado da aula e se nega à cooperar. A sua alegação é que ele não gosta de desenhar e isto vem acontecendo desde o começo do ano.E só agora a escola me comunica? É claro que aí tem um problema. Quando ele era pequeno ele se negava à desenhar, aí fizemos um trabalho conjunto e ele começou a se expressar pelo desenho.E eu achei que isto tivesse sido superado.Mas pensando um pouco, eu lembrei que depois do assalto ele nunca mais tocou bateria, tanto que ela está à venda. E não adiantou psicóloga, conversa, troca.Ele até tinha vontade de tocar, mas não conseguia.Agora eu conversei com ele e pedi, que por consideração à professora de artes, que ele rabisque qualquer coisa no papel. Ele me garantiu que vai colaborar como também me disse que o medo é algo tão assustador que é impossível de ser desenhado!
Assim sendo, um excelente dia para tods :o)
2 comentários:
Eu também desenho, mas não pego em lápis e papel faz algum tempo.
Gostei da resposta do seu filho - menino inteligente, sem dúvida - certas coisas são quase impossíveis de serem expressadas; por serem boas ou terríveis demais delas não temos idéias de como figurar ou escrever.
Beijos mil, Turmalina!!!
Oi Cacau
Eu gosto de desenhar, mas sou muito crítica quanto a mim mesma, nunca acho que meus desenhos ficaram bons o suficiente.
Adoro arte abstrata mas aprecio também o não abstrato, aprecio pois não me sinto capaz de ser apreciada por minha "arte"
Um lindo dia pra vc!
Postar um comentário